22 de outubro, de 2019 | 18:38

Executivo aguarda autorização da Câmara para venda de área no Horto

Negociação estimada em mais de R$ 50 milhões só será autorizada após realização de audiência pública, afirma dirigente do Legislativo

Reprodução
Localizada entre a Usipa e o bairro Mangueiras, na divisa com Coronel Fabriciano, a área tem uma extensão de 486.371,00 metros quadrados Localizada entre a Usipa e o bairro Mangueiras, na divisa com Coronel Fabriciano, a área tem uma extensão de 486.371,00 metros quadrados

A administração de Ipatinga aguarda a discussão e votação de um projeto de lei encaminhado à Câmara de Vereadores no dia 2 de outubro, para apreciação em regime de urgência. Nesta terça-feira (22), três semanas depois, o projeto foi distribuído aos vereadores. A matéria trata da alienação de uma área de 486.371,00 metros quadrados e que há anos se encontra ociosa, no bairro Horto, depois de ser adquirida da Usiminas.

Na justificativa do pedido de urgência para apreciação o projeto, o Executivo salienta que “ante a ausência de repasses financeiros do Estado, foi necessário assumir, com recursos próprios, a responsabilidade pela manutenção daquela parcela dos serviços públicos antes subsidiada pelo Estado, principalmente nas áreas de educação e saúde”.

Conforme o governo, há compromissos vultosos a serem saldados, fruto de débitos herdados pelo governo dentro da inscrição de Restos a Pagar, demandas relacionadas com a manutenção de serviços fundamentais, além das inúmeras ações judiciais de pagamento e necessidades de melhorias nas áreas de saneamento, cultura, lazer e segurança, entre outras.

“Para fazer frente a essa gama de obrigações, nesse cenário tão adverso, o Município não dispõe de capacidade financeira suficiente, sendo necessário lançar mão da alienação de imóveis de sua propriedade com vistas a conseguir lastro que lhe permita equilibrar suas contas. Os recursos provenientes desta alienação possibilitarão a desoneração da fonte de livre movimentação, por meio do pagamento de obrigações com a dívida fundada (dívida de longo prazo), permitindo que possam ser cumpridos diversos compromissos do governo”, acrescenta o Executivo.

De acordo com o prefeito Nardyello Rocha, enquanto o terreno pertencia à Usiminas ele gerava anualmente cerca de R$ 250 mil anuais em IPTU – Imposto Predial e Territorial Urbano e, “como ele foi adquirido da siderúrgica no início de 2014, como dação em pagamento por débitos tributários da siderúrgica, já são seis anos que o município abriu mão dessa arrecadação específica, representando uma perda acumulada de R$ 1,5 milhão nos cofres públicos”.

Além disso, com o recebimento do imóvel para quitação da dívida, o governo municipal informa que deixou de arrecadar mais de R$ 39 milhões, que era o valor do débito da empresa à época. O chefe do Executivo chama atenção também para “as dificuldades que temos tido para impedir invasões no local. Sem que haja finalidade para o terreno, ele tem sido alvo de recorrentes ocupações irregulares”, enfatizou.

Transferida a propriedade a investidores, com observância de todos os princípios de legalidade (após avaliação prévia e procedimento licitatório na modalidade de concorrência), o Executivo está certo de que o município contará com novos fatores de desenvolvimento, enumerando benefícios como geração de impostos já a partir do registro da posse pelos futuros donos, pagamento de IPTU, criação de postos de trabalho, etc.

O projeto de lei seguiu para o Legislativo, no início do mês, acompanhado de Laudo de Avaliação e Memorial Descritivo da área, entre outros dados relevantes.

Câmara convoca audiência pública

Em nota enviada à imprensa, a Câmara de Ipatinga faz o seguinte esclarecimento acerca da tramitação do projeto de lei autorizativo.

Em relação ao Projeto de Lei 134/19, que dispõe sobre a autorização de alienação de imóvel, vimos informar que, diante da magnitude e da responsabilidade do Legislativo Municipal de autorizar uma negociação da ordem de mais de R$ 50 milhões sem que as informações oferecidas no projeto estejam transparentes quanto à legalidade e ao uso apropriado dos recursos, decidimos pelo uso do instrumento legal que nos compete, ou seja, pela realização de uma Audiência Pública que possa ilustrar e apresentar a população de Ipatinga quais são as verdadeiras intenções da administração municipal.

O projeto já se encontra a disposição de todos os vereadores que, durante a Audiência Pública, terão a oportunidade de debater com a sociedade civil organizada e de modo geral, o destino desta importante área.

Segundo o presidente da Casa e autor do requerimento da audiência, vereador Jadson Heleno, “o que não podemos aceitar é a possível venda de uma das poucas áreas remanescentes do município, sem o mínimo de informações necessárias, entre elas qual a real utilização a ser dada com o dinheiro arrecadado, se a verba arrecada será utilizada para quitar as dívidas com os servidores municipais, além da não observância da determinação do Estatuto das Cidades, em seu artigo 2º, que estabelece a necessidade da realização de uma audiência pública para fins de consultar a população diretamente interessada em relação a eventuais empreendimentos realizados em localidade em que moram ou exerçam suas atividades”, concluiu.
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Comentários

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23 de outubro, 2019 | 17:08

“Vergonha a venda.”

Geraldo Magela Vieira

23 de outubro, 2019 | 16:45

“Ano que vem é ano eleição e o prefeito precisa fazer um extra para seu caixa 2. Querem enganar a quem? A área deveria ser transformada em uma APA (área de proteção ambiental) e não ser vendida. Ipatinga, Minas Gerais, Brasil, o Mundo necessita urgente é de mais áreas verdes.”

Povo Sem Estudo

23 de outubro, 2019 | 14:18

“se tem áreas de preservação elas serão preservadas, não é só comprar e construir, tem de ter licenças ambientais. povo leigo acha que é só comprar e sair por aí construindo, povo tem mania de dar palpites sem conhecimento”

Cristovao

23 de outubro, 2019 | 12:31

“Área verde inútil em local estratégico... Só serve pro povo colocar fogo todo ano e encher o horto de fuligem. E favelização não terá pois ali é uma área nobre e que não vai ser qualquer um que irá comprar. Ninguém vai pagar cinquenta milhões pra fazer favela, a não ser se for o PT”

Lucas

23 de outubro, 2019 | 12:26

“O povo esta desempregado Pedrinho perito, vão fazer uma mega loja na área do century hotel que vai empregar mais de cem pessoas... Lembrando que aquela área é privada e não do município então eles podem fazer o que quiserem lá, inclusive derrubar aqueles "pés de pau" pois não havia árvores nativas no local. O que existe são pessoas que estão vendo a cidade desenvolver e ficam colocando dificuldades.”

Cidadão Indignado

23 de outubro, 2019 | 12:22

“Eu torço para que venda, 50 milhões não é um valor fácil de conseguir, visando o comentário sobre a favelização do amigo Everton, se uma empresa vier a comprar este terreno, pessoas serão empregadas, rendendo além de impostos territoriais anuais, postos de trabalho, manutenção e cuidado com o terreno. Favelização vai ocorrer se o terreno não for vendido, já que toda semana a prefeitura tem que mandar um responsável lá pra retirar as invasões e usuários de drogas.
E se a prefeitura conseguir vender, talvez ela consiga pagar as férias tiradas mas não recebidas de todos os funcionários públicos. Férias estas tiradas em governos anteriores como o do Robson Gomes, Cecília Ferramenta e Sebastião Quintão. Eu mesmo, funcionário a mais de 11 anos, tenho três férias tiradas que ainda não recebi, será que será pago também os valores retroativos com juros e correção monetária? Sabemos que não!
Então tá na hora da população de bem começar a pensar que atrás de uma prefeitura além do prefeito existem centenas de trabalhadores que também passam por dificuldades e necessidades, e assim como o resto da população merecemos ser bem remunerados para poder continuar exercendo nosso precioso papel perante a qualidade de vida da sociedade.”

Pedrin Perito

23 de outubro, 2019 | 09:40

“Se de tudo mencionado acima nao valer de nada, que seja alienada com fim exclusivo para construção de um CEASA regional.De projetos estamos cansados, queremos resultado,recordo até da nova rodoviária que articularam em meados de 2011 e até hoje nada.Absurdo também, no antigo hotel century enorme area verde com arvores centenarias, todas derrubadas.O poder público só pensa naquilo( $ ) e a fiscalizaçao?”

Everton

23 de outubro, 2019 | 06:29

“Se venderem vão destruir a mata do morro da Usipa e os moradores dos bairros Horto, Caladinho, Mangueiras e principalmente Amaro Lanari vão sofrer as enormes consequências!

As enchentes serão muito piores do que já são, além disso ocorrerá o crescimento desordenado, favelização, extinção dos animais que ali sobrevivem, além da extinção da natureza que ainda existe no local!

Não queremos a destruição da mata do morro da Usipa!
Queremos a sua preservação e reflorestamento urgente!”

Joel

23 de outubro, 2019 | 00:56

“Tem que ter cautela. Vender áreas verdes para saldar dividas, não acho melhor caminho, pois elas são finitas. melhor melhorar a gestão dos recursos, administrar melhor, reduzir regalias dos tres poderes e por ai vai...”

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