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03 de maio, de 2019 | 06:25

Tecnologia a serviço da educação: investimento que dá resultado

Pesquisadora da UFMG desenvolve aplicativo para auxiliar apoio a crianças e adolescentes com Deficiência Intelectual

A psicóloga e pesquisadora Elaine Custódio Rodrigues Gusmão desenvolveu, em sua tese de Doutorado do Programa de Pós-Graduação da Escola de Enfermagem da UFMG, em parceria com a Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), um aplicativo projetado para auxiliar profissionais a identificar habilidades adaptativas práticas, sociais e conceituais de crianças e adolescentes com Deficiência Intelectual (DI) e, assim, realizar um melhor trabalho de apoio para esses jovens. Segundo ela, o app, que leva o nome de Autonomy - para salientar a importância da autonomia para os jovens com DI -, está direcionado para o cuidado tanto na área da saúde, como na da educação.

Ela explica que a Deficiência Intelectual compreende limitações nas habilidades mentais relacionadas à inteligência, raciocínio, resolução de problemas e planejamento, entre outras. Pessoas com DI apresentam alguns entraves e barreiras em capacidades adaptativas, tendo maior dificuldade em compreender, aprender e aplicar informações e tarefas, novas ou complexas. Apesar disso, essas pessoas têm plena capacidade de desenvolver e aprender habilidades comuns às pessoas sem as DI’s, porém, necessitam de certo apoio e direcionamento.

A pesquisadora pontua que o Autonomy pode auxiliar os profissionais no diagnóstico das habilidades adaptativas, pois ele identifica as atividades que as crianças e adolescentes com DI fazem sozinhos ou com ajuda, assim como as atividades instrumentais da vida diária, sociais e escolares que esses jovens costumam realizar. “A partir dessa avaliação, os profissionais da saúde e/ou da educação poderão elaborar planos de intervenção que estimulem o desempenho de tais habilidades de modo mais autônomo”, reforça.

O Autonomy é destinado para a utilização com crianças e adolescentes com DI na faixa etária entre 6 a 19 anos e permite, ao final das etapas propostas, verificar o nível de autonomia em relação às atividades desenvolvidas. As funcionalidades do app consistem na aplicação de questões representadas por imagens/figuras em que a criança ou o adolescente escolhe as opções sobre como realiza determinadas atividades básicas da vida diária, atividades instrumentais da vida diária, atividades sociais e atividades escolares. De acordo com Elaine, a escolha por trabalhar com figuras se deu para facilitar o entendimento, já que o Autonomy pode ser aplicado em jovens sem a habilidade de leitura e escrita.

“Nós vamos fazer uma atividade bem diferente hoje, preciso que você se concentre na fala da pessoa, nas figuras que vão aparecer e toque na sua resposta. Algumas respostas você terá que tocar em uma carinha. A carinha sorridente indica a resposta sim e a carinha triste indica a resposta não”, instrui o aplicativo para que os profissionais conversem com as crianças e adolescentes que utilizarão o Autonomy.

O aplicativo estará disponível para o público, provavelmente, ainda em abril deste ano. “Como sou professora e um dos estágios que supervisiono é na Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE), irei começar a utilizar o aplicativo para sondar as habilidades e montar planos interventivos”, comenta a pesquisadora. Além disso, ela afirma que pretende realizar outras pesquisas que visem de forma direta a questão da avaliação psicológica.

A psicóloga narra, ainda, a experiência do planejamento e desenvolvimento do aplicativo que, segundo ela, foi muito gratificante. “A maioria interagiu muito bem. Interessante eram algumas crianças com paralisia cerebral que não falavam, mas ficaram animadas com o som e as figuras do aplicativo e sinalizavam as respostas através das mães. Estar com as pessoas com deficiência intelectual é sempre um momento rico e de muito aprendizado”, conclui.

Tema: Construção e validação de um aplicativo de identificação das habilidades adaptativas de crianças e adolescentes com Deficiência Intelectual
Nível: Doutorado
Autora: Elaine Custódio Rodrigues Gusmão
Orientadora: Tânia Couto Machado Chianca
Programa: Programa de Pós-Graduação da Escola de Enfermagem da UFMG
Defesa: 26/03/2019
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