03 de agosto, de 2019 | 10:37

Clássico quente

Fernando Rocha

Divulgação
Fernando RochaFernando Rocha
Em meio aos jogos dos torneios continentais e nacionais, o Campeonato Brasileiro chega neste fim de semana à 13ª rodada, com quase 30% do caminho de suas 38 rodadas já percorrido.

Em 16º lugar, com 10 pontos ganhos, apenas duas vitórias, quatro empates e seis derrotas, o Cruzeiro tem hoje a tarefa nada fácil de vencer o clássico contra o Atlético, na casa do maior rival, para se descolar um pouco da ‘confusão’, palavra que o atual técnico do Vasco da Gama, Vanderlei Luxemburgo, achou para definir a parte de baixo da tabela.

A eliminação na Libertadores para o River Plate, desencadeou uma avalanche de críticas ao trabalho do técnico Mano Menezes, que vem dando certo e tem conquistado títulos nos últimos três anos.

A dúvida é se, por conta dessas críticas, o treinador celeste vai mudar de convicção e alterar alguma coisa no esquema tático, tornando o time celeste mais ofensivo, como quer e exige a torcida, mesmo sendo ele um adepto do estilo cauteloso e defensivista.

Outro astral
O Atlético parece ainda não ter digerido a recente eliminação para o Cruzeiro na Copa do Brasil, sobretudo a goleada de 3 x 0, sofrida no jogo de ida, no Mineirão, que praticamente encaminhou a classificação da Raposa às quartas de final.

Apesar de ter jogado bem e sair aplaudido pela sua torcida, no Independência, ao vencer a segunda partida por 2 x 0, que não foi suficiente para reverter a vantagem do rival, a eliminação gerou muitas cobranças sobre a comissão técnica e alguns jogadores.

Mas agora tudo mudou, após as vitórias sobre o Botafogo e a classificação às quartas de final da Copa Sul-Americana, o que deixa o Galo com o astral elevado para este confronto, sobretudo pelo fato de jogar em casa e com o total apoio da torcida.

Devido ao calendário apertado, os grandes clubes não dispõem de tempo para recuperar ou descansar o grupo de jogadores como convém, mas o que eles mais gostam é dessa maratona, o que torna o resultado deste clássico uma incógnita ainda maior.

FIM DE PAPO
Diante da má fase de seus atuais centroavantes, o Atlético foi atrás de uma solução na Europa, contratando o atacante argentino Franco Di Santo, 1m97cm de altura, 30 anos de idade, que estava por último no Rayo Vallecano, um pequeno clube da Espanha. O que chama a atenção é o número de gols marcados por este ‘artilheiro’ nos 13 anos de carreira, iniciada quando tinha apenas 17 de idade: apenas 60 gols.

Tomara que não seja um novo Denílson, hoje encostado na turma do “come e dorme”, atacante igualmente desconhecido, fraquíssimo, que ganhou contrato milionário de cinco anos, com o aval do ‘gênio’ Alexandre Gallo, ex-diretor de futebol do alvinegro.

A saída de Lucas Romero é mais um duro golpe para a torcida do Cruzeiro, que aos poucos vê o time bicampeão da Copa do Brasil sendo desmontado pela atual diretoria, na esteira da grave crise financeira e política que afeta o clube, após as denúncias feitas pelo Fantástico da TV Globo.

Ainda jovem, 25 anos de idade, com muita qualidade técnica e versátil, atuando como volante, meia ou nas laterais, Lucas Romero queria voltar ao seu país de origem alegando razões familiares. Mas certamente, o que pesou mesmo foi a atual emergência financeira pela qual passa o Cruzeiro. O valor pago pelo Independiente pelo jogador, algo em torno de R$ 8 milhões, está muito aquém do seu valor de mercado.

Alguns treinadores brasileiros estão incomodados com o sucesso de Jorge Sampaoli no Santos, agora líder do Campeonato Brasileiro, apresentando um futebol ofensivo e bonito de se ver, embora seu elenco seja considerado modesto. A presença de treinadores estrangeiros atuando no futebol nacional vem de longe e sempre foi positiva. Outro que chegou mais recente, o português Jorge Jesus, que dirige o Flamengo, incomoda ainda mais, por ser este o clube mais popular e hoje um dos mais ricos do país.

Não vejo problema algum na chegada de técnicos estrangeiros, que deixam aqui uma contribuição importante para oxigenar e melhorar o nosso futebol. Com a tecnologia disponível e a informação em tempo real, a maioria dos técnicos conhece bem os esquemas táticos e sabe todas as estratégias dos adversários.

O que faz a diferença entre um e outro, brasileiro ou não, está no comando, no modo como executa a sua tarefa. Tem quem conhece muito, mas não sabe ensinar. E tem o que sabe até menos, mas sabe como fazer. Este é o que tem maiores chances de se dar bem, nesta que é uma das mais difíceis, mas também uma das mais bem remuneradas profissões. (Fecha o pano!)
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