02 de agosto, de 2019 | 07:15

Uso de linhas cortantes em pipas pode gerar multa de até R$ 1,5 mil

OJuizado da Infância e Juventude da comarca de Coronel Fabriciano recomendou o aumento da fiscalização contra o uso desse tipo de material pelas ruas

Wôlmer Ezequiel/Arquivo DA
Caso o proprietário da linha cortante seja uma criança, os pais ou responsáveis serão penalizados Caso o proprietário da linha cortante seja uma criança, os pais ou responsáveis serão penalizados

O mês de agosto é marcado por fortes rajadas de vento e tem um clima propício para crianças e adolescentes empinarem pipas, como forma de diversão. Entretanto, em alguns casos, são utilizadas linhas cortantes nessas brincadeiras, que podem deixar vítimas com graves ferimentos ou provocar até mesmo a morte.

Com o intuito de evitar acidentes envolvendo linhas de cerol ou chilena, o Juizado da Infância e Juventude da comarca de Coronel Fabriciano recomendou o aumento da fiscalização contra o uso desse tipo de material pelas ruas. Em entrevista ao Diário do Aço, o coordenador do Comissariado de Menores, Antônio Lopes da Conceição, afirmou que os pais precisam ficar atentos em relação aos seus filhos.

“O pedido para reforçar a fiscalização contra o uso de linha chilena e cerol foi feito essa semana. Se alguma criança for flagrada usando esse material nas pipas, vamos recolher e notificar os pais, que poderão ser multados. Os vendedores desse tipo de mercadoria proibida também poderão ser punidos”, alertou.

Mais ocorrências

O capitão Tiago Ferraz, do 11º Batalhão do Corpo de Bombeiros, em Ipatinga, informou ao Diário do Aço que, no período de férias escolares, houve um aumento do número de ocorrências envolvendo linhas cortantes, sendo necessário o atendimento médico. ”Dentre as linhas utilizadas, a chilena é muito resistente e cortante. Quando envolve motociclista, dependendo da velocidade do veículo, aumenta mais ainda a possibilidade do corte ser profundo. Muitas vezes, a ferida ocorre na altura do pescoço, ocasionando muito perda de sangue devido ao corte das artérias nesse local do corpo, sendo que a vítima pode morrer por hemorragia”, informou.

Prevenção

Tiago Ferraz também aponta algumas medidas preventivas para evitar possíveis acidentes. “Os motociclistas podem utilizar uma proteção, que é parecida com uma antena, que tem como função cortar a linha de pipa. Há também algumas pescoceiras, formada por um material de fibra, que oferece uma maior proteção. Além disso, é importante utilizar o capacete com viseira fechada e obedecer à velocidade da via”, afirmou.

Mesmo com todo cuidado possível, o capitão do Corpo de Bombeiros ressalta que é difícil prevenir esses tipos de acidentes. “A linha pode agarrar em algum veículo e ser arrastada, de forma que pode acertar algum pedestre ou ciclista. É uma situação muito perigosa, na qual a principal prevenção tem que ser a conscientização por meio de campanhas”, salientou.

Punições

Conforme o capitão, em Minas Gerais existe a lei estadual 14.349/2002, que determina a detenção e a condução do proprietário da linha que ocasionou a lesão na vítima. “É muito importante acionar a Polícia Militar quando tiver uma pessoa ferida nesses casos, para identificar o proprietário da linha. Caso seja uma criança, a responsabilidade é dos pais, que serão encaminhados para uma delegacia da polícia civil, podendo gerar uma multa no valor entre R$ 100 e R$ 1.500, além do processo criminal”, informou.

Na esfera nacional, o capitão do Corpo de Bombeiros afirma que a lei federal 8.137/1990 prevê a venda de linha cerol ou chilena como crime, com detenção de dois a cinco anos, ou multa. “O delegado da Polícia Civil poderá se basear tanto pela lei federal quanto estadual, dependendo do crime e do grau da lesão ocasionado na vítima”, concluiu.

Tiago Araújo
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Comentários

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Jose Geraldo Facundes

02 de agosto, 2019 | 13:34

“Parabéns pela atitude”

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