30 de maio, de 2019 | 22:23

Justiça de Fabriciano condena presos por morte dentro de cadeia

Conselho de sentença acata denúncia e réus foram condenados por forjarem suicídio para esconder assassinato

Enviada por leitor
O julgamento foi encerrado por volta das 19h30 de quinta-feira, no Fórum Orlando Milanez O julgamento foi encerrado por volta das 19h30 de quinta-feira, no Fórum Orlando Milanez

Acabou por volta das 19h30 da noite desta quinta-feira (30), o julgamento dos três presos acusados de forjarem um suicídio para esconder o assassinato de Jorge Cássio Cezário Gomes dos Santos, de 31 anos, crime ocorrido em 2017 dentro de uma cela no Presídio de Coronel Fabriciano. O Tribunal do Júri mobilizou um forte aparato de segurança, inclusive, causando o fechamento da rua Boa Vista, no Centro, no entorno do Fórum Orlando Milanez.

Os advogados de defesa tentaram, mas não conseguiram a absolvição ou a retirada das qualificadoras dos réus Wilkerson Felipe de Souza, 22 anos, Alex Junio Ferreira Soares, de 23 anos e Thales Soares Andrade Quirino, de 21 anos.

O Conselho de Sentença considerou o trio culpado pela morte de Jorge Cássio, acatando todas as qualificadoras no crime (torpe, meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima).

A sentença da juíza de Direito, Erika Clemente Xavier, foi proferida por volta das 19h. Ela condenou Wilkerson a 16 anos e 4 meses de prisão, mesma pena para Thales Soares. Já Alex Júnio pegou a pena maior, 19 anos e 3 meses de prisão, todas as condenações no regime fechado.

Os condenados, que já se encontram recolhidos em unidades prisionais diferentes do Estado (Ipaba, Governador Valadares e Coronel Fabriciano), vão aguardar presos o período da fase recursal junto à Justiça. O advogado Thiago Xavier de Souza, que defendeu Thales, adiantou ao Diário do Aço que a defesa dos três réus vai recorrer da decisão.

Arquivo DA
Jorge Cássio Cezário Gomes dos Santos tinha 31 anos, quando foi assassinado em  27 de janeiro de 2017Jorge Cássio Cezário Gomes dos Santos tinha 31 anos, quando foi assassinado em 27 de janeiro de 2017


Perícia e investigação

Entre as situações observadas no processo, pela defesa, há uma divergência em relação à perícia da Polícia Civil e a conclusão das investigações da Polícia Civil, que contou com o apoio dos agentes prisionais . “Todos elementos na cena do crime demonstravam (para a perícia) e levaram a concluir que ocorreu um suicídio e não homicídio”, comentou o defensor logo depois de encerrada a sessão do Tribunal do Júri.

Além de Thiago, participaram no trabalho de defesa dos réus os advogados Bruno Luiz de Souza Silva e Carlos Francisco defendendo Alex Júnio e Wilkerson respectivamente. Dos três réus, Alex pegou a pena maior por ser reincidente e possuir condenação criminal.

Conforme consta no processo, Jorge estava preso pela acusação de envolvimento com o tráfico de drogas, em Coronel Fabriciano, flagrado na noite de 16 de janeiro de 2017. Passados 11 dias, ocorreu sua morte, inicialmente por enforcamento em um suicídio, situação que as investigações apontaram ter sido forjada pelo trio acusado e levado a julgamento na quinta-feira. Conforme a investigação, os autores praticaram o crime por vingança. A vítima teria, supostamente, participado do homicídio de Vinícius Rodrigues de Souza, em 8 de Maio de 2015, irmão de Wilkerson.
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Comentários

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Sargento Garcia

31 de maio, 2019 | 07:49

“A polícia e a Justiça de Minas Gerais precisam mostrar para esses tralhas humanas quem manda nos presídios, sob risco de o sistema prisional mineiro virar um antro dominado por bandidos, como é o caso dos grupos criminosos que atuam no Rio, São Paulo e Amazonas. Abre o olho, sistema de Defesa Social.”

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