10 de maio, de 2019 | 09:58

Vale tem prejuízo de R$ 6,4 bilhões no 1º trimestre de 2019

De acordo com a mineradora, os impactos financeiros da ruptura da barragem de Brumadinho levaram, pela primeira vez em sua história, a um resultado negativo do Ebitda

A Vale divulgou ontem (9) seu resultado financeiro do primeiro trimestre de 2019. Ele traz a público os primeiros dados após a tragédia de Brumadinho (MG), ocorrido em 25 de janeiro, quando o rompimento de uma de suas barragens provocou mais de 200 mortes . O balanço revela um prejuízo de R$ 6,4 bilhões.

De acordo com a mineradora, os impactos financeiros da ruptura da barragem de Brumadinho levaram, pela primeira vez em sua história, a um resultado negativo do Ebitda, que é o lucro operacional excluindo-se os juros, impostos, depreciação e amortização. No primeiro trimestre de 2019, o Ebitda ficou em R$ 2,8 bilhões negativos.

O impacto financeiro da ruptura para o cálculo final do Ebitda foi de R$ 19 bilhões. Esse montante envolve seis categorias de provisões e despesas listadas pela Vale. São R$ 9,3 bilhões destinados a programas e acordos de compensação, R$ 7,1 bilhões para o descomissionamento e descaracterização de barragens em Minas Gerais para evitar novos rompimentos, R$ 0,39 milhões gastos diretamente em Brumadinho, R$ 1,1 bilhão relacionados com os volumes pedidos, R$ 605 milhões com os custos da suspensão da operação em diversas minas após revisão dos indicadores de segurança e R$ 469 milhões com outros gastos.

Em 2018, a Vale teve lucro líquido de R$ 25,65 bilhões. Não houve resultado negativo em nenhum dos quatro trimestres. Do total, R$ 5,1 bilhões foram obtidos nos primeiros três meses do ano. O melhor desempenho de 2018 ocorreu no quarto trimestre com R$ 14,48 bilhões e o pior no segundo trimestre com R$ 0,3 bilhão.

Queda nas vendas

De acordo com a mineradora, o Ebitda do primeiro trimestre de 2019 também foi impactado pelo menor volume de vendas de minério de ferro e pelotas na comparação com o mesmo período do ano passado. A Vale avalia que a queda ocorreu em parte devido às paralisações ocorridas em suas estruturas após a tragédia de Brumadinho. Também cita a adoção de novos procedimentos em portos chineses e a ocorrência de chuvas anormais no porto de Ponta da Madeira (MA).

A Vale informou ainda que a dívida bruta aumentou US$ 1,585 bilhão nesse primeiro trimestre de 2019, alcançando US$ 17,051 bilhões no primeiro trimestre. A razão desse crescimento, segundo nota divulgada pela mineradora, foi a "adição de US$ 1,842 bilhão de novas linhas de crédito captadas para cumprir com a obrigação de manter fundos bloqueados relacionados à ruptura da barragem de Brumadinho".


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Comentários

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Falo Nada

10 de maio, 2019 | 11:09

“Prejuízo teve os familiares de mais de 300 mortos, e todos que de alguma forma utilizavam das águas destes rios; a morte da flora e da fauna nos rios e no caminho desta lama; isto sim é prejuízo, e que não cabem em planilha nenhuma. Já este este suposto relatório da Vale, este é recuperável em pouco tempo.”

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