01 de outubro, de 2019 | 06:46
Gilmar Mendes suspende processos do Caso Queiroz
Decisão do ministro atende a pedido do senador Flávio Bolsonaro, para quem Fabrício Queiroz tinha trabalhado como assessor na Assembleia Legislativa do RJ
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, suspendeu processos envolvendo a quebra do sigilo do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) no caso do seu ex-assessor Fabrício Queiroz.Álbum pessoal
O então deputado estadual do RJ, Flávio Bolsonaro, hoje senador e o então assessor na ALRJ, Fabrício Queiroz

Os processos apuravam um possível esquema de rachadinha”, praticado no gabinete do então deputado estadual no Rio de Janeiro, Flávio Bolsonaro, quando um servidor repassa parte ou a totalidade de seu salário ao político que o emprega. Possivelmente por causa desse esquema, os órgãos de fiscaização financeira detectaram movimentação atípica de R$ 1,2 milhão nas contas de Fabrício Queiroz, ex-assessor do parlamentar.
A decisão de Gilmar atende a um pedido do advogado Frederick Wassef, defensor do filho mais velho do presidente Jair Bolsonaro. Wassef esteve reunido com o presidente, no Palácio da Alvorada, no dia 28.
Gilmar Mendes destacou em sua decisão, nessa segunda-feira, um email enviado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ), de 14 de dezembro de 2018, segundo o qual o órgão solicita informações ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf, hoje rebatizado como Unidade de Inteligência Financeira, UIF) sem prévia autorização judicial.
Ressalta-se que, ao invés de solicitar autorização judicial para a quebra dos sigilos fiscais e bancários do reclamante, o Parquet (Ministério Público) estadual requereu diretamente ao Coaf, por e-mail, informações sigilosas, sem a devida autorização judicial, de modo a nitidamente ultrapassar as balizas objetivas determinadas na decisão paradigma”, enfatizou o ministro na decisão.
Gilmar ainda determinou que, diante da gravidade dos fatos”, o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) apure a responsabilidade funcional de membros do MP no episódio.
A decisão de Gilmar Mendes reforça uma decisão anterior, do presidente do STF, Dias Toffolo. Em uma reclamação apresentada ao Supremo no início de setembro, o senador Flávio Bolsonaro afirma que, mesmo diante de decisão do presidente do STF, Dias Toffoli, as investigações sobre ele prosseguiram. A reclamação é um tipo de ação que contesta o cumprimento de decisões do Supremo.
No novo pedido avaliado por Gilmar Mendes, o senador Flávio Bolsonaro pediu ao próprio MP e ao TJ a suspensão dos casos para cumprimento da decisão de Toffoli até julgamento definitivo pelo Supremo.
Em julho, Toffoli determinou a suspensão de todos os processos e investigações nos quais houve compartilhamento sem autorização judicial de dados sigilosos detalhados de órgãos de inteligência, como o extinto Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) hoje Unidade de Inteligência Financeira (UIF).
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Maria Lima
01 de outubro, 2019 | 08:39Novo aécio neves do Senado, vai ficar a vida inteira na sarjeta da política, sem ir para a cadeia”