03 de maio, de 2019 | 09:00

Mais emoções

Fernando Rocha

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Fernando RochaFernando Rocha
A temporada 2019 começou de fato agora, com o início do Campeonato Brasileiro e das oitavas de final da Copa do Brasil, com a realização do sorteio dos confrontos incluindo os clubes que estiveram e ainda estão na Copa Libertadores este ano.

Nossos representantes, Atlético e Cruzeiro, não deram muita sorte com as bolinhas no sorteio, pois o Galo vai ter que enfrentar o Santos de Jorge Sampaoli, a sensação deste começo de temporada, e o Cruzeiro terá pela frente o Fluminense de outro badalado técnico, Fernando Diniz.

Outra disputa envolve Flamengo x Corinthians, os dois clubes de maior torcida no país e por isso mesmo os ‘queridinhos’ da grande mídia, onde não há favorito, embora o rubro-negro carioca tenha uma equipe melhor.
A Copa do Brasil tem a melhor premiação e vai destinar só ao campeão cerca de R$ 50 milhões. Este ano, já a partir dos jogos das oitavas de final, haverá a utilização do árbitro de vídeo (VAR), sendo que os oito classificados para as quartas de final conhecerão seus adversários em novo sorteio, sem definição de potes, e só então os cruzamentos serão direcionados até a finalíssima.

Hora de ajustes
No futebol, não existiu ainda uma equipe que tenha conseguido manter-se no topo por um longo período, jogando um futebol de excelência, sem oscilar ou derrapar de vez em quando.
É o caso do Cruzeiro, que nos últimos três anos, sob o comando de Mano Menezes, vinha mantendo um padrão de jogo e conquistando títulos importantes como as duas Copas do Brasil, além de dois estaduais, mas que agora passa por um período de turbulência.

Foi derrotado pelo Flamengo, no Maracanã, e perdeu a invencibilidade na temporada, e venceu com sérias dificuldades o modesto Ceará, no Mineirão. E mesmo assim logo surgiram os primeiros burburinhos de desconfiança por parte da torcida azul e cobranças de parte da imprensa.
Não vejo, ainda, motivo para grandes preocupações, pois o Cruzeiro tem um elenco com qualidade e quantidade suficientes para que o técnico Mano Menezes faça os ajustes necessários e recupere o bom futebol que vinha apresentando neste início de temporada.

FIM DE PAPO
Em agosto de 1978, o serviço de comunicação da ditadura militar programou uma entrevista do então futuro presidente, General João Batista de Figueiredo, que tinha paixão pela criação de cavalos, com o objetivo de melhorar a imagem de homem rude, ignorante e mal educado que ele desfrutava perante a população. Perguntado se gostava do ‘cheiro do povo’, Figueiredo respondeu: ‘O cheirinho do cavalo é melhor (do que o do povo)’.

Pois bem. O episódio da explosão desmedida e desnecessária cometida por Neymar, que resultou na agressão de um torcedor, me remete à triste lembrança deste fato que envolveu o já falecido general Figueiredo, o último presidente de um triste e obscuro período da nossa história. Figueiredo também vivia em uma redoma, cercado de bajuladores e mordomias diversas, que o impediam de ver as coisas como de fato elas eram, mesmo porque ele também não se interessava em saber dos anseios e sofrimentos da população.

Neymar é um craque indiscutível, o maior que temos no momento, e tinha tudo para se tornar o melhor do mundo. Ele vive, entretanto, em uma bolha com família, assessores e ‘parças’, desconectado da realidade do mundo exterior. Então, quando entra em contato com a vida real, com o povo, com o contraditório, perde-se totalmente e pisa na bola. Para piorar ainda mais o seu infeliz momento, ainda criticou os companheiros mais jovens formados no clube, sendo que o normal seria ele se comportar como uma referência aos garotos. O futebol que imita a vida não existe para atender caprichos ou devaneios de ninguém.

Na contramão de tudo isso nós tivemos, na última quarta-feira, o argentino Lionel Messi dando novamente um show, uma aula de futebol, de tal forma desequilibrante que fechou o placar com uma cobrança de falta magnífica, uma obra tão pessoal que me fez lembrar outros craques que tive o privilégio de ver jogar com a mesma virtude do argentino neste tipo de lance, tais como Zico, Zenon, Dicá, Roberto Dinamite, Marcelinho Carioca, Éder Aleixo, Nelinho e o maior de todos, que foi o ‘Rei Pelé’.

A semana que passou foi triste, de perdas, pois nos deixaram a ‘madrinha do samba’, Beth Carvalho, ligada ao Botafogo e ao Atlético, além do ex-jogador e técnico José Maria Pena, campeão brasileiro pelo Galo em 1971, e que na região fez história dirigindo o Social de Coronel Fabriciano. Vida que segue e descansem em paz, lá onde todos nós estaremos um dia. (Fecha o pano!)
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