10 de agosto, de 2019 | 15:00

Pai é quem ama e cuida

José Expedito da Silva *

Ao contrário do que muitas pessoas pensam, pai não é somente quem nos gerou. A figura paterna pode ser representada pelo tio ou avô que nos criou, e até mesmo pelo padrasto. Somos do tempo em que não são raros os casos de casais que se apaixonam, têm filhos e terminam o relacionamento, alegando que o amor entre os dois chegou ao fim e que é melhor cada um seguir a sua vida.

E, ao encerrar essa ‘sociedade’, pais e mães nem sempre avaliam bem as consequências da separação para seus filhos, antes de começarem uma nova relação. Surge assim, a “paternidade afetiva”: o novo parceiro da mãe, que geralmente fica com a criança, acaba se tornando um verdadeiro pai no dia a dia desse novo núcleo familiar. O mesmo pode ocorrer com o pai separado, que acaba assumindo outro relacionamento também com filhos ou filhas.
O caminho mais comum e natural, porém, é que o avô passe a ser a figura paterna na vida de muitas crianças, assumindo em muitos casos até mesmo responsabilidades financeiras, tarefas de levar e buscar na escola, além dos compromissos de lazer e passeios.

Para a criança o avô/pai é uma referência de estabilidade e segurança, o “porto seguro” nos momentos difíceis, de turbulência, em seu novo modo de vida. Para o avô, que assume a “paternidade afetiva”, é uma experiência de vida muito gratificante porque, além da sensação de estar proporcionando o melhor para seus netos, a recompensa é certa. Todo o carinho, atenção e cuidados dispensados retornam em pequenos gestos de amor puro e sincero daquela frágil criança. Tudo isso renova suas forças e inspira iniciativas empreendedoras, para garantir que essa nova etapa da paternidade possa ser cumprida com a mesma dignidade da primeira.

A experiência comprova que os avós que recebem essa nova incumbência são mais felizes e realizados, pois acabam ganhando uma nova chance de educar, de modo menos repressivo, sem repetir eventuais erros cometidos ao educar os próprios filhos. São mais tolerantes e compreensivos, mesmo quando têm que repreender ou corrigir algum comportamento errôneo da criança.

Essa cumplicidade maior entre avós e netos à vezes é mal compreendida e interpretada como uma proteção danosa à boa educação. Mas se ela for impregnada de amor, paz, justiça e verdade, decerto será benéfica, porque oferecerá um espaço para o crescimento e amadurecimento da criança, amenizando e até curando possíveis traumas decorrentes da separação dos pais. Mais do que a presença física, toda criança quer e precisa da “paternidade afetiva”, presença amorosa e protetora que comunica o amor de Deus, o Pai das Misericórdias.

Nesse Dia dos Pais, quero abraçar com profunda gratidão a todos aqueles que, por laços biológicos ou afetivos, assumem plenamente a paternidade!

* Jornalista e apresentador do Jornal Café da Manhã, pela Rádio Canção Nova.
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Comentários

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Emmanuel da Costa Neiva

12 de agosto, 2019 | 15:16

“palavras bonitas!!!! ai sim!”

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