20 de maio, de 2019 | 16:00

Virou crise

Fernando Rocha

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Fernando RochaFernando Rocha
Agora virou crise, pois a exigente torcida celeste não aceita mais as desculpas e argumentos do técnico Mano Menezes - nem dos jogadores - para justificar os recentes fracassos, e exige uma reação imediata no Brasileirão.

O torcedor é bipolar de natureza e escravo dos resultados, não se importando com a forma de jogar do seu time, uma cultura que conta com o apoio de colegas da crônica, para quem o futebol se resume apenas em vitórias, conquista de títulos, não importando se o estilo da equipe é feio ou defensivista – para não dizer retranqueiro -, aspecto no qual o técnico Mano Menezes virou referência.

Em outro extremo, o argentino Marcelo Bielsa, que é adepto da filosofia do jogo atraente e ofensivo, tendo como discípulos aqui no Brasil seu compatriota Jorge Sampaoli e Fernando Diniz, que comandam Santos e Fluminense, respectivamente, foi eliminado após derrota no jogo que manteria a chance de acesso do Leeds United à Premier League.

Nem assim Bielsa foi crucificado pelos torcedores do clube inglês, que lhe enviaram uma carta de agradecimento onde se pode ler: - Ainda que não tenha terminado como esperávamos, foi brilhante fazer parte desta temporada (...) Seu futebol nos fez sonhar de novo”.

Imaginar que aqui nos nossos grotões possa haver algo semelhante da parte de alguma torcida para com o seu treinador, caso os resultados não apareçam, seria como acreditar em Papai Noel. Portanto, que Mano Menezes e os jogadores do Cruzeiro tomem ciência disso e saibam que o gato deles subiu no telhado.

Galo doido
Ainda que o resultado seja o objetivo, existem formas de jogar que criam identidade e unem a torcida em torno do time, como é o caso do Atlético, que tem a marca do jogo ofensivo, intenso, sobretudo quando joga no Independência.

Foi assim na vitória de 2 x 1 sobre o Flamengo, que tem um elenco de melhor qualidade técnica, mas não resistiu à raça e determinação da equipe alvinegra, que ainda jogou todo o 2º tempo com um jogador a menos, devido à injusta expulsão do volante Elias.

A torcida do Atlético deu o recado ao não comparecer em massa aos últimos jogos da equipe - apenas 13 mil pagantes foram registrados no último sábado, no Horto -, fazendo com que os jogadores se dedicassem mais e superassem suas próprias limitações para obter uma vitória que poderá significar o início de um período virtuoso, agora com o seu total apoio.

Hoje, o Galo muda o foco e joga com um time alternativo pela Copa Sul Americana, no Chile, contra o modesto Union Calera. E com toda certeza, estará de astral renovado para obter outro bom resultado.

FIM DE PAPO
• Ainda quando era jogador, Toninho Cerezo costumava falar que “sete carregam quatro, mas quatro não carregam sete”. Com isso, ele queria dizer que, mesmo com quatro grandes jogadores, um time é composto por 11, e se os demais não fizerem a parte deles, não vai adiantar ter craques na equipe, pois o futebol é um esporte coletivo.

• Isto talvez explique em parte o atual momento do Cruzeiro, que tem pelo menos quatro jogadores acima da média - o goleiro Fábio, Dedé, Thiago Neves e Fred - que não atravessam um bom momento, assim como os sete jogadores restantes, que em tese deveriam correr por eles. Sempre é bom lembrar num momento de crise como este, que “paciência e caldo de galinha não fazem mal a ninguém”. Assim, demitir o treinador só fará piorar ainda mais a situação.

• Impressionante a quantidade de reclamações, a maioria com razão, quanto ao desempenho do árbitro de vídeo (VAR) na 5ª rodada do Brasileirão. O que veio para ser uma ferramenta positiva, no sentido de diminuir as injustiças no futebol, está produzindo efeito contrário, como no caso da expulsão do volante Elias, do Atlético, contra o Flamengo, que era no máximo para cartão amarelo. O atacante rubro negro Bruno Henrique, no início da partida, deu uma entrada mais forte em Luan e o assoprador de apito não foi alertado pelo VAR, muito menos deu cartão amarelo ao atleta flamenguista.

• Dois pesos e duas medidas, um comportamento que se repete na atuação do VAR e da arbitragem de campo, com prejuízos aos clubes. O VAR é um avanço e veio para ficar, mas salta aos olhos o despreparo de seus atuais operadores. Não sou adepto de teorias de conspiração e quero crer que os erros não sejam propositais para beneficiar A ou B, mas sim, por despreparo ou incompetência mesmo. Não entendo também porque a CBF não escala ex-árbitros para operar no VAR, já que por serem mais experientes, poderiam contribuir muito para diminuir os erros de interpretação em lances polêmicos, assim como muitos deles já o fazem atuando nas redes de televisão. (Fecha o pano!)
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