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20 de agosto, de 2019 | 15:30

Monumentos Literários

Luiz Carlos Amorim *

Está fazendo quase dois anos que o mural de Franklin Cascaes, o grande escritor e pesquisador da cultura açoriana e do folclore catarinense, foi retratado em um painel de 34 metros de altura por 12 de largura, na capital catarinense, Florianópolis.

Dá-me orgulho ver que os artistas contemporâneos – como aqueles que estão pintando os murais – estão colocando nossos grandes nomes das letras ao alcance dos olhos de toda a gente, para que nos lembremos de que eles existiram, graças a Deus, e que a obra deles está aí, para que a conheçamos e a admiremos, para que a gente volte a lê-la e divulgá-la, pois é um patrimônio cultural eterno. Precisamos valorizar a obra de nossos escritores, incentivar a sua leitura, pois sua obra merece ser recriada sempre e sempre.

Depois de Cascaes, o escritor que estabeleceu a magia da Ilha com suas histórias fantásticas de boitatás, lobisomens, fantasmas, feiticeiras, bruxas e embruxados no cenário da Ilha de Santa Catarina e do mar de Coqueiros, no continente, com suas pedras gigantes brotando do mar, que seriam as bruxas petrificadas, tivemos o poeta Cruz e Sousa. O Grande Cisne Negro, o maior simbolista brasileiro, está com o cisne que o identifica e um poema seu, “Devaneio”, em outro conjunto de murais.

Uma obra monumental, que coloca o maior poeta catarinense à frente de nossos olhos para que busquemos sua obra e usufruamos dela, para que incentivarmos sua leitura, uma vez que é a obra-prima de um dos maiores poetas brasileiros.

E agora é a vez de Antonieta de Barros. Foi concluída agora outra grande obra de arte urbana na parede lateral do Edifício Atlas, na Rua Tenente Silveira, 200, em Florianópolis. Antonieta de Barros (1901-1952) foi professora, jornalista e escritora, além de ter sido primeira mulher a ser eleita no Brasil: foi deputada estadual entre 1935 e 1937.

Então, para nossa felicidade e orgulho, a capital ‘catarina’ fica ainda mais bonita, com o painel da querida Antonieta de Barros no Edifício Atlas. E a pouco menos de 200 metros dali, ela poderá ‘avistar’ o rosto do poeta Cruz e Sousa (1861-1898), no mural do Museu Histórico de SC, na frente da Praça XV, que foi concluído em junho. Mais adiante um pouquinho, o mural de Franklin Cascaes, o escritor que tornou mágica a nossa Ilha. Nossos grandes nomes guardando a cidade e lembrando que a obra que eles nos deixaram, obras-primas, estão aí para que a recriemos, para a gente ler e indicar e, assim, tornar mais vivos esses personagens monumentais.

* Fundador e presidente do Grupo Literário A ILHA em SC, editor das Edições A ILHA. Ocupante da cadeira 19 da Academia Sul-Brasileira de Letras. http://lcamorim.blogspot.com.br – http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br.
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