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07 de setembro, de 2019 | 16:00

Tudo errado

Fernando Rocha

Divulgação
Fernando RochaFernando Rocha
Ainda sobre o impacto da derrota de goleada e a eliminação na Copa do Brasil para o Internacional, o Cruzeiro terá que se reinventar para vencer hoje o time do Grêmio, que também foi derrotado e eliminado na mesma competição pelo Atlético-PR.

O que mais chama a atenção no Cruzeiro são os desencontros de opiniões do recém-chegado técnico, Rogério Ceni, com alguns jogadores experientes e líderes do time, sobretudo Thiago Neves, que o criticou publicamente pelo que considerou “excesso de mudanças feitas à última hora na equipe”.

Ainda mais estranho foi o que disse o treinador sobre o motivo de ter barrado o lateral Edílson, atribuindo sua decisão a uma entrevista do jogador para um site esportivo, na qual se dizia “sem ritmo” ou ainda “sem condições” para atuar.

Roupa suja
Em primeiro lugar, roupa suja deve ser lavada em casa, portanto, Thiago Neves errou ao expor sua opinião publicamente, e isso só deveria ocorrer no ambiente interno do grupo.
Por outro lado, não há explicação lógica para a atitude do técnico, que nunca poderia optar por este ou aquele jogador com base em uma entrevista do mesmo, sem antes ter tido uma conversa pessoal com o atleta, para saber de suas reais condições físicas e técnicas.

Enfim, tem muita coisa para mudar no Cruzeiro, sobretudo visando a próxima temporada, a começar pela necessidade de uma reformulação do elenco, que está bastante envelhecido e corrompido internamente, carecendo de tomadas de decisão mais duras no âmbito administrativo.

FIM DE PAPO
• A verdade é que, na quarta-feira (4), o time do Cruzeiro esteve bem pior do que o que se viu nos últimos jogos realizados na era de Mano Menezes. Mas acho que há muita precipitação ao atribuir somente ao Rogério Ceni a culpa pelo fracasso diante do Colorado, pelo fato de ter exagerado em improvisações e mexidas na equipe. O trabalho de Ceni está apenas começando, e chamá-lo de “Professor Pardal” ou compará-lo a Adilson Batista é pura maldade.

• O boa-praça Jair Pereira, ex-jogador e ex-treinador campeão no Cruzeiro e em vários outros grandes clubes nos anos 1990, costumava dizer que, no futebol, “a estratégia certa é a que dá certo”. Rogério Ceni traçou a sua e deu errado, mas se tivesse acontecido o contrário seria chamado de ‘gênio’. Outro ex-técnico, o saudoso Otto Glória, também tinha sua definição para os altos e baixos da profissão de treinador de futebol: “Se ganha é bestial, se perde é uma besta”, dizia.

• A novidade do Atlético neste domingo (8), no Rio de Janeiro, contra o Botafogo, será a estreia do goleiro Wilson, 35 anos, até então reserva do ‘excelente’ Muralha, no Coritiba, que disputa a Série B nacional. É impressionante a falta de planejamento do departamento de futebol do Galo, pois não é de hoje que se sabe das lesões de quatro dos cinco goleiros que compõem o seu grupo profissional, mas deixou para a última hora a contratação do substituto, que será titular hoje sem ritmo ideal de jogo, além de ainda não saber direito o nome dos colegas de time.

• Ronaldinho Gaúcho foi cabo eleitoral do atual governo na última eleição. E por tudo o que fez no futebol, ele foi nomeado nosso “Embaixador Mundial do Turismo”. Não discuto o mérito, mas Ronaldinho está com o passaporte aprendido pelo STF, até que pague uma multa por crimes ambientais cometidos em Porto Alegre, algo em torno de R$ 8,5 milhões, café pequeno para quem é milionário como ele.

Por isso ele não pode sair do Brasil, não pode viajar, assim como acontece com Marco Polo Del Nero, Ricardo Teixeira e outros ex-presidentes da CBF, acusados de corrupção e que, se saírem do país, correm o risco de serem presos. Certo é que, por outro motivo não menos relevante, Ronaldinho Gaúcho, o “Embaixador do Turismo”, também não pode viajar ao exterior, um retrato fidedigno do país atual, em tempo de comemorações da chamada Independência. (Fecha o pano!)
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