06 de junho, de 2019 | 20:00

Viagem de trem de Ipatinga para BH dura até uma hora a mais, afirma passageiro

A equipe de reportagem do Diário do Aço foi até a Estação Intendente Câmara, em Ipatinga, para ouvir a opinião dos usuários de trem em relação às condições da viagem entre Ipatinga e Belo Horizonte

Com a movimentação no talude da mina Gongo Soco, em Barão de Cocais, com a possível ameaça do rompimento de uma barragem de rejeitos na mineração nesse mesmo local, o embarque de passageiros no trem que circula na Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM) foi alterado. O trecho entre Belo Horizonte e Barão de Cocais tem sido feito de ônibus desde o dia 16 do mês passado.

A equipe de reportagem do Diário do Aço foi até a Estação Intendente Câmara, em Ipatinga, para ouvir a opinião dos usuários de trem em relação às condições da viagem entre Ipatinga e Belo Horizonte.

Tempo de viagem
O policial civil Marco Antônio Silva Moreira, que tinha chegado de viagem na tarde desta quinta-feira (6), informou que, com essa alteração de embarque em Barão de Cocais, o tempo da viagem de trem aumentou. “Está demorando um pouco mais, entre 30 minutos e uma hora. Para vir para Ipatinga eu gastei quase 60 minutos a mais nesta quinta-feira (6). Para ir à capital mineira está demorando mais. Na última vez que viajei, cheguei por volta das 22h em BH, sendo que o normal é 20h30”, citou.

Para Marco Antônio, mesmo com essa alteração de embarque, ainda compensa viajar de trem. ”A viagem está confortável, mesmo descendo na estação de Barão de Cocais e tendo que pegar um ônibus para completar o trajeto. Para mim, ainda compensa viajar de trem mesmo, por causa do preço da passagem, que não alterou. Além disso, o trem está mais vazio. Acha passagem agora com mais facilidade”, destacou.

Menos movimentação
A equipe de reportagem do Diário do Aço também ouviu os vendedores ambulantes que ficam em volta da estação de trem em Ipatinga, que confirmaram uma queda na movimentação de pessoas ao longo do dia. O vendedor Expedito Gregório Norberto contou que, após as modificações na viagem de trem em Barão de Cocais, diminuiu o fluxo de pessoas nas proximidades da estação de Ipatinga. “Percebi que teve uma queda na movimentação. Antes tinha mais gente circulando aqui em volta. Mas agora temos que aguardar com paciência a normalização da viagem de trem entre Ipatinga e Belo Horizonte”, afirmou.

O vendedor ambulante Vilcar Fonseca, que também trabalha nas proximidades da estação, reclamou da baixa no número de vendas em seu comércio. “Deu uma queda no movimento de clientes. Eu acredito que caiu, em média, 40%. O pessoal não está mais viajando como antes. Com essa alteração, o pessoal está indo de ônibus ou de carro próprio mesmo para Belo Horizonte”, disse.

Vale retoma transporte de cargas

Em nota enviada ao Diário do Aço, a Vale informou que está retomando a partir desta quinta-feira (6) a circulação dos trens de carga com operação regular no ramal Belo Horizonte da Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM). A decisão foi tomada após uma empresa internacional de consultoria, com atuação independente, atestar que uma eventual onda gerada pelo deslizamento do talude Norte da cava da mina Gongo Soco não atingiria a ferrovia.

“Cabe ressaltar que o trem de passageiros permanece em operação especial. Quem parte da estação Belo Horizonte embarca em ônibus alugados pela Vale e é conduzido até a Estação Dois Irmãos, em Barão de Cocais, de onde segue a viagem por trem. No sentido contrário (Vitória-Belo Horizonte), os passageiros desembarcam do trem na Estação Dois Irmãos e seguem por meio rodoviário até o destino final. A alteração teve início no dia 16/5, de forma preventiva”, informou a nota.

Com base no laudo da consultoria, a Vale vai solicitar à Agência Nacional de Mineração (ANM) que o trem de passageiros também possa retornar a suas operações regulares.

(Tiago Araújo)