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16 de agosto, de 2019 | 07:00

61 anos do marco inicial da Usiminas

O marco inicial da Usiminas é uma estrutura quadrada de madeira, onde foi cravado um prego pelas autoridades presentes ao evento, em 1958

Jane Aguiar
A estaca se encontra no hall do Centro de Controle da Usina de IpatingaA estaca se encontra no hall do Centro de Controle da Usina de Ipatinga

Neste 16 de agosto, o marco inicial da construção da Usina Intendente Câmara – Usiminas, completa 61 anos. O local da instalação foi eternizado por um pedestal de alvenaria e uma cruz, fixados no atual canteiro central da avenida Pedro Linhares Gomes. As informações são do autor do livro “Ipatinga: Cidade Jardim”, José Augusto Moraes.  

O marco inicial da Usiminas é uma estrutura quadrada de madeira, onde foi cravado um prego pelas autoridades presentes ao evento, em 1958. Até pouco tempo, esta estrutura encontrava-se no interior do escritório central da Usiminas, em Ipatinga. Atualmente, ele se encontra no interior da usina de Ipatinga, no hall do Centro de Controle.

José Augusto relata em seu livro que, no dia do lançamento do Marco Inicial da Usiminas, 16 de agosto de 1958, estavam presentes: Lucas Lopes, ex-presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDES); Amaro Lanari Júnior, o segundo presidente da Usiminas; Yukishi Sigihara, diretor da Usiminas; Yoshiro Ando, embaixador do Japão no Brasil; o então presidente da República, Juscelino Kubitschek de Oliveira; dom Helvécio, arcebispo de Mariana, e o então governador de Minas Gerais, José Francisco Bias Fortes.

“Dona Miquita, filha do Zeca Fortunato, ilustre proprietário de ‘A Ferragista’ na antiga rua do Comércio (futuras Loja São José e Casa São José), também estava presente no local. Ela conta que foi assistir à cerimônia com os filhos. Levou água e mamadeiras para as crianças, e dinheiro para comprar alguma coisa para os adultos. Foram todos a pé, a família dela e de outros moradores da vila”, descreve o livro “Ipatinga: Cidade Jardim”.

“O percurso era difícil naquela época e estava muito quente. O pior foi que a cerimônia se alongou além do esperado e não havia sequer uma barraquinha de comes e bebes. De nada adiantou o bolso cheio de dinheiro. Dona Miquita faz questão de repetir para quem quiser ouvir que nunca passou tanta fome e sede na vida”, recorda o autor em sua obra.

Madeira como pedra fundamental
Como responsável pelos assuntos de Ipatinga, na época da construção da Usiminas, Gil Guatimosim Jr. foi chamado pelo presidente Lanari para preparar a parte física de um ato inaugural dos serviços de Ipatinga, com um aviso de que o presidente Juscelino era supersticioso, não gostava de pedra fundamental.

“Ele achava que dava azar. Eu deveria imaginar outra coisa qualquer. O fato ocorreu no dia 16 de agosto de 1958. Em junho do mesmo ano, os serviços que estavam sendo feitos eram os de topografia. Então, sugeri ao Dr. Lanari cravar uma Referência de Nível. Fizemos um marco de madeira, exagerando em suas dimensões. Um prisma, seção quadrada, de braúna, em cima do qual cravaria um prego, também exagerado, a ser batido por uma marreta pelo presidente. O Dr. Lanari concordou”, disse Gil Jr., em trecho de “Ipatinga: Cidade Jardim”.

João Arataca
Já em Ipatinga, Gil Jr. diz ter contado com a ajuda do empreiteiro João Azevedo – o “João Arataca”. Ele conseguiu no almoxarifado, nas oficinas da então empresa Acesita, fazer o marco e o prego especial. “Fez a marreta com cabo e tudo, além de miniaturas da marreta que foram dadas como ‘souvenir’ a algumas pessoas. Colocamos o marco no local onde seria construído o escritório central, em frente à atual estação ferroviária. Batemos o marco, com um palanque”.

“O arcebispo de Mariana exigiu que se fizesse uma cruz e, na última hora, a estávamos fazendo. Queria também flores, mas não foi possível”, apontam os registros.

Juscelino Kubitschek
No dia do lançamento do marco inicial da Usiminas, fazia um calor escaldante em Ipatinga, ao meio-dia, horário do evento. No local, não existia nem uma arvorezinha para produzir uma sombra sequer. A cerimônia foi realizada na área que estava sendo terraplanada para a construção da Usina Intendente Câmara, quase em frente à atual estação ferroviária.

Os trechos relatados por Gil Jr. apontam ainda que Juscelino Kubitschek de Oliveira, o então presidente da República, tirou do bolso várias folhas de papel onde estava escrito seu discurso. Percebendo que era muita folha a ser lida debaixo daquele sol, o então arcebispo de Mariana, também presente ao ato, disse ao presidente que ele não deveria ler aquele discurso ali. Juscelino parece que não entendeu o recado. Porém, atendeu-o em parte. Guardou os papeis no bolso e falou de improviso. Por mais de uma hora, concluem os apontamentos.
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Comentários

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João

18 de agosto, 2019 | 13:09

“Antes uma grande empresa. Uma empresa que não respeita seus funcionários e os usa como simples objetos. Nunca será a mesma. Pena”

Jarbas

16 de agosto, 2019 | 14:11

“O crusifixo mensionado no inicio do texto que esta localizado no canteiro xentral da avenida pedro linhares fomes esta com os dias contados, ja estive no local a dois neses ateas e a base da cruz esta deteriorada podendo ver de um lado a outro na parte baixa. Se nada foe feito ela vau cair em pouco tempo. Vao la e xompeovem o que estou falando.”

Zoio de Zoiar

16 de agosto, 2019 | 11:46

“Houve um tempo que a USIMINAS era sinônimo de riqueza e prosperidade. Hoje é sinônimo de empresa de salários pífios e de alta debanda funcionários. Hoje já não tem força,nem moral e influência com ninguém. Foi da fama ao fundo do poço e hoje lutar para se reerguer no mercado.”

Rogério A. Sampaio

16 de agosto, 2019 | 08:34

“Bom dia !

Fico muito orgulhoso em ter trabalhado nesta grande empresa por 35 anos.....

Parabéns Usiminas”

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