18 de maio, de 2019 | 17:30

Passou da conta

Fernando Rocha

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Fernando RochaFernando Rocha
Por uma dessas aberrações do nosso desorganizado calendário de competições, o Cruzeiro jogou ontem a segunda partida em menos de uma semana contra o Fluminense, no Maracanã, agora pela 5ª rodada do Campeonato Brasileiro.
Acompanho a maioria dos que continuam vendo o Cruzeiro como candidato aos títulos de todas as competições que irá disputar nesta temporada, por possuir atualmente um dos elencos mais fortes do futebol nacional.
Também é fato que o time não tem convencido, sobretudo em jogos contra os também chamados ‘grandes’, mas o que vimos na última quarta-feira (15) foi um futebol que passou da conta de tão ruim, no empate de 1 x 1 com o Fluminense pela Copa do Brasil.

O próprio treinador Mano Menezes adepto de esquemas defensivos nos quais em primeiro lugar se preocupa em defender, para depois, se possível, atacar, se disse incomodado com a péssima atuação da equipe, que deu apenas um chute a gol em todo o jogo e foi dominado pelo adversário, bem mais fraco tecnicamente.
O resultado de empate, obviamente, não foi ruim para o Cruzeiro, que vai decidir a vaga nas quartas de final em casa, precisando de uma vitória simples, mas joga uma luz cada vez mais intensa de preocupação sobre o futuro da equipe, principalmente quando tiver que enfrentar times mais qualificados, a exemplo do River Plate, da Argentina, seu próximo adversário na Libertadores.

Jogou a toalha
Sem confiança no desempenho do time, a torcida do Galo reage de uma maneira surpreendente, como se viu na derrota para o Palmeiras, no Mineirão, ao qual compareceram pouco mais de 20 mil pessoas, e na sequência contra o Santos, na última quarta-feira (15), em sua volta ao Estádio Independência, quando apenas 11 mil torcedores foram incentivar a equipe.

A torcida tem razão em jogar a toalha e se rebelar. Afinal de contas, o ingresso é caro, o dinheiro está cada vez mais difícil de ganhar, o time nem sequer possui um treinador efetivo, é limitado e não dá sinais de melhora.
A desculpa da falta de opções no mercado para não contratar um treinador e reforços não convence. Neste momento, há vários exemplos de clubes que, com recursos menores que os do Atlético, conseguem manter-se em nível superior ao do Galo no futebol nacional e continental, por conta da maior competência de seus dirigentes.

FIM DE PAPO
Basta verificar o noticiário sobre a movimentação do mercado de transações para identificar vários nomes de jogadores estrangeiros e brasileiros que ficarão livres dentro de um mês, na próxima janela de transferência europeia. Neste caso também é preciso ter muito cuidado para não cometer os mesmos erros dos antecessores, ao contratar ex-jogadores em atividade, pagando-lhes fortunas e endividando o clube ainda mais.

Dos nomes ventilados no noticiário, cito alguns jogadores brasileiros com idade acima dos 30 anos, mas que ainda estão em condições de jogar por mais dois ou três anos em alto nível. Casos, por exemplo, dos laterais Rafinha (30) e Filipe Luís (33) pretendidos pelo Flamengo; o volante Ramires (32) e o zagueiro Gil (31), ambos ex-Cruzeiro, que acabam de rescindir contratos na China; Adriano (34), ex-lateral esquerdo do Barcelona, revelado no Coritiba e que joga atualmente no Besiktas, da Turquia; enfim, o que não faltam são boas opções, sem contar os hermanos de países vizinhos.

A Globo reconheceu seu erro e pediu desculpas publicamente ao goleiro do Vasco da Gama, Sidão, pelo constrangimento que o fez passar depois da partida em que o seu clube foi derrotado pelo Santos, muito por culpa de suas falhas. Como maior veículo de comunicação do país, a Globo nunca poderia ter caído na arapuca de dar voz a anônimos em redes sociais, elegendo o goleiro o “melhor em campo”, e pior ainda, dando-lhe um troféu por sua atuação desastrosa. A reação contrária foi imediata, até mesmo por parte de alguns profissionais da emissora, como o comentarista e ex-jogador Casagrande, pois uma coisa é a torcida gritar ‘frangueiro’, e outra coisa é a emissora aderir ao deboche.

Lamentável que este sentimento de indignação, que foi praticamente unânime diante de um ato no mínimo mal educado e antidemocrático, não tenha sido aplicado contra o presidente do Conselho Deliberativo e ‘dono’ do Athletico-PR, Mário Celso Petraglia, que mandou a repórter Luana Kaseker do jornal “Gazeta do Povo”, calar a boca em uma entrevista coletiva, ao ser questionado sobre um assunto diferente em relação ao doping de dois jogadores do clube.

Assim como o goleiro Sidão, a repórter também foi constrangida, intimidada, teve que aguentar a grosseria do dirigente, useiro e vezeiro nesse tipo de atitude arbitrária. Contudo, o que mais chamou minha atenção foi a falta de solidariedade, o silêncio dos demais jornalistas presentes, preferindo seguir com a entrevista como se tudo fosse coisa normal, ao invés de se levantarem e irem embora, deixando o troglodita falando sozinho. (Fecha o pano!)
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