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20 de julho, de 2019 | 11:20

A surpresa do inverno

Felipe Brochier *

No inverno, a preocupação quando se fala em conforto térmico passa a ser como aquecer os ambientes. Muitos recorrem aos aquecedores elétricos esquecidos nos armários, outros recorrem aos fogões à lenha, lareiras, espiriteiras e etc. Na ânsia por resolver um problema as pessoas acabam se esquecendo de outro: o custo energético e a conservação de energia.

Sem delongas, conservar energia significa reduzir o consumo energético. Tratando-se de aquecimento, pode-se reduzir o consumo utilizando-se o rejeito de calor de outro processo, direcionando-o para as áreas que precisam ser aquecidas, como fazem aqueles aquecedores de água dos fogões à lenha ou a água quente da caldeira de um hotel, que acaba aquecendo os ambientes também. No entanto, nem sempre isso é possível, principalmente quando se fala de uma residência que não foi preparada para ser energeticamente eficiente. É nessa hora que temos que recorrer ao uso de algum aparelho que tenha o aquecimento como função principal.

É aí que vem a surpresa… o mais eficiente energeticamente é o condicionador de ar! Por incrível que pareça a um leigo em termodinâmica, o condicionador de ar transfere o calor do ambiente externo, que está mais frio, para o ambiente interno, que está mais quente. E como a função do aparelho é transferir calor ao invés de gerar calor, como seria a função de um aquecedor elétrico, o aparelho condicionador de ar consegue transferir calor na ordem de três vezes a energia que ele consome para fazer isso.

Portanto, fazendo uma conta rápida, um condicionador de ar de 12.000 Btu/h, isto é, aquece o equivalente a 3516 W, consome cerca de 1000W para realizar a tarefa. Ou seja, consome menos do que um aquecedor elétrico que gera 1500 W de calor e que, obviamente, consome os mesmos 1500 W. Temos aproximadamente o dobro da capacidade de aquecimento, com dois terços do consumo energético. Na dúvida, consulte a etiqueta do seu aparelho, nela constam os dados de capacidade de aquecimento e potência elétrica.

Isso não quer dizer que esta é a maneira mais barata de se aquecer um ambiente, conforme comentado anteriormente, o ideal é recuperar de algum processo que esteja produzindo rejeito de calor. Algumas vezes a fonte de energia é tão barata que, um processo mesmo sendo mais ineficiente, continua sendo vantajoso em termos de custo. Mas certamente, o ar-condicionado Quente e Frio é uma excelente opção para gerar conforto térmico em uma residência.

Valem ainda dicas como abrir a casa para a entrada de ar quente e abrir as cortinas para a entrada de radiação solar e fechá-las antes de começar a esfriar. Melhorar as vedações de portas e janelas. Colocar cortinas nas janelas para evitar a circulação do ar frio por convecção natural nos cômodos. Este é um fenômeno particularmente interessante, quando está frio na face de uma janela, o ar esfria e se torna mais denso, deslocando-se em direção ao piso, formando uma corrente descendente de ar frio. Por esta razão, nas regiões frias as pessoas têm o costume de colocar os aquecedores logo abaixo das janelas.

Evidentemente o seu aparelho precisa ter a função aquecimento para isso e cada caso é um caso, sendo que cada um deve utilizar dos recursos que estão disponíveis da forma mais inteligente possível. Mas se você tem um condicionador de ar Quente e Frio instalado e, ainda assim, prefere usar um aquecedor elétrico para se aquecer, está na hora de rever seus conceitos.

* Engenheiro de Sistemas da Midea Carrier
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