08 de julho, de 2019 | 15:53

Missão cumprida

Fernando Rocha

Divulgação
Fernando RochaFernando Rocha
Todos nós sabíamos que a seleção do Peru não seria um adversário à altura da nossa seleção, mas alguns vacilos e a péssima arbitragem, incluindo o VAR, quase fizeram uma zebra gigante aparecer no Maracanã, com quase 70 mil torcedores presentes.

No final, 3 x 1, o Brasil sagrou-se campeão com justiça de uma competição cujo balanço foi o pior possível: gramados péssimos, seleções de qualidade técnica sofrível, falhas bisonhas de organização, assopradores de apito e VAR da pior qualidade, preços de ingressos fora da realidade econômica do nosso país.

O fato positivo foi descobrir que a seleção do técnico Tite tem vida sem Neymar, que, ao ficar de fora da competição por causa de contusão, abriu espaço para Everton Cebolinha, Richarlison, Gabriel Jesus e Arthur, todos jovens com talento suficiente para derrotar os ‘bambalas e arimatéias’ desta Copa, o que não significa poder abrir mão do nosso único craque quando os adversários forem mais qualificados, caso, por exemplo, de uma Copa do Mundo.

Quanto à conquista do título era uma obrigação. Se perdesse, Tite provavelmente já estaria demitido, se bem que, por outras razões, ele não disse ainda se continua no comando.

Volta ao normal
Depois de quase um mês paralisados, os calendários nacional e sul-americano serão retomados esta semana, com a previsão de uma maratona de jogos decisivos e clássicos.

Até o fim do mês de julho serão definidas as quartas de final da Copa do Brasil, oitavas da Libertadores e Sul-Americana, além da disputa de três rodadas com destaque para vários clássicos no Campeonato Brasileiro.
A grande atração, já nesta quinta-feira, será o ‘clássico’ entre Cruzeiro x Atlético, jogo de ida pelas quartas de final na Copa do Brasil, que vai ser realizado no Mineirão.

O Cruzeiro, atual bicampeão da competição, a segunda mais importante do nosso calendário e com uma premiação milionária, terminou a fase pré-Copa América muito mal no Brasileirão, onde ocupa a 18ª posição, na zona de rebaixamento. Além disso, os celestes vivem uma crise financeira que resulta em salários atrasados, além das denúncias de irregularidades praticadas pela atual diretoria.

O Atlético vive uma situação mais tranquila, pois terminou em 5º lugar no Brasileiro e aproveitou a paralisação para efetivar o técnico Rodrigo Santana, além de trazer reforços. O principal deles é um velho conhecido da sua torcida, o venezuelano Otero, especialista em bolas paradas, que estava emprestado ao futebol árabe.
Apesar disso, não pode ser considerado franco favorito, pois o Cruzeiro tem um dos melhores elencos do futebol nacional e pode muito bem vencer a disputa.

FIM DE PAPO
• Na Copa do Mundo de futebol feminino, disputada na França, também deu a lógica e os Estados Unidos conquistaram o título pela quarta vez, ao derrotar por 2 x 0 a seleção da Holanda. As norte-americanas venceram todos os jogos, tiveram melhor ataque e defesa, além da melhor jogadora, Megan Rapinoe, eleita pela FIFA e também aclamada na imprensa. Eliminada pela anfitriã França nas quartas de final, a nossa seleção feminina chegou onde a mão alcançava e caiu em pé.

• A obrigatoriedade imposta aos grandes clubes, de formar equipes e disputar as competições da categoria, já produz efeitos positivos ao futebol feminino nacional, mas ainda de forma muito devagar, se comparado com outros países que estiverem na Copa da França, onde se destacaram o recorde de público nos estádios e também nas transmissões da TV.

• O técnico Tite não quis correr riscos de perder essa Copa América e ter a sua cabeça colocada a prêmio, por isso levou 14 jogadores remanescentes da seleção que fracassou no Mundial da Rússia, entre os 23 convocados. Oito deles estão na faixa dos 30 anos de idade, sendo um volante e os demais todos defensores.

O mais provável é que ele continue no cargo, e neste caso, tomara que faça uma renovação no time, em busca também de uma melhoria na qualidade do futebol. Desde 2002 não ganhamos uma Copa do Mundo e, exceto 2014, quando a Argentina ficou com o título de vice, uma seleção do nosso continente sequer chegou à final da competição.

• Já caminhando para o fim da carreira, Daniel Alves, 36 anos, foi eleito o melhor jogador da Copa América. Com muita lenha ainda para queimar, Everton Cebolinha foi premiado como o melhor jogador da final e certamente vai render uma boa grana para o Grêmio, que deve negociá-lo nesta janela com algum grande clube do futebol europeu.

A seleção brasileira é uma grande vitrine de negócios, mas precisa de muito mais para voltar a ser nossa ‘queridinha’. Isto só virá com correções de longo prazo, e uma delas é a convocação de um maior número de atletas que atuem no país. A seleção também precisa jogar mais no nosso território, o que a faria se reaproximar do torcedor, que hoje vê a seleção como um bando de mercenários que mal sabe cantar o nosso hino. (Fecha o pano!)
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