01 de abril, de 2019 | 17:53
Os encantos de Paraty na Semana Santa
Ainda há vagas para acompanhar festividades da Semana Santa em uma das mais antigas cidades brasileiras
Desde seus primórdios Paraty é uma cidade tradicionalmente católica, organizando e festejando anualmente cerca de 23 festas de cunho religioso, dentre as quais as mais importantes são, a Festa do Divino, a Festa e Procissão marítima de São Pedro, Corpus Christi, a Festa de Santa Rita, a Festa de N.S. dos Remédios - Padroeira da Cidade - e a Semana Santa. Esta última, neste ano de 2019, será comemorada no período de 14 a 21 de abril de 2019.
Comemorações da Semana Santa na cidade histórica de Paraty mantêm tradições que datam dos séculos XVII e XVIII, ocasião em que podem ser admiradas imagens e peças sacras com mais de 300 anos de existência.
Essas peças, que se encontram sob a tutela do IPHAN-Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, ficam guardadas todo o ano no cofre do Museu de Arte Sacra de Paraty, na igreja de Santa Rita.
A festa religiosa também tem peso na economia local, pois atrai turistas que se programam o ano inteiro para participar da tradição. Ainda é possível encontrar, também, passagens aereas para paraty.
O setor de hospedagem de Paraty faz reservas o ano inteiro, para receber os visitantes nesse feriado. Se você vai a Paraty, na Semana Santa, reserve hoteis.
Tradição mantida
Todas as procissões e celebrações da Semana Santa são, até hoje, preservadas, tanto pela paróquia quanto pelo povo paratiense. Na verdade, algumas delas foram adaptadas - como, por exemplo, a Procissão do Encontro - que era realizada uma semana antes e, atualmente, acontece na própria Sexta-Feira. Seis peças de valor histórico-arquitetônico incalculável podem ser vistas na Sexta-Feira Santa em Paraty: os Passos da Paixão, abertos apenas uma vez por ano.
Um dos pontos altos da Semana Santa em Paraty é a Procissão do Fogaréu (ou da Prisão) da qual, no início, somente homens participavam, sendo as mulheres proibidas até de vê-la pelas janelas.
Dessa procissão, reativada na década de 70 por um grupo de jovens paratienses, participava a figura do Centurião, que ia à frente do andor tocando uma corneta quando chegava à frente das igrejas.
O Fogaréu, que inicia à meia noite de Quinta-Feira, simboliza a prisão de Cristo. Nessa procissão secular os fiéis saem pelas ruas de pedras do Centro Histórico portando fifós (tochas), com as luzes dos postes apagadas e ao som incessante de matracas - o que nos transporta a outros tempos. As matracas vieram substituir os sinos que, por serem motivo de júbilo, silenciam na Quinta-Feira Santa e só voltam a tocar no Domingo de Páscoa.
Imagens sacras de valor incalculável podem ser admiradas durante as procissões da Semana Santa em Paraty: o Senhor dos Passos, do século XVIII, em tamanho natural, com braços articulados; o Cristo Crucificado, também em tamanho natural, usado na cena do Calvário, arte espanhola do século XVIII; a Nossa Senhora da Soledade, que sai na Procissão do Enterro, de 1.80m de altura e origem também espanhola, muito provavelmente do oitocentos; e o Senhor da Cana Verde e a N.S. das Dores, ambas igualmente do século XVIII, chamadas peças "de roca", isto é, figuras que possuem apenas a cabeça, os braços e os pés, muito comuns em Minas Gerais.
Durante as procissões da Semana Santa em Paraty podem ser vistas outras peças raras feitas em madeira, como o esquife do Senhor Morto, ou de prata ricamente lavrada, como as lanternas e o Pálio da Procissão do Enterro, entre outras.
Encontrou um erro, ou quer sugerir uma notícia? Fale com o editor: [email protected]