18 de novembro, de 2019 | 16:35

Banalização total

Fernando Rocha*


A banalização da seleção brasileira pela CBF continua a todo vapor e, hoje, às 10h30, o time comandado pelo técnico Tite volta a campo para enfrentar a “poderosíssima” Coreia do Sul, em mais um amistoso caça-níquel, na Arábia Saudita.

Depois de mais um péssimo desempenho da equipe, desta vez derrotada pela Argentina, o jejum de vitórias da seleção aumentou para cinco jogos, - nesse meio o Brasil enfrentou alguns bambalas como Senegal, Nigéria e Peru -, e, hoje, até mesmo um empate com os coreanos poderá decretar o fim da era Tite, que fala muito e não explica nada.

O problema não é perder um amistoso para a Argentina, mas sim a inoperância, passividade, lentidão dos jogadores, que não conseguem sequer dar um chute a gol.

E aí aparece na coletiva pós-jogo o empolado Tite, para falar em "reinvenção" de jogo, quando não apresenta nada de novo, além de insistir com alguns jogadores, como Gabriel Jesus, que não consegue jogar na seleção como joga em seu clube.

A verdade é uma só: a banalização da seleção pentacampeã do mundo chegou a tal ponto que ninguém mais a teme, respeita, e joga contra ela como se estivesse enfrentando uma outra qualquer. E isso é grave!

Salve meninada
Se a seleção principal deu mais um vexame, a garotada do Sub-17 fez bonito, e conquistou merecidamente, pela quarta vez, o título mundial da categoria, ao derrotar o México, 2 x 1, em Brasília.

O herói da conquista foi o jovem atacante Lázaro, joia da base rubro-negra, que a exemplo do que fez na semifinal contra a França, entrou no segundo tempo e foi decisivo marcando o gol da vitória e do título.

O futebol tem dessas coisas: Lázaro sequer havia sido convocado para disputar o Mundial, sendo chamado após a contusão do são-paulino Juan; até sua estrela brilhar no 3 a 2 contra os franceses, quando também saiu do banco de reservas para fazer o gol da vitória, havia atuado na primeira fase por apenas 30 minutos contra Angola, partida vencida de 2 a 0 pela seleção brasileira. No gol do título contra o México, marcado aos 47 do 2º tempo, Lázaro estava no lugar certo, na hora certa, empurrando para as redes um cruzamento de Yan. “Sem sorte um sujeito não chupa nem picolé. Morre antes, atropelado pela carrocinha de sorvete”. Nelson Rodrigues.

FIM DE PAPO

· Mas não basta ter apenas sorte para alcançar sucesso no futebol. Assim como a vida nos ensina, um pouco de sorte ajuda sim, mas é primordial o trabalho com dedicação, competência, disciplina, caso contrário não chega a lugar nenhum. Este é o caso do atual Flamengo, que além de possuir todo um conjunto favorável, desde a mídia nacional até a maior torcida do país a seu favor, teve uma diretoria anterior comandada pelo cartola Bandeira de Melo, que soube planejar o clube, sanear suas finanças e agora está colhendo os frutos desse trabalho.

· Lázaro é mais uma joia da base rubro-negra, que em breve será vendido ao futebol europeu por uma fortuna, assim como Vinicius Junior foi negociado recentemente com o Real Madrid. Lázaro, 17 anos, assinará, ao completar 18 anos, no dia 12 de março de 2020, um contrato milionário com o Flamengo, com vínculo até 2025. E quem quiser tirá-lo do Ninho do Urubu terá que pagar multa rescisória de R$ 365 milhões, aproximadamente 80 milhões de euros na cotação atual.

· Enfim, o Departamento de Marketing do Atlético deu uma bola dentro, ao pôr o time em campo com o terceiro uniforme todo preto, muito bonito por sinal, no Maracanã, diante do Fluminense. Não poderia haver um palco melhor para lembrar, positivamente, que estamos no mês da “consciência negra”, uma alusão ao aniversário de morte do líder Zumbi dos Palmares, em 20 de novembro de 1695. Ainda mais depois que os dois irmãos bobocas fizeram aquelas bobagens no clássico, ofendendo um segurança com ato de racismo.

· Com o apoio da torcida, assim como foi diante do Goiás, dá para acreditar que o Atlético possa vencer o seu xará paranaense, domingo, no Mineirão, atingindo 44 pontos ganhos, uma pontuação que poderá lhe garantir a permanência na série A do ano que vem. A partir daí, o que vier é lucro, mas o ideal neste caso seria iniciar logo uma reformulação completa do elenco. A torcida já não aguenta mais tantos jogadores com prazos de validade vencidos, ou de baixa qualidade técnica, que não estão à altura de vestir o manto sagrado alvinegro. (Fecha o pano!).
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