EXPO USIPA 2024 02 - 728X90

01 de setembro, de 2019 | 10:59

Dois absolvidos e um condenado pelo Tribunal do Júri de Timóteo

Julgamentos ocorreram ao longo da semana no Salão do Júri do Fórum da Comarca timoteense

Arquivo/Diário do Aço
"Beto Pina" (esquerda) foi morto pelo cunhado Emerson Dias depois de uma confusão entre os dois

O Tribunal do Júri da Comarca de Timóteo se reuniu nesta semana que se passou. Em três julgamentos realizados, dois réus foram absolvidos e um condenado. A sessão ocorrida quinta-feira (29) terminou em condenação de 12 anos e seis meses de prisão para Emerson Dias da Silva, de 44 anos. Ele foi julgado pelo assassinato do cunhado, José Roberto Araújo Pina, de 55 anos, o “Beto Pina”.

O homicídio de Beto Pina, conhecido vendedor de automóveis usados em Timóteo, foi o desfecho de um desentendimento que ocorreu entre os cunhados, fato ocorrido na noite de 30 de abril de 2018. Eles moravam no mesmo endereço no bairro Bromélias e tiveram uma briga, inclusive gerando uma ocorrência de agressão.

Assim que Beto Pina saiu, após o atendimento realizado pela Polícia Militar, e foi para a casa da irmã na rua Padre Questor, no bairro Timirim, houve novo encontro entre os dois cunhados ocorrendo o assassinato a tiros. José Roberto foi localizado dois dias depois escondido em uma casa no bairro Alvorada e confessou a autoria do crime, inclusive confirmando o fato ao Diário do Aço.

A Sessão do Júri começou às 9h. O réu foi defendido pelo advogado Kaster Lúcio Rodrigues Abreu e o advogado Bruno Luiz de Souza Silva participou como assistente da acusação. No fim dos trabalhos, o Conselho de Sentença considerou Emerson Dias culpado pelo homicídio qualificado.

O réu foi sentenciado a 12 anos e seis meses de prisão e vai aguardar preso o prazo de recurso. O advogado de defesa do condenado, Kaster Lúcio, informou ao Diário do Aço que já recorreu do julgamento. Emerson estava em liberdade provisória até o dia do julgamento. O Ministério Público havia recorrido junto ao Tribunal de Justiça de Minas Gerais sobre a liberdade do réu e ele, ao se apresentar para ser julgado, acabou preso.

Morte no Novo Tempo
Na terça-feira, o Conselho de Sentença julgou e absolveu o réu Lucas Avelino Pereira, de 28 anos, pelo assassinato de André Lúcio Soares, morto a tiros em 22 de março de 2012 na rua Via-láctea, no bairro Novo Tempo. André era funcionário público municipal e prestava serviços na delegacia de Polícia Civil, cedido pela administração de Timóteo.
André foi assassinado no Novo Tempo em 22 de março de 2012André foi assassinado no Novo Tempo em 22 de março de 2012

O local de trabalho da vítima, uma delegacia, e o fato de morar em um bairro com alto índice de violência na época podem ter levado os infratores a acreditarem que André seria “X-9” da polícia ou seja, delator de criminosos. Mas essa não era a realidade. “Fato esse que não ocorria”, como ressaltou o delegado Gilmaro Alves responsável pelas investigações na época do crime.

Lucas, indicado como executor do crime a mando de outra pessoa, já havia sido julgado pelo homicídio em 2014 e também foi absolvido. O Ministério Público recorreu junto ao Tribunal de Justiça e conseguiu anular a decisão dos jurados sob fundamento de decisão contrária às provas dos autos. O réu foi levado a novo julgamento nesta terça-feira.

O advogado Thiago Xavier de Souza defendeu Lucas na Sessão do Júri que teve o promotor da Comarca de Caratinga, Rafael Moreno, trabalhando na acusação. O defensor do réu conseguiu novamente absolver seu cliente por falta de provas, tese acatada pelo Conselho de Sentença. Outro réu neste processo, que foi desmembrado, Wemerson Ferreira Martins, de 33 anos, denunciado como mandante do crime, já foi julgado e também absolvido, conforme informou Thiago.

Suspeito de atentado no Macuco
Na quarta-feira (28), outro julgamento acabou em absolvição para o réu foi de Leones Silva Santos, de 22 anos, o “Léo da Baiana”, pela tentativa de homicídio ocorrido no dia 5 de janeiro de 2018.

O crime ocorreu na rua Curiango, no bairro Macuco, e teve como vítima Warlen de Jesus Paula, de 36 anos. Leones era suspeito de estar em companhia de Wiverson Ricardo Santos, de 25 anos, o “Bomba”, que teria sido o autor dos tiros.

Léo foi localizado e preso, inclusive em entrevista ao Diário do Aço negou ter qualquer participação no crime. Ele alegou na época que no momento da tentativa de homicídio estava em casa e não tinha nenhuma desavença com a vítima do atentado.

Wiverson acabou sendo morto no dia 9 de fevereiro de 2018, crime que pode ter sido por retaliação ao atentando contra Warlen. Bomba foi assassinado dentro de casa com vários tiros e na ocasião a polícia levantou o nome de um suspeito de ter participado na execução de Wiverson.

Leones foi levado a julgamento e defendido pelo advogado Wyllerson Balmant de Paula, da Assistência Judiciária Municipal de Timóteo. O defensor conseguiu junto ao Conselho de Sentença que a tese de negativa de autoria fosse acatada, entendimento aceito pelos jurados, e a absolvição do réu foi feita pelo juiz que presidiu a sessão do Júri.
Encontrou um erro, ou quer sugerir uma notícia? Fale com o editor: [email protected]

Comentários

Aviso - Os comentários não representam a opinião do Portal Diário do Aço e são de responsabilidade de seus autores. Não serão aprovados comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes. O Diário do Aço modera todas as mensagens e resguarda o direito de reprovar textos ofensivos que não respeitem os critérios estabelecidos.

Bruce

01 de setembro, 2019 | 15:19

“Sobre a tentativa de homicídio, o Bomba não foi autor dos tiros e sim o próprio Leones, que estava tentando se esconder em uma construção abandonada, os militares interrogaram a vítima e esta falou que o autor seria Leones (várias denúncias anônimas relatam que Leones seria autor e estava escondido) e foi encontrado e preso pela polícia, pois a vítima teria reconhecido ele como o autor dos disparos, o Bomba iria ser autor dos disparos, porém a vítima entrou em luta corporal e o Bomba perdeu a arma, deixando cair e deu uma gravata na vítima, Leones pegou a arma e desferiu vários tiros, sendo 4 tiros atigindo nas costas de Warlen. Bomba teria jogado um bloquete (usado para fazer meio fio) na cabeça de Warlen, mesmo assim, este sobreviveu para relatar os fatos. Os militares tiraram fotos do Leones e a vítima o reconheceu de imediato.”

Envie seu Comentário