25 de outubro, de 2019 | 09:26
Usiminas registra prejuízo de R$ 139 milhões no 3º trimestre
Destaques no período foram a venda recorde de minério de ferro e as mudanças no perfil da dívida da companhia
Wôlmer Ezequiel /Arquivo DA
A produção de aço bruto na usina de Ipatinga atingiu 834 mil toneladas no trimestre e as vendas totais de laminados somaram 1 milhão de toneladas, ambas estáveis em relação ao 2T19
A produção de aço bruto na usina de Ipatinga atingiu 834 mil toneladas no trimestre e as vendas totais de laminados somaram 1 milhão de toneladas, ambas estáveis em relação ao 2T19
A Usiminas apresentou nesta sexta-feira (25) os resultados referentes ao terceiro trimestre de 2019. Os números informados ao mercado apresentam prejuízo ajustado de R$ 139 milhões no terceiro trimestre do ano, saindo de lucro líquido de R$ 289 milhões no mesmo período de 2018.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) no critério ajustado soma R$ 441 milhões, queda de 37% sobre os R$ 703 milhões do terceiro trimestre do ano passado, com margem de 11%, recuo de sete pontos porcentuais.
A receita líquida ficou estável, em R$ 3,850 bilhões.O volume de vendas de aço caiu 7% para 1,033 milhão de toneladas; e o de vendas de minério de ferro cresceu 39%, para 2,453 milhões de toneladas.
O resultado financeiro do período ficou negativo em R$ 445 milhões, 231% maior que há um ano e 431,0% acima do trimestre anterior.
Conforme nota divulgada pela assessoria da Usiminas, o resultado do 3 trimestre foi impactado pela variação cambial. "A desvalorização do real frente ao dólar atingiu 8,7% no período, gerando perdas cambiais de R$ 286 milhões no 3T19 contra ganhos cambiais de R$ 17 milhões no segundo trimestre deste ano", informa a companhia.
Produção
A produção de aço bruto na usina de Ipatinga atingiu 834 mil toneladas no trimestre e as vendas totais de laminados somaram 1 milhão de toneladas, ambas estáveis em relação ao 2T19.
Entre os destaques do trimestre, estiveram a elevação no volume de produção da Mineração Usiminas (Musa), que atingiu 2,3 milhões de toneladas, num crescimento de 29% em relação ao trimestre anterior, e nas vendas recordes de minério de ferro. Vale destacar ainda o novo perfil do endividamento da companhia, marcado por novos prazos de pagamento e menores encargos financeiros.
O presidente da Usiminas, Sergio Leite, lembra que o consumo aparente de produtos siderúrgicos planos teve queda de 2,1% no período entre janeiro e agosto, segundo dados divulgados pelo Instituto Aço Brasil. A economia brasileira segue em processo de recuperação, mas muito aquém das expectativas. Ainda assim, mantivemos nossa previsão de investimentos para 2019, da ordem de R$ 800 milhões, e seguimos confiantes na recuperação da economia e na força do nosso time para superar esses desafios”, afirma Leite.
Investimentos e Endividamento
O Capex da Usiminas no terceiro trimestre totalizou R$ 140 milhões, uma elevação de 33% em relação aos três meses anteriores, de R$ 105 milhões. Os investimentos foram direcionados, principalmente, em sustaining capex, segurança e meio ambiente, divididos em 83% para a unidade de Siderurgia, 16% para a Mineração e 1% para a unidade de Transformação do Aço, aproximadamente.
No que diz respeito ao endividamento financeiro da companhia, o terceiro trimestre foi encerrado também com impactos da desvalorização do real frente ao dólar. A dívida bruta consolidada encerrou o período em R$ 5,9 bilhões, numa elevação de 7,1% na comparação com o trimestre encerrado em 30 de junho. Ainda sobre a dívida, como evento subsequente ao fechamento do trimestre, a companhia realizou uma emissão de debêntures no valor de R$ 2 bilhões, destinados ao pré-pagamento de credores. Além disso, a empresa liquidou mais uma parcela do seu compromisso com os bancos, no valor de R$ 751 milhões, com recursos recebidos de empréstimo compulsório concedido à Eletrobras.
Unidades de Negócios
Na área de Mineração, a Musa teve um Ebitda Ajustado da ordem de R$ 188 milhões no 3T19, estável em relação ao 2T19, de R$ 190 milhões. A Margem de Ebitda Ajustado ficou em 33,9%, contra 43% no trimestre anterior. Apesar do aumento de 25,8% na receita líquida do terceiro trimestre (R$ 555 milhões) comparado com o segundo (R$ 441 milhões), a margem refletiu o impacto do aumento nos preços dos fretes internacionais e nos menores prêmios pagos pelo minério de ferro no período.
A Soluções Usiminas, empresa que atua nos mercados de distribuição e processamento do aço, teve um Ebitda Ajustado no terceiro trimestre do ano de R$ 32 milhões, contra os R$ 37 milhões dos três meses anteriores. A queda, da ordem de 15%, é atribuída, principalmente, à elevação dos custos. A Margem de Ebitda Ajustado na SU ficou em 3,2% no 3T19, contra 4% no período anterior.
Já na Usiminas Mecânica, que tem foco na produção de bens de capital sob encomenda, o Ebitda Ajustado no terceiro trimestre ficou negativo em R$ 6 milhões, contra R$ 1 milhão positivo no 2T19. A Margem de Ebitda Ajustado no período foi de 4,6% negativa, contra 0,8% positiva no segundo trimestre.
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