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10 de julho, de 2019 | 17:50

Bolsonaro anuncia que STF terá um ministro 'terrivelmente evangélico'

Em culto junto à 'bancada da bíblia', na Câmara, presidente sinalizou a respeito de um dos dois juizes que prentende anunciar para o Supremo Tribunal Federal

O presidente Jair Messias Bolsonaro foi o convidado estelar do serviço semanal realizado na Câmara por deputados e senadores da poderosa bancada evangélica. Atualmente eles somam mais de uma centena, um em cada seis parlamentares e nunca antes tiveram tanta influência na cúpula do poder.

O presidente, que estava acompanhado de nove ministros de sua equipe, assistiu ao culto semanal da ‘bancada da bíblia’ na Câmara e reiterou que, embora o Estado brasileiro seja laico, “nós somos cristãos”, quando anunciou que um evangélico está a caminho do STF.
Marcelo Camargo/Agência Brasil
Bolsonaro participou de sessão solene dos evangélicos na Câmara dos Deputados, nessa quarta-feira Bolsonaro participou de sessão solene dos evangélicos na Câmara dos Deputados, nessa quarta-feira


O presidente sabe que os evangélicos foram cruciais para sua eleição, e agradeceu-os com uma promessa de grande calado. Porque, entre aleluias, mãos erguidas e ritmos gospel seguidos com ardor, era um ato extremamente político.

“O Estado é laico, mas nós somos cristãos”, afirmou, como em outras ocasiões. Mas nesta quarta-feira, além disso, anunciou à paróquia que, dos dois juízes que pretende nomear para o Supremo Tribunal Federal, “um deles será terrivelmente evangélico”, pegando emprestado um termo cunhado pela “minha querida Damares”. A ministra Damares Alves é uma pastora e advogada que comanda a pasta da Mulher, Família e Direitos Humanos, aquela do “azul para os meninos, rosa para as meninas”. A decisão de Bolsonaro parece inspirada em Donald Trump, que já alterou o equilíbrio da Suprema Corte do seu país com a nomeação de dois conservadores.

Este era um culto especial porque a reforma da previdência – o projeto-estrela deste Governo – enfrenta nesta semana uma votação crucial, antes que a Câmara saia de recesso, e porque a Igreja Universal, a mais poderosa das denominações evangélicas, celebrava seu 42º aniversário.

Muitas convidadas não abriam mão do salto alto sob as longas saias que ocultavam os tornozelos, com estilosas bolsas junto à Bíblia. “Sei que os senhores tornarão possível o debate, a votação e o aperfeiçoamento do projeto”, disse Bolsonaro aos parlamentares em referência à lei que pretende tornar viável o sistema de pensões, e que depois da Câmara deverá ir ao Senado.

Nos últimos anos, desde que deixaram para trás a reticência em participar da política, os evangélicos ganharam fiéis e influência. O evangélico Euler Morais, ex-deputado e hoje assessor de um senador, explicava depois do culto que agora “a bancada partidária evangélica transcende o programa conservador de família e ética, também tem que participar do desafio da área econômica, da reforma tributária… É preciso ser mais relevantes”.

Este é o presidente mais próximo dos evangélicos que o Brasil já teve. Embora seja católico praticante, é marido e pai de evangélicos, como recordou um dos oradores.

Ali esteve também fugazmente um deles, Eduardo Bolsonaro, presidente da Comissão de Relações Exteriores e o deputado mais votado do país. Bolsonaro não é o primeiro chefe de Estado a participar do culto semanal na Câmara, mas nenhum dos seus antecessores recentes dava semelhante protagonismo à religião em seus atos. Já anunciava isso no slogan que escolheu para a campanha: “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”. (Com informações do El Pais/Brasil)



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Comentários

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Gildázio Garcia Vitor

12 de julho, 2019 | 16:31

“O Itamar Franco indicou um meu parente, lá de São João do Manhuaçu, Dr. Maurício José Corrêa, que foi Ministro da Justiça, que era era "terrivelmente bêbado". Mas era, também, terrivelmente estudioso e competente, que deixou muitas lições, boas e "más", para escolhermos quais deveremos aprender, sempre tentei aprender as duas, claro que as denominadas más são muito mais divertidas, cujas, devido à genética, já nasci aprendendo e praticando.”

Barrabas

11 de julho, 2019 | 07:51

“E uma forma de misturar a suja politica com religiao.Usar religiao pra se dar bem na politica.”

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