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30 de maio, de 2019 | 16:01

Acusados de matar preso em cadeia vão a julgamento em Fabriciano

Sessão do Júri mobiliza esquema de segurança que resultou no fechamento da rua onde está o Fórum da Comarca

Arquivo DA
Jorge Cássio Cezário Gomes dos Santos, tinha 31 anos, quando foi assassinado na cadeia de Coronel Fabriciano Jorge Cássio Cezário Gomes dos Santos, tinha 31 anos, quando foi assassinado na cadeia de Coronel Fabriciano

Um forte esquema de segurança foi montado nesta quinta-feira (30) para o julgamento de três réus acusados de matar um preso no interior do Presídio Público da Comarca de Coronel Fabriciano. O crime aconteceu no dia 27 de janeiro de 2017, quando a polícia apurou que o até então suicídio de Jorge Cássio Cezário Gomes dos Santos, de 31 anos, na verdade foi forjado para esconder o assassinato do detento.

Os três réus, Wilkerson Felipe de Souza, 22 anos, Alex Junio Ferreira Soares, de 23 anos e Thales Soares Andrade Quirino, de 21 anos, foram denunciados e pronunciados por homicídio com três qualificadoras, motivo torpe, meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima. O julgamento nesta quinta-feira (30) é presidido pela juíza Erika Clemente Xavier, que determinou o aumento da segurança no entorno o Fórum da Comarca, inclusive com o fechamento da rua Boa Vista, no Centro.

O promotor Carlos Roberto trabalha na acusação representando o Ministério Público. Os advogados Thiago Xavier de Souza, Bruno Luiz de Souza Silva e Carlos Francisco defendem Thales, Alex Júnio e Wilkerson respectivamente.
Jorge Cássio foi encontrado morto enforcado e pendurado na janela com um lençol passado em volta do pescoço
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Os presos da cela 12 do bloco B, que estavam com a vítima, relataram que Jorge era muito calado, de pouca conversa, e só ficava no canto. Eles alegaram que “não viram e nem sabem o que aconteceu”. O perito da Polícia Civil compareceu e constatou um ferimento no joelho direito, no tornozelo direito e no rosto.

Jorge estava preso, atualmente, pela acusação de envolvimento com o tráfico de drogas, em Coronel Fabriciano. Ele Tinha passagens por furto, tentativa de furto e fugas da prisão. Na noite de 16 de janeiro foi preso na área da Prainha, no Centro de Coronel Fabriciano, e respondia preso.

Suicídio forjado

Mas a versão de suicídio não se sustentou e a Polícia Civil, em conjunto com os agentes do Presídio de Fabriciano descobriram toda a farsa. Apurou que Wilkerson Felipe, Alex Junio e Thales Soares Andrade Quirino, de 21 anos, asfixiaram a vítima e simularam o acontecimento de um suicídio, com o objetivo de dissimular o crime.

A Delegacia de Investigação de Homicídios de Coronel Fabriciano concluiu a apuração em setembro de 2017 o crime. Os familiares da vítima desconfiam da primeira versão de suicídio. Conforme a investigação, os autores praticaram o crime por de vingança, uma vez que Jorge Cássio teria supostamente participado do homicídio de Vinícius Rodrigues de Souza, em 8 de Maio de 2015, irmão de Wilkerson, um dos acusados.

Essa versão consta na denúncia do Ministério Público. Os três acusados estavam em outra cela e alegaram que estavam tendo problemas com outros reclusos no local. Eles estavam planejando ir para a cela 12, o que acabou acontecendo. Logo após a transferência, o trio ao notar que não havia mais ninguém olhando mataram Jorge Cássio acusando-o de participação na morte do irmão de Wilkerson.

Eles esperaram a vítima ir jantar e, de forma repentina, Alex deu uma “chave de braço” enquanto os outros seguraram a vítima até ela desmaiar. Em seguida, amarram um lençol no pescoço de Jorge apertando o tecido matando-o. Os três arrastaram o corpo até o banheiro e dependuraram o lençol amarrando na janela para forjar o suicídio.
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