19 de outubro, de 2019 | 13:00

Áreas atingidas por incêndios em Ipatinga são monitoradas

Com os altos índices de sinistros, a administração municipal informou ter intensificado, por meio da Secretaria de Segurança e Convivência Cidadã (Sescon), o monitoramento nas áreas afetadas

Secom-PMI
De acordo com o Corpo de Bombeiros, a grande maioria dos sinistros é típica de ações criminosas; denúncias podem ser feitas ao Disque 181De acordo com o Corpo de Bombeiros, a grande maioria dos sinistros é típica de ações criminosas; denúncias podem ser feitas ao Disque 181

O número de incêndios florestais registrados pelo 11º Batalhão de Corpo de Bombeiros em Ipatinga aumentou 118% entre janeiro a setembro de 2019, na comparação com o mesmo período do ano passado. Nos primeiros nove meses deste ano, o total de incêndios registrados foi de 192, contra 88 no mesmo intervalo de tempo de 2018. Neste ano, a maior elevação de focos de incêndio foi notada no Inverno. Em junho foram registrados 30 focos e, no mês seguinte, as ocorrências quase dobraram, passando para 51.

Com os altos índices de sinistros, a administração municipal informou ter intensificado, por meio da Secretaria de Segurança e Convivência Cidadã (Sescon), o monitoramento nas áreas afetadas. De acordo com a repartição, somente em outubro já foram registrados incêndios de grandes proporções em áreas de pasto e rurais não protegidas, como no bairro Ferroviários, Vila Celeste e Forquilha, além de encostas dos bairros Taúbas e Bom Jardim. Os trabalhos de combate aos incêndios foram intensos e difíceis, já que em muitos locais existiam residências próximas.

“A Defesa Civil, órgão ligado à Secretaria Municipal de Segurança, faz um acompanhamento junto com o Corpo de Bombeiros e a Polícia de Meio Ambiente nos locais de incêndios, para verificar se não há nenhuma residência próxima aos focos. Caso haja, o morador é orientado a deixar o local até que o fogo seja completamente debelado. Todas as nossas ações são para impedir que a queimada se aproxime das residências”, explicou o secretário Ednilson Emerique Caldeira.

Crime

As queimadas são processos que podem ser desencadeados com ou sem o auxílio da atividade humana, assim como se darem por razões naturais – como estiagem, temperatura alta e baixa umidade do ar, aponta a secretaria. As queimadas nas áreas verdes podem estar ligadas ainda a incêndios criminosos, o que para o Corpo de Bombeiros representa a grande maioria dos casos.

“A maior parte dos incêndios pode, sim, ser de origem criminosa, pela característica que eles apresentam, porque quando o Corpo de Bombeiros vai combater são observados vários focos em diferentes locais, o que nos faz entender que é impossível que eles ocorram de forma natural em diversos pontos ao mesmo tempo”, considera o capitão Tiago Ferraz, do 11º Batalhão do Corpo de Bombeiros de Ipatinga. Ele enfatiza que as denúncias de incêndios criminosos devem ser feitas pelo telefone 181.

Secom-PMI
Nos primeiros nove meses deste ano, o total de incêndios registrados foi de 192, contra 88 no mesmo intervalo de tempo de 2018Nos primeiros nove meses deste ano, o total de incêndios registrados foi de 192, contra 88 no mesmo intervalo de tempo de 2018
Impacto ambiental

Os impactos negativos das queimadas são muitos: mudanças climáticas, aumento do aquecimento global, prejuízos à biodiversidade e à dinâmica dos ecossistemas, assim como a diversos tipos de agricultura e pecuária.

Os princípios de queimadas que se disseminam mais rapidamente e são extremamente danosos são os provocados pelas pontas de cigarro, já que sua condição é em forma plena de brasa. Outro problema sério são as queimadas irregulares muitas vezes utilizadas para limpeza de lotes e pastos.

Como as formações das árvores, plantas e vegetais derivaram de longos e complexos processos de transferências genéticas (realizadas por insetos por meio da polinização, por exemplo), a recuperação de determinadas áreas ou vegetação local fica prejudicada, podendo afetar o processo evolutivo da fauna em fase de desenvolvimento.

O engenheiro florestal do Departamento de Meio Ambiente de Ipatinga, Mateus dos Reis, explica que o tipo de floresta predominante na região pertence ao bioma Mata Atlântica, muito suscetível aos efeitos negativos dos incêndios. “Dentro destes ambientes, há perda de biodiversidade tanto de flora quanto da fauna, assim como a redução da fertilidade do solo, importante para o desenvolvimento das plantas. O que a gente percebe é que muitos dos incêndios têm atingido áreas que foram recuperadas com projetos de reflorestamento, causando forte prejuízo ambiental. Eles provocam a morte das mudas e impedem que uma floresta se estabeleça a longo prazo nestes locais, que geralmente estão associados a uma nascente”, esclarece.

Mateus lembra ainda que a queima do material orgânico libera grandes quantidades de gás carbônico, um dos principais a contribuírem para o aquecimento global. “Além disso, alguns estudos científicos já afirmam que as partículas emitidas durante os incêndios impedem a formação de nuvens responsáveis pelas chuvas”, complementou o engenheiro.

Outras consequências

Além de todos os aspectos negativos já mencionados, o grau e quantidade de elementos tóxicos presentes nas fumaças, como o carbono e o enxofre, afetam o organismo humano no presente momento e futuramente, provocando infecções do sistema respiratório, vermelhidão e alergia na pele, irritação dos olhos e garganta, desordens cardiovasculares, asma, conjuntivite, bronquite, tosse, falta de ar e podem resultar até mesmo em transtornos psicológicos.
Encontrou um erro, ou quer sugerir uma notícia? Fale com o editor: [email protected]
MAK SOLUTIONS MAK 02 - 728-90

Comentários

Aviso - Os comentários não representam a opinião do Portal Diário do Aço e são de responsabilidade de seus autores. Não serão aprovados comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes. O Diário do Aço modera todas as mensagens e resguarda o direito de reprovar textos ofensivos que não respeitem os critérios estabelecidos.

Antonio Alves da Silva

20 de outubro, 2019 | 14:25

“Eu fico indignado, ao ver uma reportagem desta onde o corpo de bombeiros tem a coragem de dizer que ficam monitorando os incêndios para evitar que os mesmos cheguem as residências.
Param os veículos nas ruas próximas e ficam esperando as chamas chegarem.
Quando o que deveriam fazer é irem em combate direto ao foco.
Porque não temos em nossa região aviões de combate à incêndio, com grandes empresas que são proprietárias de grandes estencoes de terras em florestas.
Matas municipais, mata do estado e particulares.”

Wanderlei

20 de outubro, 2019 | 12:54

“Sempre que ocorre estas queimadas, há um grande gasto financeiro por parte de cada habitante da cidade, seja com remédios, médicos e outros. Devia haver algum órgão ( municipal de preferencia) que buscassem os culpados por isso e leis que bloqueassem os bens dos culpados imediatamente para reparo destes danos e, se o ¨bandido incendiário¨ não tiver bens materiais, que o coloquem na cadeia por um bom tempo.”

Joao

19 de outubro, 2019 | 23:49

“O Brasil virou terra sem lei, aqui pode tudo e nada acontece, os nossos governantes tem que trabalhar para a ordem e progresso e nao para desmandos e corrupção!”

Envie seu Comentário