29 de julho, de 2019 | 11:35
Vencer ou vencer
Fernando Rocha
A derrota para o Athletico-PR, por 2 x 0, no sábado, trouxe ainda mais preocupação ao torcedor celeste, em razão da fraca campanha no Campeonato Brasileiro, onde a equipe não vence há nove rodadas e flerta perigosamente com a zona de rebaixamento.Mas, fazer o quê, não é mesmo? Na querida e bucólica Sobrália da minha infância, cresci ouvindo meu avô Tatão Rocha, em situações parecidas como esta, dizer um conhecido ditado popular: Se a farinha é pouca, meu pirão primeiro”.
Acho que nenhum treinador, não só Mano Menezes, se estivesse nesta situação, abriria mão de brigar por títulos na Libertadores e na Copa do Brasil para se dedicar ao Brasileirão, tendo em vista que ainda faltam mais de 60% para a sua conclusão.
Quanto ao jogo decisivo desta noite, diante do River Plate, que vale uma vaga nas quartas de final da Libertadores, ancorado mais uma vez no apoio da sua torcida, só resta ao Cruzeiro a alternativa de vencer.
Conhecido por ser adepto do estilo defensivo, às vezes até com um certo exagero, Mano Menezes precisará rever alguns de seus conceitos e colocar o time no ataque. Será?
Outro foco
Também com a cabeça virada para outra competição continental, a Copa Sul Americana, o Atlético fez um jogo fraco e só empatou com o Goiás no Serra Dourada, em 0 a 0, mesmo utilizando a maioria dos titulares.
Os dois times pareciam mais preocupados em não perder do que propriamente obter a vitória, sobretudo o Galo, que foi dar o primeiro chute a gol aos 31 do 1º tempo.
Só após as alterações feitas pelos treinadores, na metade da segunda etapa, o jogo melhorou e chances foram criadas dos dois lados, mais pelo time alvinegro, que chegou a carimbar o travessão dos goianos.
Se tivesse usado uma equipe reserva, até que justificaria o contentamento do técnico Rodrigo Santana com este empate, que de fato lhe garantiu a permanência entre os quatro primeiros colocados, mas por ter levado a equipe principal, tinha a obrigação de vencer.
Apesar de todo o favoritismo, não há como fazer um prognóstico sobre a decisão de amanhã contra o Botafogo, que não é nem de longe uma grande equipe, mas trata-se de um adversário perigoso e respeitável por sua longa tradição em obter feitos improváveis.
FIM DE PAPO
Alguém do staff diretivo do Galo precisa avisar ao técnico do Atlético, Rodrigo Santana, que as dimensões de todos os gramados onde são disputados os jogos da Série A são as mesmas: 105 x 68m. A padronização, a pedido de treinadores como Muricy Ramalho, à época dirigindo o Santos, vem de alguns anos atrás. Então, não se justifica o argumento do tamanho do gramado do Estádio Serra Dourada ser maior, para escalar o paraguaio Martinez ao invés do volante Zé Welison. Melhor dizer a verdade, pois a bola do paraguaio é que vem a ser maior.
A arbitragem foi mal no fim de semana, sobretudo o VAR, merecendo muitas críticas sobretudo por parte do Botafogo, prejudicado em lances capitais na derrota de 3 x 2 para o Flamengo. Outro que reclamou bastante foi o Fluminense, que teve um pênalti inexistente marcado no instantes finais da partida, que deu a vitória ao São Paulo por 2 x 1. O VAR é uma ferramenta indispensável e veio para ficar, mas sua eficácia e utilidade para diminuir as injustiças no futebol, só será alcançada se tiver quem o opere com competência, o que parece estar faltando ao quadro responsável da CBF.
A discussão sobre a melhor forma de atuar, mais defensivo, mais ofensivo, reacendeu com a boa campanha e liderança do Santos no Brasileirão, sob o comando do argentino Jorge Sampaoli. O Flamengo, sob o comando do português Jorge Jesus, também joga buscando o gol a todo momento. Dos técnicos brasileiros, o mesmo gosto pelo futebol ofensivo se vê nos trabalhos de Thiago Nunes no Athletico Paranaense, Renato Gaúcho no Grêmio, Eduardo Barroca, no Botafogo, Fernando Diniz, no Fluminense, e Rogério Ceni, no Fortaleza, os três últimos com elencos mais fracos.
O Cruzeiro deve tomar muito cuidado hoje com o River Plate, que costuma jogar do mesmo jeito dentro ou fora de casa, adiantando suas linhas em busca do gol. Como nessa fase da Libertadores há o gol qualificado, se o River fizer 1 a 0 o Cruzeiro terá de fazer dois gols e assim por diante, pois o empate de 1 a 1 classifica o time argentino. No jogo de ida, o Cruzeiro passou todo o primeiro tempo sem dar um chute a gol e o tal do vamos atacar os caras”, dito pelo técnico Mano Menezes, após o empate em Buenos Aires, poderá ser fatal se não tiver também cuidados defensivos. (Fecha o pano!)
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