26 de agosto, de 2019 | 14:39
Classificação ameaçada
Fernando Rocha
A torcida do Atlético mais uma vez lotou o Independência, no sábado (24) de manhã, confiante em mais uma vitória da equipe, que ainda não havia perdido em sua casa nesta temporada.E por conta de um erro estratégico do técnico Rodrigo Santana, que decidiu escalar um time quase todo reserva para enfrentar o Bahia, acabou mesmo foi vendo uma derrota por 1 x 0, e teve o seu fim de semana estragado.
Com o seu elenco limitado, o Galo só terá chances de continuar brigando na ponta do Brasileirão, competição que não ganha há 48 anos, se usar permanentemente todos os titulares.
A equipe tem, sim, mais chances na Copa Sul-Americana, onde os adversários são bem mais fracos, mas lá também corre sério risco de ser eliminado por um adversário muito fraco, porém esforçado e motivado, o pequeno La Equidad, em partida a ser disputada esta noite, na Colômbia.
O Galo tem a vantagem do empate, já que venceu o jogo de ida, em casa, por 2 x 1, placar muito apertado e que dá aos colombianos a chance de se classificar com uma vitória simples, por 1 x 0, o que se acontecer será um vexame de consequências imprevisíveis para o alvinegro no restante da temporada.
Castigo merecido
O Cruzeiro melhorou nos últimos dois jogos desde a chegada de Rogério Ceni, e somou quatro pontos em seis disputados, contra Santos e CSA. Além disso, viu uma melhora significativa de algumas peças até então apagadas, como o artilheiro Fred, que marcou em duas partidas consecutivas, e Thiago Neves, que além de marcar um gol contra o Santos, voltou a jogar bem.
O Cruzeiro, com uma campanha muito fraca, dependia do resultado de ontem entre Botafogo x Chapecoense, para saber se continuaria em 16º lugar, fora da zona de rebaixamento.
Com o Brasileirão chegando quase à metade, o time celeste perdeu da Chapecoense, no Mineirão (1×2), foi goleado pelo Fluminense, no Maracanã (1×4), empatou com o Avaí, na Ressacada (2×2) e agora empatou com o CSA, em Maceió (1×1).
Com estes resultados negativos, o Cruzeiro soma dez pontos perdidos e irrecuperáveis, contra times teoricamente mais fracos e que são, no momento, adversários diretos para escapar do rebaixamento, algo constrangedor para quem, no início do ano, era tido como um dos favoritos nas principais disputas nacionais e continentais.
FIM DE PAPO
O Cruzeiro até que começou bem a partida, dando a impressão de que iria golear o fraco time do CSA. Mas depois que fez 1 x 0 com um gol de Fred, aos 10 minutos, a equipe achou que marcaria outros na hora que bem entendesse e deixou o CSA crescer na partida, até empatar aos 50 do 2º tempo. O futebol tem leis próprias, ou como costuma dizer o ex-técnico e hoje comentarista do SporTV, Muricy Ramalho: A bola pune”.
Entre as muitas declarações do tipo bobagens ao vento, ditas por treinadores e jogadores para justificar suas trapalhadas, uma das mais bizarras foi proferida pelo técnico do Atlético, Rodrigo Santana, após a derrota diante do Bahia. Santana, que ainda é um projeto de treinador, disse que o time irá tentar recuperar os pontos perdidos nos jogos fora de casa. Alguém precisa dizer a ele que a fórmula de pontos corridos é como água passando debaixo da ponte. O que passou não volta mais. Os pontos perdidos são irrecuperáveis e sua falta será sentida lá no final.
Dos cinco primeiros colocados, quatro são paulistas, mas quem lidera é o carioca Flamengo. Pelo batido da lata, com um elenco forte e milionário, além disso, jogando bem como está, será difícil a taça de campeão não ir parar no Ninho do Urubu. Por enquanto, prefiro me acautelar a este respeito, até porque o VAR está aí, ainda como a grande novidade, algo diferente que pode mudar resultados, ao anular gols e validar lances capitais, pois até então, na dúvida, os assopradores de apito sempre decidiam a favor dos chamados grandes do eixo Rio/SP.
Por falar em arbitragem, e em razão do VAR, este ano as emissoras de TV contrataram ex-árbitros para analisar os lances dos jogos e etc, o que tem gerado situações curiosas, algumas até constrangedoras, como foi o caso do ex-juiz Paulo César Oliveira ter de opinar sobre a atuação do próprio irmão, Luiz Flávio, no jogo Cruzeiro x Internacional.
Mas, agora, eles descobriram uma maneira de deixar sua decisão no ar, sem se comprometer com os ex-colegas de profissão. Em vez de dizer se foi ou não pênalti, impedimento ou falta, o comentarista da arbitragem diz: Eu não daria”. Ou: Eu daria...”. E assim fica o dito pelo não dito, meio pedra, meio tijolo. (Fecha o pano!)
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