25 de outubro, de 2019 | 09:00

Corpo clínico de hospital em Timóteo pode parar atendimentos

Os atendimentos pelo SUS no Hospital Vital Brazil/São Camilo, em Timóteo, já estão suspensos, de forma parcial, há mais de 90 dias e agora médicos podem cruzar os braços de vez

O Hospital Vital Brazil/São Camilo (HMVB), em Timóteo, corre o risco de fechar as portas de vez no atendimento ao público. Conforme anunciado pelo advogado do corpo clínico, Maicon Reis, já se completaram cinco meses que os médicos não recebem os honorários relativos aos atendimentos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Por causa disso, a equipe de médicos poderá paralisar os atendimentos a partir do dia 1º de novembro, caso uma solução não seja apresentada até lá.

O anúncio do advogado foi feito em entrevista à rádio Itatiaia Vale do Aço, quando o profissional informou que a mantenedora do HMVB, Sociedade Beneficente São Camilo, justifica o atraso dos pagamentos médicos pela falta de repasse de alguns valores pelo governo estadual. “E coincidentemente, o valor pendente do estado é relativo aos cinco meses de honorários. Portanto, a São Camilo dá prioridade para o pagamento de outras demandas, como empregados e fornecedores essenciais. O pagamento dos honorários médicos relativo ao plano de saúde é feito, mas é um valor muito inferior em relação ao atendimento do SUS. Ou seja, o médico está atendendo urgência e emergência, e não está recebendo há cinco meses, e o contrato dele não é com o estado, é com a mantenedora do hospital”, afirmou.

Conforme o advogado, o prazo para a mantenedora se reunir com o corpo clínico e apresentar uma solução é até a próxima quinta-feira (31). “Se não tiver uma solução, no dia 1º de novembro o corpo clínico vai fechar as portas do hospital, igual foi feito com o antigo hospital São Camilo, em Coronel Fabriciano, em maio de 2017”, informou.

Maicon Reis também destacou que se houver a paralisação do corpo clínico, os médicos continuarão com os atendimentos aos pacientes já internados. “No entanto, não vão colocar mais pessoas para dentro da unidade. Vale destacar que isso não é greve. Os médicos são prestadores de serviço do hospital, se eles não recebem, a mantenedora não pode exigir que eles continuem prestando serviço, ainda mais eles que estão há cinco meses sem receber”, pontuou.

Procurada pelo Diário do Aço, a assessoria de Comunicação da mantenedora do HMVB informou que “não houve um comunicado oficial sobre isso”.

Atendimentos restritos

Os atendimentos pelo SUS no Hospital Vital Brazil/São Camilo, em Timóteo, estão suspensos, de forma parcial, há mais de 90 dias. Com isso, apenas os casos de emergência e muita urgência são atendidos na unidade.

Conforme já divulgado pelo Diário do Aço, em julho deste ano, a administração de Timóteo recebeu um comunicado da Fundação São Camilo - Hospital e Maternidade Vital Brazil, anunciando a suspensão parcial dos atendimentos por meio do SUS, a partir do dia 8 de julho deste ano. O ofício, que chegou para o governo municipal, trazia como motivação um débito do Estado de Minas Gerais com a instituição.

No mesmo mês do anúncio da suspensão, a mantenedora do HMVB alegou que, ao todo, a dívida do Estado com a instituição ultrapassava R$ 2,2 milhões.

Já, em agosto, em entrevista ao Diário do Aço, o superintendente regional de Saúde, Ernany de Oliveira, alertou acerca da dificuldade de o Estado quitar a dívida de R$ 2,2 milhões, aproximadamente, com o HMVB, assim como qualquer outro hospital em Minas Gerais.

Para a população não ficar desassistida com a suspensão parcial dos atendimentos no HMVB, foi criado um fluxograma, envolvendo unidades de saúde de Timóteo e o Centro de Saúde João Otávio, para atender essa demanda.

Já publicado

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