20 de setembro, de 2019 | 14:03

O chefe, que pena, nem sempre é um líder

Celso Estrella *

Durante muitos anos venho me deparando com debates sobre liderança. O assunto é empolgante porque afeta todas as pessoas em diferentes situações de vida, no seu trabalho, na comunidade, na família, no esporte e até no jogo de truco.

Por exemplo, defendo a tese que a liderança pode ser aprimorada e acreditar que a pessoa já nasce líder não passa de justificativa para a falta de vontade de desenvolver-se.

De todo modo, quando o indivíduo é promovido a um cargo de chefia, tem que assumir a responsabilidade pelos resultados do setor e para que isso aconteça vai depender do desempenho das pessoas. Se o novo chefe tiver as competências necessárias à boa liderança terá sucesso na empreitada, caso contrário, mais cedo ou mais tarde, será substituído e a empresa terá amargado os prejuízos decorrentes desse erro.

Mas afinal, por que isso acontece? Por que se promove alguém indevidamente? Posso apontar algumas razões para a reflexão do leitor: A primeira é a urgência. Quando não há planejamento, quando não se tomam as providencias para preparar um substituto interno à altura ou mesmo iniciar um processo de contratação no mercado com a devida antecedência, opta-se por escolher quem estiver disponível relegando a um segundo plano a questão da liderança.

Outra situação muito comum é a de se escolher o melhor profissional da equipe e premiá-lo com a promoção e com isso geralmente se erra duplamente pois, além de não podermos mais contar com nosso melhor profissional para desempenhar o trabalho, ganhamos um chefe ineficaz. Agora teremos que buscar 2 pessoas no mercado.

Também não é raro que se designe para posições de chefia pessoas da nossa maior confiança, que certamente demonstrarão um esforço honesto para dirigir o grupo mas fracassarão por falta de liderança.

A grande maioria das pessoas concorda que chefiar é administrar recursos para alcançar os objetivos determinados pela direção da empresa e portanto, alguém que tem formação técnica teria tudo para controlar materiais, equipamentos e processos, se pudesse faze-lo sozinho, porém dependerá sempre de pessoas para realizar as tarefas e, se não tiver as competências necessárias ao líder, não terá sucesso.

Como superar essa situação? A resposta é simples porém exige disciplina e planejamento e nossas recomendações mínimas são: Cada chefe deve ter alguém da equipe preparado para assumir a qualquer momento. A empresa deve analisar continuamente o desempenho dos colaboradores para detectar os potencias líderes e desenvolve-los.
Antes de contratar ou promover uma pessoa providenciar para que passe pelos testes disponíveis, aplicados por psicólogos, que podem dar subsídios para evitarmos erros na escolha.

Concluindo, chefes podem ser nomeados e, a bem da verdade, qualquer pessoa pode assumir a chefia de um departamento mas só terá sucesso se for um líder!

* Engenheiro Industrial especialista em Técnicas Japonesas de Gestão e diretor da CriaCorp-Desenvolvimento Empresarial www.criacorp.com.br
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Comentários

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Gildázio Garcia Vitor

20 de setembro, 2019 | 14:36

“O presidente Bolsonaro é um chefe, mas não é um líder.”

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