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30 de maio, de 2019 | 14:00

OMS alerta para exposição das crianças à aparelhos digitais e eletrônicos

Novas diretrizes orientam pais e cuidadores de crianças menores de 5 anos quanto ao uso de aparelhos digitais, atividade física e horas de sono

Divulgação
É assim, com os pequenos dedinhos deslizando na tela, que se resume a infância moderna, imersa na tecnologia como referência de lazerÉ assim, com os pequenos dedinhos deslizando na tela, que se resume a infância moderna, imersa na tecnologia como referência de lazer

Quem nunca ficou surpreso com tamanha esperteza de uma criança ao interagir sozinha com um smartphone? Elas conseguem as melhores selfies, selecionar seus desenhos e jogos favoritos e muito mais. É assim, com os pequenos dedinhos deslizando na tela, que se resume a infância moderna, imersa na tecnologia como referência de lazer. Porém especialistas da Organização Mundial da Saúde (OMS) alertam para os impactos do uso excessivo dos dispositivos móveis e eletrônicos.

A OMS lançou em abril deste ano novas diretrizes para orientar pais e cuidadores de crianças menores de 5 anos quanto ao uso de aparelhos digitais, atividade física e horas de sono. Conforme o documento, crianças menores de dois anos não devem ter contato com telas e aquelas com dois anos ou mais devem assistir televisão por até, no máximo, uma hora por dia.

Não são só as crianças devem fazer o uso adequado das tecnologias. Os adultos também devem dar o exemplo, pois os pequenos, de acordo com o psicoterapeuta Iarodi Bezerra, adquirem parte de seu aprendizado por meio da imitação de seus pais e pessoas de sua referência. “Ao ver os adultos vivendo cada vez mais dependentes dos aparelhos tecnológicos as crianças tendem a seguir o mesmo caminho, tornando-se presas aos jogos virtuais”, alerta.

Para o especialista, a divisão da atenção dos adultos entre o bate-papo nas redes sociais e os momentos de interação com as crianças molda a forma de relacionar-se socialmente. Iarodi explica que a carência da conexão com o ‘aqui-e-agora’, consequentemente, os levam a aprender a viver em um mundo restrito ao virtual.

Ansiedade, transtorno do humor, psicose, transtorno do apego, baixa autoestima, insônia e outros inúmeros transtornos que podem atrapalhar o desenvolvimento infantil são reflexos dos impactos da exposição excessiva a aparelhos tecnológicos. “Os pais podem observar sintomas como nervosismo, dificuldade da criança em ficar longe deles de maneira descontrolada, agitação, agressividade... Após observação é importante que os pais busquem acompanhamento psicológico para que tais problemas sejam sanados e gerem bem-estar para a criança e consequentemente para a família”, recomenda Iarodi.

Processos de aprendizagem

Para o psicoterapeuta o desenvolvimento infantil é único para cada geração. No processo de aprendizagem, a tecnologia é uma grande aliada. “Mas é necessário, no que diz respeito ao aprendizado infantil, que o uso dos recursos eletrônicos seja restrito e que o lúdico, o uso da psicomotricidade, da imaginação sejam amplamente utilizados. Faço uma ressalva que no processo de aprendizagem deve haver um alinhamento do corpo pedagógico com a família”.

Confira as recomendações da OMS:

- Crianças menores de 1 ano: não devem ser expostas às telas; não devem passar mais de 1 hora restritas a carrinhos ou cadeirões; devem dormir de 14 a 17 horas (entre 0-3 meses) e entre 12 a 16 horas (4-11 meses), incluindo sonecas.
- Crianças de 1-2 anos: não é recomendado o uso de aparelhos eletrônicos e digitais; não devem exceder mais de 1 hora diária restritas a cadeirões e similares; devem passar 180 minutos por dia realizando atividades físicas; precisam dormir de 11-14 horas.

- Crianças de 2-4 anos: não devem exceder 1 hora diante das telas; podem passar no máximo 1 hora restritas a cadeirões e similares; ter 180 minutos diários em atividades físicas; dormir de 10-13 horas por dia.
Quantos aos pais, devem buscar realizar com seus filhos atividades lúdicas e priorizá-las evitando, nos momentos dedicados à família, o contato com smartphones, tablets, entre outros. Um dica importante: não ter medo de dizer ‘não’, mesmo que a reação seja negativa por parte da criança.

(Jaqueline Vaz – Agência Educa Mais Brasil)
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