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16 de agosto, de 2019 | 16:00

A ansiedade e o trabalho

Raquel Mello *

A Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta que o Brasil vive uma epidemia de ansiedade. De acordo com o órgão, nosso país possui o maior número de ansiosos do mundo: 18,6 milhões de pessoas, o que representa 9,3% da população. As mulheres são as que mais sofrem: 7,7% das brasileiras são afetadas. Os afastamentos de profissionais por conta da doença custaram R$ 1,3 bilhão, em 2016, à Secretaria de Previdência. No mundo, há mais de 260 milhões de indivíduos com o transtorno.

Algumas questões relacionadas à saúde psíquica começam a aparecer após anos de trabalho. Caso falemos da síndrome de ‘Burnout’, isso é uma verdade, pois não aparece repentinamente como resposta a um estressor determinado. Ela emerge em uma sequência determinada de tempo. Mas existem outros transtornos - como depressão e ansiedade - que são comuns nos trabalhadores brasileiros, e para os quais não existe uma determinação de anos para ocorrer. 

O trabalho atual foca na transição da força física para a intelectual. O grande diferencial do trabalhador está na capacidade de resiliência e aprendizagem acelerada. É exatamente neste ponto que muitas empresas se perdem, com uma exigência intensa na questão emocional gerando uma pressão interna e aumento de estresse, que pode levar aos transtornos psíquicos.

A saúde mental é responsável pela qualidade de vida, ou seja, o equilíbrio entre a vida profissional, que são  os resultados e produtividade, a vida amorosa, relacionamentos amorosos, a vida familiar, que são questões ligadas ao relacionamento familiar, e a vida social, que é composta pelo relacionamento com amigos e comunidade. Sem equilíbrio, nosso senso de felicidade é diretamente afetado.

Nosso corpo nos dá sinais quando algo não vai bem. Existem sintomas fisiológicos e psicológicos quando o trabalho está gerando ansiedade no colaborador. Nos sintomas fisiológicos vemos falta de apetite, cansaço, insônia, dor na coluna, problemas digestivos e taquicardia, entre outros. Já nos sintomas psicológicos é comum perceber alta irritabilidade, frustração, falta de vontade de realizar tarefas, isolamento e fadiga emocional, entre outros. 
A dificuldade de quem está passando por esse problema é exatamente identificá-lo, pois a maioria das pessoas acredita que é apenas uma fase de estresse intenso e que irá passar.

O sintoma típico da síndrome de ‘Burnout’ é a sensação de esgotamento físico e emocional, e isso irá se refletir em atitudes negativas, como ausências no trabalho, agressividade, isolamento, mudanças bruscas de humor, irritabilidade, dificuldade de concentração, lapsos de memória, aumento de ansiedade e depressão, e sintomas físicos como dor de cabeça, cansaço intermitente, sudorese, palpitação, pressão alta, dores musculares e insônia, entre outros.

A partir do momento que existe prejuízo na vida devido ao trabalho, é hora de procurar uma avaliação. A base do tratamento para a ansiedade inclui o uso de antidepressivos e psicoterapia. Algumas estratégias para relaxar e diminuir os sintomas da ansiedade, além da psicoterapia, são a inclusão de atividades físicas, exercícios de relaxamento e ‘mindfulness’, que é a consciência plena. A técnica consiste em tratar experiências livre de julgamentos. Isso requer que você desenvolva suas próprias percepções sobre as situações, através de um conjunto de práticas, como técnicas de respiração e meditação.
 
* Psicóloga clínica com abordagem em Cognitivo Comportamental e foco em emoções, coach de bem-estar e carreira, professora de pós-graduação, palestrante e escritora. É pós-graduada em Gestão Estratégica de Recursos Humanos e em Gestão Empresarial.
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Comentários

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Samira

19 de agosto, 2019 | 00:11

“Adorei as dicas! E quem quiser saber se corre risco com a Síndrome de Burnout, eu achei esse teste de autodiagnostico: https://motivaplan.com/teste-de-burnout/”

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