13 de junho, de 2019 | 17:00

Educação inclusiva é retratada de forma lúdica

A proposta do livro é falar sobre inclusão, retratando a rotina de Hadassah, que vai à igreja, convive com todos e não é excluída de nenhuma atividade da família

Wôlmer Ezequiel
A jovem Hadassah foi diagnosticada com a Síndrome de LeighA jovem Hadassah foi diagnosticada com a Síndrome de Leigh

A história de Hadassah Oliveira Souto, criança diagnosticada com a Síndrome de Leigh, foi retratada em um livro de colorir, lançado durante o 12º Salão do Livro, realizado em Ipatinga. Intitulada “A menina de ouro”, a obra é baseada na vida da menina de 7 anos, que tem doença neurológica grave, mas que recebe dos pais amor e suporte para viver da melhor maneira possível. A proposta do livro é falar sobre inclusão, retratando a rotina de Hadassah, que vai à igreja, convive com todos e não é excluída de nenhuma atividade da família.

A doença é caracterizada por um atraso e perda progressiva das capacidades mentais e motoras, levando, normalmente, à morte nos primeiros dois a três anos de vida, usualmente devido à falha respiratória. Entretanto, a “menina de ouro” é lutadora e durante esses anos tem superado inúmeros desafios e aproveitado tudo aquilo que a infância lhe oferece. A mãe, Luana Souto, destaca que o livro mostra o desenvolvimento da filha.
“A importância do livro é porque nossa filha tem algumas limitações. Mas acreditamos que a criança, quando é estimulada e tem um apoio terapêutico e escolar, ocorre o resultado da Hadassah, que vem, surpreendentemente, rompendo esses limites: motor, de fala, de sociabilidade e esse livro vem mostrar isso, que dentro de nossas possibilidades, nós podemos tudo”, disse a mãe.

O livro traz a mensagem segunda a qual a criança, quando tem suporte social de quem a rodeia, tem seu desenvolvimento ampliado, seja ela portadora de qualquer síndrome. Se tem um suporte de sociabilização, haverá um impacto na vida da criança. “E o livro mostra isso, que não estamos escondidos, pelo contrário. A Hadassah já fez balé, vai para a praia, para o clube, para festa infantil e está conosco em todos os momentos e ambientes e isso vem trazendo maturidade. Ela vai sendo educada de acordo com o que vai vivenciando e isso faz diferença na vida de uma criança especial. Encontre contentamento no seu filho como ele é. Não podemos querer que ele seja como nós queremos. Temos que amá-los do jeitinho que eles são, precisamos encontrar contentamento nisso, sempre buscando que sejam acolhidos e amados, como eles são”, ponderou Luana Souto.

Origem
Wôlmer Ezequiel
Obra foi lançada durante o Salão do Livro, em IpatingaObra foi lançada durante o Salão do Livro, em Ipatinga

Idealizadora da obra, Leila Lourenço conta que conheceu a família em 2016 e desde então sentiu a necessidade de desenvolver um projeto. O relacionamento entre os pais e a filha chamou sua atenção. Leila frisa que alguns tendem a esconder e lidam de outra maneira, mas eles não.

“A menina participa de tudo e não costumamos ver isso com frequência. Conversei com meu esposo e começamos a elaborar o Projeto Hadassah, que é o projeto da menina de ouro. Esse livro trata da educação inclusiva de maneira singela, porque apesar de ela ter esses desafios, não reclama de nada e está sempre sorridente. Ela é especial e espero que esse livro atinja famílias que têm algo parecido e compreendam que podem ter uma vida comum. Nosso interesse foi de destacar a importância da educação inclusiva dentro da sociedade”, salienta.

Para ela, é necessário chamar a atenção do poder público, pois as passagens e acessos para quem tem necessidades especiais, quase não existem. “Eles também precisam circular na cidade, ter acesso. O governo ainda peca sobre isso. Muita gente acha que o fato de ter um monitor na escola basta, mas não. Precisamos de pessoas que saibam libras, de profissionais que possam atender e se comunicar com a linguagem de sinais. Desafios foram vencidos, mas há muito o que fazer, principalmente na saúde, onde alguns exames são caros, deveria ter um olhar diferente sobre isso. Muitas famílias deixam de fazer tratamentos e acredito que os governantes podem e devem se ocupar disso. É o que espero”, conclui Leila.

Bruna Lage - Repórter

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