29 de abril, de 2019 | 11:14

Dos tropeiros ao turismo

Santana do Paraíso, belas paisagens e grande perspectiva de futuro

Os tropeiros foram os principais responsáveis pelo ciclo econômico de Santana do Paraíso, é o que garante o historiador Osvaldo Aredes. Santana do Paraíso atualmente sedia várias indústrias e o único aeroporto do Vale do Aço, cuja pista passou recentemente por uma reforma provisória. As belas cachoeiras sempre foram – e continuam sendo, alguns séculos depois – o ponto de referência mais significativo do município, cujo privilégio de possuir recursos naturais realmente significativos lhe permite ocupar posição de destaque no turismo regional.

Ainda de acordo com os historiadores, a “Fazenda da Cachoeira do Engenho” teria sido o primeiro centro comercial de Santana do Paraíso, abrigando em seus espaços um moinho e máquinas de limpar (pilar) café e arroz. Logo surgiram vários outros armazéns de cereais no entorno do engenho e novos moradores começavam a chegar, motivados principalmente pela beleza do lugar e pela fartura da caça e da pesca.

O primeiro nome da cidade, Taquaraçu, significa “grande bambu” e homenageava uma vegetação gramínea muito comum na região. O território do atual município pertenceu antes a Itabira do Mato Dentro, tendo sido elevado a distrito em 1892.
 
Boteiros
No início do Século 20, com a chegada da Estrada de Ferro Vitória Minas à região, Santana do Paraíso vivenciou um grande crescimento demográfico, com o aumento do número de fazendeiros e produtores rurais que sonhavam escoar a produção agrícola pelo caminho de ferro em direção a Itabira e à Figueira do Rio Doce (atual Governador Valadares).

A linha férrea passava pelo “Porto do Sal” (hoje Ipaba do Paraíso), que se transformou em um entreposto comercial de destaque no final do século XIX. Nessa época, em vez dos tropeiros, quem mais se destacava eram os chamados ’boteiros’, que transportavam as mercadorias em suas canoas e atendiam ainda ao município de Caratinga.
Após a ferrovia, o atual bairro conhecido como Ipabinha ganhou mais importância comercial. De lá partiram os homens que construiriam a Estação de Pedra Mole, que depois daria origem ao município de Ipatinga.
 
Siderurgia
Em 1923 houve uma nova subdivisão territorial em Minas Gerais, e o então distrito de Conceição de Mato Dentro foi anexado ao município de Mesquita. Nesse período, Santana do Paraíso viveu uma fase de estagnação até a chegada da siderurgia à região, primeiro com a construção da Acesita, em meados dos anos 1940, e depois a Usiminas, no final dos anos 1950, que depois construiu um aeroporto no território de Santana do Paraíso, junto ao Distrito Industrial, às margens da BR-381.

Desde a sua emancipação, em 28 de abril de 1992, Santana do Paraíso vive mais um ciclo econômico, com aumento do número de indústrias e um grande crescimento da sua área urbana, através da formação de novos bairros e loteamentos feitos por empresas do setor imobiliário.