25 de novembro, de 2019 | 17:00

Abaixo-assinado contra municipalização de escola tem 107 nomes

No documento, com 107 assinaturas, as mães se manifestaram contra a municipalização das escolas estaduais, medida já anunciada pelo Governo de Minas Gerais para o próximo ano

Wôlmer Ezequiel
Karla Cristina Guedes afirmou que está preocupada com os estudos do seu filho de 5 anos a partir do próximo anoKarla Cristina Guedes afirmou que está preocupada com os estudos do seu filho de 5 anos a partir do próximo ano

Preocupadas com a educação dos seus filhos, mães de estudantes do bairro Cidade Nova, em Santana do Paraíso, protocolaram um abaixo-assinado, na tarde desta segunda-feira (25), na 5ª Promotoria de Justiça de Ipatinga do Ministério Público de Minas Gerais. O motivo é que a maioria dos estudantes das séries iniciais do ensino fundamental podem ficar sem ter onde estudar no bairro e os pais teriam que encontrar vagas no fundamental em outros bairros, em Ipatinga.

No documento, com 107 assinaturas, as mães se manifestaram contra a municipalização das escolas estaduais, medida já anunciada pelo Governo de Minas Gerais para o próximo ano, que prevê o fechamento de turmas do ensino fundamental na rede estadual.

Conforme uma das organizadoras do movimento, Karla Cristina Guedes, houve uma boa adesão dos pais de alunos contra a municipalização e as assinaturas foram colhidas entre sexta-feira (22) e segunda-feira (25). “Protocolamos essas assinaturas para demonstrar nossa indignação. No próximo ano, haverá apenas uma turma disponível, com 25 vagas, na Escola Estadual Herbert de Souza, que está localizada perto de nossas casas. No entanto, seriam necessárias quatro turmas. Ou seja, não será possível absorver toda a demanda do bairro. E nós queremos que nossos filhos estudem perto de nossas casas”, explicou.

Para a mãe Lorena Siqueira, a medida da municipalização das escolas estudais foi uma surpresa, já que há alguns meses, ela já havia feito o cadastro de sua filha, de 5 anos, na Escola Estadual Hebert de Souza. “Eu estava confiante de que teria vaga. Agora fiquei sabendo que serão oferecidas apenas uma turma, sendo que antes eram três. Só na creche que minha filha estuda vão sair 80 alunos, que teriam como destino a escola Hebert de Souza. Portanto, estamos sem saber o que fazer e eu não tenho condições financeiras de pagar uma escola particular. Está fora da minha realidade”, salientou.

Segurança
A administradora Ana Kamila Pereira também demonstrou preocupação em relação aos estudos das crianças do bairro Cidade Nova. “Essa medida de municipalização foi um absurdo. Eu também não posso pagar mensalidade de uma escola particular. É muito difícil. Estamos reivindicando não só porque queremos, mas sim porque é um direito nosso. E se tiver que colocar nossas crianças para estudarem em uma escola mais longe de outro bairro, também fica complicado. Não tem como colocar nossos filhos de 5 ou 6 anos dentro de um ônibus, sem acompanhamento. E se eles passarem mal na escola, como que vou buscá-los? Portanto, queremos segurança também para nossos filhos”, enfatizou.

Negociação
O vereador em Santana do Paraíso, Alexandre Silva Coutinho, que acompanhou a entrega do abaixo-assinado no Ministério Público, avaliou a situação das mães e dos alunos do município. “Os pais nos procuraram na semana passada com a preocupação da garantia do estudo das crianças a partir de 2020. Até na quarta-feira (20), não havia turma no bairro Cidade Nova, onde não tem escola municipal, só depois que a diretora da escola Hebert de Souza informou que haverá apenas uma turma para os alunos. Além disso, a escola mais próxima fica no bairro Águas Claras, mas lá também não tem espaço físico para atender a demanda do Cidade Nova”, afirmou.

O vereador ainda acrescentou que, na próxima quinta-feira (28), há expectativa de ocorrer uma reunião com a secretária municipal de ensino de Santana do Paraíso, para discutir possíveis soluções para essa situação, envolvendo os alunos do ensino fundamental.
Encontrou um erro, ou quer sugerir uma notícia? Fale com o editor: [email protected]

Comentários

Aviso - Os comentários não representam a opinião do Portal Diário do Aço e são de responsabilidade de seus autores. Não serão aprovados comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes. O Diário do Aço modera todas as mensagens e resguarda o direito de reprovar textos ofensivos que não respeitem os critérios estabelecidos.

Vania

31 de janeiro, 2020 | 16:08

“É um absurdo isso, meu filho de 5 anos vai apara o Primeiro ano do Ensino Fundamental.
E a vaga dele saiu para uma escola do Bairro Canaã e nós moramos no Bom Jardim EM iPATINGA.
O grande problema é que não consegui transporte para levá-lo porque ninguém faz essa rota.
A escola lá é muito boa, mas não tem como levar.
As outras que eram primeira e segunda opção no momento da pré-matrícula tem transporte mas não tem vaga.”

Palhaço

25 de novembro, 2019 | 17:08

“107 mães apenas preocupadas com os filhos, o bairro não deve ter somente 107 famílias. Triste a realidade do nosso Brasil.”

Envie seu Comentário