29 de abril, de 2019 | 00:01
Os 55 anos de Timóteo
Do pioneirismo siderúrgico ao desenvolvimento com justiça social
No fim do século XVI, com a formação de expedições que procuravam metais preciosos, começou a exploração da região dos chamados Sertões do Rio Doce, mas o desbravamento das terras foi proibido pela Corte Portuguesa no começo do século XVII, com o intuito de evitar o contrabando do ouro que era extraído nas redondezas de Diamantina.Divulgação/Arquivo Aceciva
O antigo distrito de Timóteo ganhou ares de metrópole após a chegada da Acesita
O povoamento da região foi liberado apenas em 1755, mas os indígenas que habitavam o Vale do Rio Doce os borun, ou botocudos - eram vistos como um obstáculo para a exploração. Assim, no início do século 19, a Corte determinou que fossem criados quartéis para proteger os colonos - a chamada 4ª Divisão do Rio Doce”. 
Em 1820, a região ainda selvagem de Timóteo era subordinada ao Quartel Onça Pequena, cuja sede ficava em Jaguaraçu. Naquela época, Guido Marlière era o comandante geral das divisões do rio Doce.
O começo do povoamento de Timóteo ocorreu em meados do século XIX, quando Francisco de Paula e Silva (conhecido como Chico Santa Maria, por ser natural de Santa Maria de Itabira/MG) adquiriu três sesmarias - Alegre, Limoeiro e Timóteo - na localidade e se instalou em uma delas, no atual bairro Alegre, próximo ao chamado Ribeirão de Timóteo, juntamente com a sua família e numerosos escravos, e onde também recebia tropeiros em busca de descanso. Francisco estabeleceu a agricultura e a criação de gado na área, incentivando a formação de um povoado que mais tarde veio a ser batizado de São Sebastião do Alegre.
A origem da denominação Timóteo” é atribuída ao sobrenome de um tropeiro que teria se instalado na localidade, onde abriu uma venda que se tornou um importante ponto de referência, ficando conhecida também como Paragem do Ribeirão do Timóteo”. Uma outra versão refere-se a um desbravador que teria decidido homenagear um sobrinho europeu, de nome Timóteo.
Em 1938 ocorreu a criação do distrito de Timóteo, subordinado ao município de Antônio Dias. Na década seguinte, o município foi escolhido para sediar o núcleo industrial siderúrgico da Acesita (Aços Especiais Itabira), atual Aperam South America. Isso só foi possível dada a facilidade de recebimento de matéria prima e escoamento por meio da EFVM, além da grande disponibilidade de água no rio Piracicaba e o fato de haver muita madeira nas vastas matas locais. Em 1948, o distrito foi anexado ao município de Coronel Fabriciano.
Uma vila operária destinada aos trabalhadores da Acesita foi construída, paralela ao núcleo urbano original, fato que levou à divisão da cidade em dois agrupamentos: um composto pelos bairros construídos pela empresa, região que cresceu ao redor do Centro-Norte e ainda hoje é conhecida como Acesita, apesar da mudança de nome da empresa; e o outro formado a partir das ocupações originais no Centro-Sul, que por sua vez é chamado Timóteo.
Apesar do crescimento do setor de serviços, a indústria ainda representa a principal fonte de renda municipal e sua manutenção na região contribuiu para a formação da Região Metropolitana do Vale do Aço, que corresponde a um dos principais polos urbanos do interior do estado.
Timóteo tem cerca de 35% de sua área protegida pelo Parque Estadual do Rio Doce, a maior reserva de Mata Atlântica de Minas Gerais.
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