25 de julho, de 2019 | 15:00

Autopublicação e editoras de pequeno porte são caminhos para novos autores

Dia Nacional do Escritor é comemorado nesta quinta-feira

Arquivo Pessoal
Quem está satisfeita com a alternativa é a escritora Silvia NoronhaQuem está satisfeita com a alternativa é a escritora Silvia Noronha

Quando pensamos no Dia Nacional do Escritor (25 de julho) lembramos logo dos autores reconhecidos nacionalmente e até fora do Brasil, como Jorge Amado, Érico Veríssimo, Rachel de Queiroz, entre outros. Entretanto, isso vem mudando. Além dos renomados escritores, diversos autores iniciantes vem ganhando a admiração do público leitor. O fotógrafo e artista audiovisual baiano Gilucci Augusto faz parte dessa “nova geração” e está estreando na cena literária com o livro intitulado “Nuances - Entre Luzes e Sombras” que contém textos que vinham sendo divulgados despretensiosamente em suas redes sociais.

Tendo Fernando Pessoa como sua maior inspiração, Gilucci não sabe ao certo como embarcou nesse universo, a sua única certeza é que nunca atuaria em apenas uma área. “Eu nasci e fui criado em Santo Antônio de Jesus, recôncavo baiano. Mas em paralelo a isso, frequentava muito Salvador. Então, eu transitava por vários contextos socioculturais e políticos. E do mesmo modo que a minha vida foi bem diferente em vários aspectos, minha cabeça também passou a funcionar assim. Ter várias ocupações para mim é natural. Uma coisa alimenta a outra, não existe uma hierarquia”, assegura.

Para Gilucci, a imaginação é a ponte dinâmica que possibilita que os seres humanos escalem as complexas e imensas montanhas do viver e do existir, das relações e relacionamentos de todos os tipos. “A imaginação é o que nos permite sermos os seres criantes e nos lança com suas asas, mesmo quando a carne densa do corpo parece estar presa ao chão, tendo o cemitério como moradia última e a morte como devir inevitável”, considera.

Acostumado a ser visto como um artista das imagens, Gilucci ainda está se adaptando com a nova condição ao adentrar na cena literária sem perder a imagem simbólica que dá sentido a todos os seus trabalhos: o devaneio. “No sentido atribuído por Gaston Bachelard, o devaneio é algo que me interessa muito na tentativa de me confundir e confundir os outros, misturando ficções e realidades de modo a perder-me nesse fluxo e não mais saber o que é o quê. Eu devaneio de forma constante, seja na imagem de um texto escrito com palavras, seja em fotografias, filmes.... Imagino, re-imagino, seja a vida passada, o presente que está sendo vivido e já é passado na respiração seguinte. A inspiração vem da possibilidade de criar mundos novos, imaginar outras vidas, outros ‘eus’, outros ‘outros’”, define o autor de Nuances, que está sendo lançado no mercado pela editora Penalux.

A escritora Rita Queiroz também optou por editoras de pequeno porte para apresentar seus textos ao mercado. “São editoras que incentivam muito o escritor desconhecido do grande público, principalmente aqueles que estão lançando o seu primeiro livro”, ressalta a autora que acaba de lançar sua obra de estreia voltada para o público infanto-juvenil, Ciranda, Cirandinha: vamos brincar com Poesia?. Doutora em Letras e professora da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), Rita tem outros três livros voltados para adultos já publicados. Desde 2015, quando criou a Confraria Poética Feminina, vem trabalhando para intensificar sua produção literária. “O espaço da mulher na literatura ainda é menor do que o dos homens. Por isso, buscamos atuar em conjunto para discutir sobre autoria feminina”.

Autopublicação

Diversos autores iniciantes também vem ganhando os leitores através da autopublicação de suas obras, sem o intermédio de uma editora. Quem está satisfeita com a alternativa é a escritora Silvia Noronha. Ela autopublicou o seu primeiro livro de contos sobre o cotidiano A obesidade dos cães e outros contos na plataforma digital Amazon.

“Para mim foi uma maneira de começar. Eu não queria perder tempo e achei que a autopublicação era a forma mais rápida para ir experimentando, pois tinha vontade de publicar, mas não lançava. Além disso, encontrar uma editora que apostasse em uma pessoa completamente desconhecida ia levar tempo”, explica Noronha, que também é jornalista
e está satisfeita com o resultado. “A experiência de ver realmente a sua obra publicada e as pessoas que você não conhece lendo foi uma emoção para mim”.

(Agência Educa Mais Brasil)


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