24 de setembro, de 2019 | 20:33

Timoteense morre com suspeita de febre maculosa

Internada em um hospital de Belo Horizonte, ela morreu no domingo e caso ainda é investigado

Um novo caso suspeito de morte por febre maculosa, transmitida pelo carrapato estrela, é investigado por autoridades de saúde de Minas Gerais. Natural de Timóteo, a engenheira Adriane Moreira Félix, de 48 anos,que estava internada em um hospital de Belo Horizonte havia cerca de um mês, com suspeita da febre, não resistiu ao tratamento e foi a óbito no domingo (22). Ela teve complicações de saúde ao longo do tratamento.

A informação oficial é que Adriane Moreira Félix, de 48 anos, visitou um sítio da família, localizado na zona rural de Marliéria, na região de Celeste, que faz divisa com o Licuri, em Timóteo. Os primeiros sintomas foram sentidos dias depois, quando ela retornou para Belo Horizonte, onde reside e trabalha.

Ao lado do irmão Arnóbio Félix Bill Morélix, Adriane Moreira Félix é autora do livro 'Manoel Timóteo, Manoel de Timóteo - Um legado bem legal', em que conta a história de um dos pioneiros do município.

Conforme o relato oficial, depois de sentir mal a mulher foi internada em um hospital da capital mineira, quando exames deram positivo para febre maculosa, segundo informou a Secretaria de Saúde em Timóteo.

Já a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES/MG) afirmou para a imprensa nessa terça-feira que ainda não foi notificada sobre o caso suspeito. Em nota, a SES esclarece ainda que os sintomas da febre maculosa são similares à dengue, leptospirose, meningite e outra doenças com síndromes hemorrágicas.

"Sendo assim, ao ocorrer um óbito suspeito de alguma doença de notificação compulsória, ou seja, de doenças que são obrigatórios os registros de casos e óbitos, como é o caso da febre maculosa, é necessária uma comprovação laboratorial, bem como a realização de investigação epidemiológica, que é feita primeiramente pelo município de origem e, posteriormente, pela Secretaria de Estado de Saúde. Assim que houver uma atualização dos casos, faremos a divulgação”, afirmou.

Uma inspeção já foi realizada na propriedade rural e nenhum foco de carrapato foi encontrado pelos técnicos.

Casos em Minas

A Secretaria de Saúde de Minas Gerais registrou nesse ano 26 casos suspeitos de febre maculosa, entre janeiro e 12 de setembro. Destes, 10 pessoas não resistiram e morreram. Outras 16 se curaram da doença. Em 2018, foram 36 casos e 19 mortes, e 2017, 58 casos e 22 mortes.

Febre Maculosa: causas, sintomas, tratamento, diagnóstico e prevenção

A febre maculosa é uma doença infecciosa, febril aguda e de gravidade variável. Ela pode variar desde as formas clínicas leves e atípicas até formas graves, com elevada taxa de letalidade. A febre maculosa é causada por uma bactéria do gênero Rickettsia, transmitida pela picada do carrapato do cavalo, da capivara ou dos cães.

Sintomas da Febre Maculosa

Febre acima de 39ºC e calafrios, de início súbito.
Dor de cabeça intensa.
Náuseas e vômitos.
Diarreia e dor abdominal.
Dor muscular constante.
Inchaço e vermelhidão nas palmas das mãos e sola dos pés.
Gangrena nos dedos e orelhas.
Paralisia dos membros que inicia nas pernas e vai subindo até os pulmões causando paragem respiratória.
Além disso, com a evolução da Febre Maculosa é comum o aparecimento de manchas vermelhas nos pulsos e tornozelos, que não coçam, mas que podem aumentar em direção às palmas das mãos, braços ou solas dos pés.

Como ocorre a transmissão da Febre Maculosa?

A transmissão da Febre Maculosa, em seres humanos, é basicamente por meio da picada do carrapato infectado pela bactéria causadora da doença. Os carrapatos permanecem infectados durante toda a vida, em geral de 18 a 36 meses.

Ao picar e se alimentar do sangue, o carrapato transmite a bactéria por meio da saliva. Geralmente a pessoa não percebe que foi picada nem sabe aonde aconteceu, porque a picada não causa dor, apesar de ser o suficiente para abrir espaço para a bactéria entrar no organismo.

Ao atravessar a barreira da pele, a bactéria causador da Febre Maculosa chega ao cérebro, pulmões, coração, fígado, baço, pâncreas e tubo digestivo, e por isso é importante saber identificar e tratar essa doença o quanto antes para evitar maiores complicações e até mesmo a morte.

O período de incubação da doença, ou seja, período da infecção até manifestação dos primeiros sintomas, é de 2 a 14 dias, mas varia de acordo com cada pessoa. (Com informações do Ministério da Saúde)