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15 de junho, de 2019 | 09:59

Causa e efeito

Fernando Rocha

Que fase essa do Cruzeiro. Derrotado pelo Fortaleza (a 5ª derrota em nove jogos), o time celeste terminou a primeira fase do Brasileirão na zona de rebaixamento, 18º lugar, à frente apenas do CSA e Avaí, os dois últimos colocados.
O Cruzeiro soma apenas oito pontos em nove jogos, tem a pior defesa do campeonato com 16 gols sofridos, algo que a torcida celeste não está acostumada, um vexame total para quem era considerado um dos favoritos ao título.
A demissão do técnico Mano Menezes chegou a ser comentada pela “rádio peão”, o que a meu juízo poderia ter agravado ainda mais a situação do clube, que precisa é arrumar a casa internamente, aproveitando a parada para a Copa América.
O futebol imita a vida na lei de “causa e efeito”, portanto, este 18º lugar na zona de rebaixamento foi só um aviso de que virá coisa pior se nenhuma providência for tomada.

Errou na troca
Há uma ideia enraizada na cultura do nosso futebol que o treinador não “ganha jogo”, mas “perde jogo”, tese essa que em geral reduz a importância desse profissional no processo de construção de um time de futebol.
No empate de 1 x 1 com o São Paulo, que deixou o Atlético em 5º e não em 3º lugar como queria a sua torcida, o jovem técnico Rodrigo Santana errou ao mexer na equipe ao tirar Chará e deixar Luan, cansado e se arrastando em campo, para entrar Geuvânio.
Por outro lado, o experiente Cuca acertou o time do São Paulo, equilibrou o meio-campo com a entrada de Nenê, autor, inclusive, do passe que originou o gol de empate marcado por Alexandre Pato.
Existem três tipos de treinadores no Brasil: Cuca é o tradicional, empírico, que foi jogador; Santana é do tipo acadêmico, fundamentado cientificamente e que também foi jogador profissional, o perfil de treinador mais valorizado atualmente pelos clubes à frente do terceiro tipo: também acadêmico, fundamentado cientificamente, mas que não foi atleta.
Desta vez a experiência do empírico Cuca prevaleceu, o que não desvaloriza o bom trabalho do jovem acadêmico Santana no Galo, mas abre uma saudável discussão sobre o momento certo de mexer ou sobre quem deve ser substituído.
Com a sua habitual clareza, o tricampeão mundial Tostão escreveu em sua coluna que “a maioria dos técnicos conhece bem os esquemas táticos e as estratégias dos adversários. A diferença está no comando, na execução. Não basta saber como fazer. É preciso saber fazer”.

Fim de papo
• O foco do Atlético agora passa a ser as partidas decisivas de mata-mata contra Cruzeiro e Botafogo, na Copa do Brasil e Sul-Americana, respectivamente. Os jogadores ganharam dez dias de folga, o que achei um exagero. No Sul, Inter e Grêmio deram sete dias de descanso aos seus atletas. Após a folga, o técnico Santana ganhará alguns reforços já contratados, como o lateral esquerdo uruguaio Hernández, o volante paraguaio Martínez e fala-se também em Luciano, atacante do Fluminense. São todos jogadores medianos, que servem para compor o grupo, carente ainda de um zagueiro jovem e que tenha velocidade.
• Na última coluna alertei para o perigo do “ufanismo exacerbado” que se tentava criar em torno da seleção feminina nesta Copa da França. Alertei para não “esperar milagres” das nossas meninas, pois a distância do nosso time, em razão da fraca ou nenhuma estrutura dessa categoria no nosso país, em comparação com outros países cujas seleções serão nossas adversárias, era evidente. Prova disso foi a derrota para a Austrália por 3 x 2, depois de estar ganhando de 2 x 0. Se sobra qualidade individual à nossa seleção, falta preparo físico e conjunto, pois não temos estrutura para manter e revelar novas atletas.
• A Copa América começou sem empolgar ninguém, apesar da campanha de divulgação em massa de quem detém os direitos de transmissão do evento. Enquanto na Europa o sucesso da competição de seleções é estrondoso, aqui é essa coisa ridícula promovida pela Conmebol, cuja credibilidade de seus dirigentes também é zero à esquerda. Ingressos caros e seleções medíocres só poderia dar nisso: estádios vazios e vexame mundial.
• Comprei ingressos e vou assistir Argentina x Paraguai, quarta-feira próxima, no Mineirão. Nem de graça iria ver Equador x Japão, que vão jogar no dia 24, às 20h, ainda por cima numa segunda-feira. Hoje, somente pela presença de Luisito Suárez e Cavani, até compensaria assistir Uruguai x Equador, que jogam às 19h, no Gigante da Pampulha.
• Tomara que contra o Paraguai Lionel Messi esteja em campo. Na minha opinião, Messi é o melhor jogador de futebol que já pisou nos gramados depois de Pelé. Escrevi sobre isso alguns dias atrás e recebi algumas mensagens discordantes de fãs de outro craque argentino, Diego Maradona. Respeito todas as opiniões, mas acho Maradona um craque da mesma linhagem de Zico, Sócrates, Ronaldo Fenômeno, Ronaldinho Gaúcho, Tostão, entre outros brasileiros que vi jogar. Messi está acima de todos eles. Pelé, incomparável, completo, inigualável, fica muito mais além de nossa imaginação. (Fecha o pano!)
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