23 de setembro, de 2019 | 15:33
Sofrência celeste
Fernando Rocha
O sofrimento parece interminável para o torcedor cruzeirense, que viu o time ser derrotado no Mineirão pela terceira vez consecutiva neste Campeonato Brasileiro.O placar de 2 x 1 para o poderoso Flamengo, líder e atualmente o time que pratica o melhor futebol no país, poderia até ser tolerado por se tratar de um clássico nacional, entre dois gigantes do nosso futebol, não fosse a fase ruim vivida pelo time celeste.
A preocupação com uma possível queda só aumenta a pressão, cada vez maior, sobre jogadores e comissão técnica, com nítidos reflexos na atuação do time em campo, onde até mesmo quem não costuma falhar, como o goleiro e ídolo Fábio no primeiro gol rubro-negro, acaba cometendo erros infantis e prejudicando a equipe.
O desempenho do time nos próximos cinco jogos será fundamental para decidir o futuro da Raposa na temporada: Ceará (nesta quarta-feira/25, fora), Goiás (dia 29, fora), Internacional (5/10, em casa), Fluminense (9/10, em casa) e Chapecoense (13/10, fora).
Serão três jogos fora e dois em casa, contra quatro adversários diretos na luta para escapar do rebaixamento, nos quais o Cruzeiro precisa conquistar ao menos 10 dos 15 pontos disputados. Caso contrário, a inédita queda para a Série B nacional se tornará algo bastante provável.
Nariz torcido
Mesmo com nariz torcido de uma parte da torcida, que cobra resultados positivos do time em campo, revoltada com a atual diretoria devido às contratações erradas, time envelhecido e nenhum título nesta temporada, o sonho do Atlético de possuir o estádio próprio parece cada vez mais real.
Em entrevista neste fim de semana, o diretor executivo do empreendimento, Bruno Muzzi, disse que 97% dos trâmites burocráticos já foram cumpridos”, prevendo o início das obras para o começo de 2020.
E apesar dos maus resultados recentes, o Mineirão ficará lotado nesta quinta-feira, quando o Galo enfrentará o modesto Colón, da Argentina, precisando da vitória mínima de 1 x 0 para continuar sonhando com o título da Sul-Americana, o que, além de uma boa grana, garantiria sua presença na Libertadores em 2020.
Apesar de toda essa incerteza quanto aos resultados do time em campo, o projeto da Arena MRV” segue firme, um estádio para o atleticano se orgulhar e chamar de seu para sempre, com capacidade para 47 mil torcedores, ao custo de R$ 410 milhões e, de acordo com o Atlético, a ser construído com recursos próprios, sem tirar um centavo do futebol. A conferir!
FIM DE PAPO
Em setembro do ano passado foi aprovada pelos conselheiros do clube a venda de 50,1% do shopping Diamond Mall, adquirido pela empresa Multiplan, o que gerou R$ 250 milhões, destinados a custear parte da obra. O restante será captado por meio da venda do chamado naming rights” (direito ao nome do estádio), que foi adquirido pela MRV por R$ 60 milhões, além da venda de 4.700 cadeiras cativas, que vão gerar algo em torno de R$ 100 milhões. Neste caso, 60% do valor estão garantidos pelo milionário ex-presidente Ricardo Guimarães, dono do banco BMG e um dos atuais mecenas do alvinegro.
Ouvir alguém dizer que o rio só corre para o mar”, não é nada estranho aqui nestes grotões. Então, o terreno onde será erguido o estádio do Galo, na região do bairro Califórnia, em Belo Horizonte, avaliado em aproximadamente R$ 50 milhões, foi doado por outro grande mecenas do alvinegro, o milionário Rubens Menin, dono da MRV, a maior empresa do setor imobiliário na América Latina.
Altruísmo que de fato merece exaltação, pois além de inserir o Atlético definitivamente no rol das potências do futebol mundial, o estádio trará enormes benefícios e movimentará a economia pelo incremento o setor de eventos na capital, além de gerar milhares de empregos durante as obras e depois de pronto. E também vai levar desenvolvimento através de obras de infraestrutura e mobilidade urbana, beneficiando a população de uma região até então esquecida pelos políticos de Belo Horizonte.
Neste contexto, os proprietários de terrenos da região onde o estádio será construído estão rindo à toa, já recebendo os bônus relativos à valorização do seu patrimônio, o que é normal no regime capitalista. Quem também sairá lucrando muito com tudo isso será a família Menin, dona da MRV e doadora do terreno para o Galo, que em futuro próximo certamente irá lançar na região vários empreendimentos imobiliários e terá lucros milionários, pois uma mão lava a outra, e as duas lavam o rosto”, ou como diria o saudoso Ibrahim Sued, introdutor do jornalismo nas frivolidades do colunismo social: Cavalo não desce escada”. (Fecha o pano!)
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