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25 de maio, de 2019 | 10:20

O pragmatismo mais que exagerado de Mano Menezes pode ser a ruína das aspirações do Cruzeiro

Divulga/Cruzeiro
Mano: Caso o Cruzeiro queira mais , como um título do Brasileiro ou até a reconquista da Copa Libertadores, é preciso muito maisMano: Caso o Cruzeiro queira mais , como um título do Brasileiro ou até a reconquista da Copa Libertadores, é preciso muito mais

Olhando as estatísticas, parecia um duelo da La Liga espanhola entre o Barcelona e um time da terceira divisão do país como o Leonesa, disputado no Camp Nou em uma das etapas da Copa do Rei. Mas se tratava apenas de um Fluminense contra o Cruzeiro no Maracanã, numa noite de sábado pelo Campeonato Brasileiro.

O Brasileirão ainda é conhecido por ser um campeonato onde os times grandes são nivelados, apesar da disparidade que quer criar um bloco de gigantes financeiros com Flamengo, Palmeiras e (talvez) Corinthians comece a despontar. Porém, em questão de fase, os duelos que Fluminense e Cruzeiro travaram nos dias 15 e 18 de maio não deveriam seguir o roteiro que foi cursado.

Começando pelo Fluminense e seu péssimo estado de conservação. A gestão atual do time não conseguiu corrigir os erros de gestões anteriores, e em alguns casos conseguiu piorar a situação dentro e fora do campo. O elenco do clube carioca, quatro vezes campeão do Campeonato Brasileiro e com Fred como peça principal no último troféu do torneio, em 2012, carece de peças de qualidade que possam coloca-lo acima de um meio de tabela na edição atual da liga.

É algo que as apostas online da Betfair podem comprovar, ao colocarem o Fluminense como décimo-quarto favorito ao título da competição no dia 24 de maio. Seu único diferencial, além do atacante Pedro que ainda não se recuperou totalmente de uma lesão que o tirou dos gramados por meses a fio, é o seu técnico Fernando Diniz.

E foi Fernando Diniz quem fez toda a diferença nos massacres, um traduzido no placar e o outro, não, sofrido pelo Cruzeiro em sua viagem ao Rio de Janeiro. No primeiro jogo, válido pela Copa do Brasil, o Cruzeiro registrou somente um chute a gol – que por sorte, foi convertido em tento – contra 20 de um Fluminense que só viu a bola entrar no gol no último minuto de partida.

Já no segundo, o goleiro Rafael não conseguiria repetir a façanha de Fábio que conteve o ímpeto tricolor com muito suor. Com 23 chutes e 11 no alvo, 4 cruzaram a linha. O Fluminense de Diniz, que ficou marcado pela posse de bola absurda do primeiro jogo (69% a favor do time da casa, com 739 passes trocados contra 351 do Cruzeiro), se permitiu até recuar e deixar a bola nos pés do Cruzeiro. Estes que pouco puderam fazer com ela, totalmente perdidos e atordoados com um 2 a 1 que nos minutos finais virou um 4 a 1, cortesia de dois gols do jovem João Pedro, com apenas 17 anos de idade.

Porém, seria fácil colocar a culpa em atuações longe da perfeição da defesa cruzeirense e do seu arqueiro. Mas isso seria isentar de culpa quem mais pecou pelo desastre em solo carioca: o técnico Mano Menezes.
Ele que um dia foi visto como um técnico promissor como Diniz, que tentava com a Seleção Brasileira logo após o trauma da Copa do Mundo de 2010 sob Dunga uma abordagem futebolística com futebol mais proativo e ofensivo, reverteu completamente à velha forma uma vez que ele voltou aos palcos dos clubes brasileiros. No Cruzeiro, não tem sido diferente.

Mesmo com um elenco tecnicamente superior ao do Fluminense, com ex-astros do time carioca como Thiago Neves e Fred ao seu dispor, Mano se recusa a sair do extremo pragmatismo carregado pelos seus pares mais velhos e que sofrem do mesmo mal. Um futebol que falta de coragem, e que acaba sobrecarregando os defensores enquanto que os homens da frente, por melhores que sejam, não conseguem ter o serviço decente o bastante para fazerem a diferença.

Justiça seja feita: Mano conseguiu, com esse futebol, ganhar as duas últimas edições da Copa do Brasil. Mas caso o Cruzeiro queira mais do que isso, como um título do Brasileiro ou até a reconquista da Copa Libertadores, é preciso muito mais.

Diniz mostrou que mesmo tirando leite de pedra, um futebol corajoso é recompensador frente a um time que escolhe se privar do ataque. Enquanto que o atual técnico do Cruzeiro é prova de que mesmo um coletivo de jogadores acima da média pode atuar abaixo das expectativas, por conta das travas impostas por um comandante cuja aversão ao risco é a sua maior característica. (Fernando Nunes - CIS Digital)
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