
04 de novembro, de 2019 | 15:43
Muito parecidos
Fernando Rocha
Por ter jogado com dez atletas, a partir do começo do 2º tempo, com um time que entrou em campo muito mexido e improvisado, com o estádio lotado a favor do Fortaleza, até que este 2 x 2 não foi um resultado de todo ruim para o Atlético.No final das contas o time conseguiu mais um ponto, que poderá ajudar muito na sua luta para chegar aos 42 ou 43 pontos ganhos, o que o livrará de um novo rebaixamento.
Pelo menos houve um empenho maior dos jogadores em campo, o que não deixa de ser um bom sinal, aumentando as esperanças de uma vitória amanhã, no Mineirão, contra o Goiás, para dar tranquilidade na disputa das últimas rodadas.
Muito parecido foi o empate de 1 x 1 do Cruzeiro com o Bahia, no Mineirão, onde Orejuela foi expulso no 2º tempo, após cometer um pênalti. E mesmo assim os jogadores reagiram. Sassá, que havia entrado no lugar do inoperante David, fez um belo gol e empatou a partida
De bonito mesmo, os mais de 25 mil cruzeirenses que foram ao Mineirão no péssimo horário de domingo à noite só viram a nova camisa amarela lançada pelo clube, pois o time em campo continua jogando um futebol de dar calo nas vistas. O Cruzeiro deve escapar do rebaixamento, mas não por conta do futebol que vem jogando, e sim, pelo nível dos concorrentes diretos, que conseguem ser ainda piores, ou péssimos dos péssimos.
Exemplo baiano
A folha salarial do Bahia não chega à metade da folha do Cruzeiro, e é inferior também à de todos os demais times da região Sudeste. E ao contrário de vários destes, vem fazendo uma campanha sem atropelos, hoje ocupando a zona intermediária, em 10º lugar, com 42 pontos ganhos, dentro do seu objetivo de permanecer na Série A.
Fora de campo, o tricolor da boa terra” se destaca por ações de marketing que o colocam na vanguarda, à frente da maioria na Série A, sobretudo quanto ao posicionamento em relação às questões sociais e políticas, que interessam diretamente aos seus milhares de torcedores e ao povo brasileiro.
O clube criou um Núcleo de Ações Afirmativas, coordenado por Tiago César, assessor de planejamento, que esteve no Museu do Futebol, no Mineirão, para um bate-papo descontraído, onde explicou as ações do clube baiano.
O futebol imita a vida e não pode se portar perante a sociedade como uma ilha, ausente dos assuntos e das causas que afetam diretamente o cotidiano das pessoas, daí a importância dessa iniciativa do Bahia, cuja série de ações merece todo aplauso.
FIM DE PAPO
Na 27ª rodada, o Bahia usou contra o Ceará, no Estádio Pituaçu, uma camisa manchada de preto, fazendo alusão e alertando para a gravidade das manchas de óleo no litoral brasileiro e que afetam principalmente o Nordeste. A iniciativa foi um sucesso absoluto, com a camisa super bem avaliada e adquirida aos milhares por seus torcedores. Já no ano passado, o marketing do Bahia inovava ao publicar em suas redes sociais os relacionados para a partida contra a Chapecoense, pelo Brasileiro, com os nomes de 20 personalidades negras, dentro da programação de homenagens pelo mês da Consciência Negra.
Interessante é a forma como deu ênfase à homenagem no seu site, numa verdadeira aula de história, relatando a vida de cada um dos personagens, levando a uma reflexão sobre a situação do negro na sociedade brasileira. O Bahia também se destaca por homenagear e divulgar a luta dos povos indígenas, além de realizar ações voltadas para pessoas com deficiência e das mães com filhos desaparecidos, sem falar de outras questões denunciando intolerância religiosa, machismo e homofobia. Um dos raríssimos técnicos negros em atividade na elite do futebol nacional, Roger Machado, tem tido um papel importante nos debates, sobretudo no tocante ao racismo no país.
Por falar de vanguarda em ações no marketing esportivo, outro clube do Nordeste, o Fortaleza, tem sido destaque. No jogo contra o Atlético, no Castelão, lançou o cervejômetro”, que consiste em baixar o preço da cerveja em cerca de R$1, a cada 10 mil ingressos vendidos. A promoção é um sucesso junto aos torcedores, que tiveram o copo de 600 ml da bebida reduzido para R$3,50, tendo em vista que o público total atingiu 31.503 pessoas. Antes, o tricolor cearense chamou a atenção ao lançar uma camisa popular vendida a R$ 59,99, para combater a pirataria.
A diferença abissal do Flamengo, virtual campeão brasileiro, para os demais concorrentes, pode ser medida num simples detalhe: seu trio artilheiro na competição, formado por Gabigol (20 gols), Bruno Henrique (15) e Arrascaeta (11), juntos, marcaram 46 gols, mais do que 17 times da Série A do torneio nacional. Apenas o Palmeiras (48), Grêmio (52), além do próprio Flamengo, fizeram mais gols do que os três atletas citados. A diferença do Mengão para o Palmeiras continua sendo oito pontos, o que torna o rubro-negro, sem nenhum favor, o virtual campeão brasileiro da temporada. (Fecha o pano!)
Encontrou um erro, ou quer sugerir uma notícia? Fale com o editor: [email protected]