13 de abril, de 2019 | 09:57

Favoritismo azul

Fernando Rocha

Divulgação
Fernando RochaFernando Rocha
Começa neste domingo mais uma decisão do desgastado Campeonato Mineiro, tendo de novo Atlético e Cruzeiro como os protagonistas do espetáculo, eles que são considerados os dois ‘grandes’ do futebol estadual.

Pela fragilidade mostrada pelos times do interior e também pelo América, que foi rebaixado à Série B nacional ano passado e está montando um novo time, a decisão entre Galo e Raposa era mais do que esperada.
A história se repete e, desta vez, o Cruzeiro está, por uma série de motivos, na condição de favorito absoluto para conquistar o título.

O time celeste já iniciou a temporada com o moral elevado, pela conquista do bicampeonato na Copa do Brasil no ano passado, que lhe rendeu uma premiação milionária e possibilitou que fizesse contratações pontuais, ajustando ainda mais o trabalho do técnico Mano Menezes, que está à frente do time há três anos.

Com Fred evoluindo a cada jogo – marcou três gols nos 4 a 0 sobre o Huracán, no Mineirão, e já havia feito outros três no América pelo Mineiro -, um elenco que ganhou reforços de alto nível, como Rodriguinho, Marquinhos Gabriel, Jadson, Orejuela e Dodô, o Cruzeiro atual é um dos cinco melhores elencos do país, se equiparando aos endinheirados Flamengo e Palmeiras, e estando à frente da dupla gaúcha Gre-Nal.

Em baixa
Na contramão está o Atlético, praticamente eliminado na fase de grupos da Libertadores, vindo de um vexame no Paraguai ainda não assimilado por sua torcida, que foi a goleada de 4 x 1 sofrida para o Cerro Porteño, coisa que custou o emprego do técnico Levir Culpi.

Se tivesse que definir em uma só palavra a atuação do Atlético, na derrota da última quarta-feira, eu diria que foi ‘constrangedora’, pelos quatro gols sofridos em 13 minutos no primeiro tempo, depois de abrir o placar com Ricardo Oliveira. Fato, aliás, muito parecido com o que ocorreu na semifinal da Copa de 2014 com a Seleção Brasileira de Felipão, que perdeu de 7 a 1 para a Alemanha.

Mas, no mundo paralelo das finais de estaduais, ainda mais em se tratando de um clássico entre dois rivais tradicionais, tudo isso pode mudar, mesmo com os dois gigantes separados por um abismo quilométrico, o que dá à Raposa total favoritismo.

FIM DE PAPO
• A pancada sofrida em Assunção foi tão forte que deixou completamente atordoado o então técnico do Atlético, Levir Culpi, que normalmente já é meio avoado nas coletivas pós-jogo. Aqui nos nossos grotões se diz, em casos assim, que o técnico atleticano ficou como “cachorro quando cai de mudança”. Levir Culpi trocou por duas vezes o nome do adversário, chamando-o de Peñarol (time do Uruguai) e, quando perguntado sobre a final do nosso estadual, confundiu-o com o “campeonato gaúcho”. Seria cômico, se não fosse trágico para os atleticanos.

• Na coluna do último domingo, após o sufoco que o Galo passou contra o modesto Zamora, da Venezuela, escrevi que havia mudado de opinião sobre o trabalho de Levir Culpi, pois entendia que, com ele no comando, o Atlético não conseguiria seguir na Libertadores. A maioria dos colegas na imprensa e a torcida atleticana compartilhavam a mesma opinião, mas a diretoria alvinegra resolveu fazer ouvidos de mercador e deu no que deu.

• Quatro vitórias, oito gols marcados, nenhum sofrido. Por mais que cada grupo no torneio continental tenha o seu contexto, os resultados excepcionais do Cruzeiro neste início de temporada são consequência de um trabalho consistente, muito bem sincronizado entre comissão técnica e diretoria, com reflexos diretos no desempenho dos jogadores em campo.

• Há um modelo de jogo bem assimilado até pela torcida, que entende a opção do técnico Mano Menezes, cuja premissa parte da necessidade de primeiro se defender, para depois agredir o adversário. A identidade do time é clara, dentro do padrão que o treinador chama de seu. O que vinha faltando nos últimos anos, uma melhoria do repertório ofensivo, foi corrigido com a chegada de Rodriguinho e Marquinhos Gabriel, duas das várias apostas bem-sucedidas feitas pela atual diretoria.

• Não por acaso, com um elenco qualificado e homogêneo, o Cruzeiro atingiu os 12 pontos ganhos e está classificado para o mata-mata da Libertadores. Portanto, não há como deixar de considerá-lo favorito, não só para a decisão estadual diante do maior rival, o Atlético, mas também candidatíssimo a voos mais altos na Libertadores, Copa do Brasil e Brasileirão. (Fecha o pano!)
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