02 de abril, de 2019 | 08:00

Dia Mundial do Autismo promove diálogo a respeito do transtorno

As pesquisas sobre a causa do autismo ainda estão em fases iniciais

Divulgação
A neuropsicóloga Carla Martins explica os sintomas e tratamentos da doençaA neuropsicóloga Carla Martins explica os sintomas e tratamentos da doença

Criado pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 2007, o Dia Mundial da Conscientização do Autismo, celebrado no dia 2 de abril, faz um alerta a respeito do conhecimento do que é o autismo e da inclusão das pessoas que possuem algum grau do Transtorno do Espectro Autista (TEA).

As pesquisas sobre a causa do autismo ainda estão em fases iniciais. Ainda sem uma causa bem definida, o autismo pode ter influência do fator genético, alergias alimentares e outros fatores da vida intrauterina. O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CD) dos Estados Unidos detectou que mais crianças tem recebido o diagnóstico da doença. Relatório divulgado em 2018 indica que uma a cada 59 crianças são identificadas com espectro autista.

Para a neuropsicóloga Carla Martins, a data promove uma reflexão necessária para a sociedade. “Os números de crianças com autismo tem aumentado. Precisamos conscientizar a população do que é a patologia, como intervir, quais sinais observar para conseguirmos fazer o diagnóstico precoce. As famílias com membros que possuem o espectro autista precisam ser acolhidas, precisam de suporte, porque ainda temos muitos olhares tortos. Precisamos de falar mais do autismo para termos uma sociedade com menos preconceito”, pontua a especialista.

Diagnóstico e Tratamento

Carla acrescenta que as crianças com autismo podem apresentar alguns sinais desde os primeiros meses de vida. “Trabalhamos com a ideia do diagnóstico precoce. Tem crianças cada vez menores sendo diagnosticadas com autismo, com um ano de idade ou até mesmo antes. Os marcos de desenvolvimento que possuem maiores atrasos são: motor, fala e dificuldade de interação, com outras crianças e mesmo com os responsáveis”, detalha a especialista.

Apesar de apresentar sintomas, o diagnóstico deve ser feito por equipe multiprofissional. “Hoje temos o diagnóstico clínico do autismo. É necessário ter uma equipe com médico neurologista ou psiquiátrico, fonoaudiólogo, psicólogo. As avaliações podem ser feitas por meio de observações no ambiente clínico, neuropsicológicas e outras com instrumentos específicos para o autismo”, informa Carla.

Junto ao diagnóstico, a neuropsicóloga destaca a necessidade do tratamento para a promoção da qualidade de vida da pessoa com o transtorno. “Da mesma forma que o diagnóstico, o tratamento é feito por uma equipe para minimizar os atrasos da criança. Devemos pensar que não existe um tipo de autismo e, sim, autismos. Em cada criança, devemos trabalhar as dificuldades de forma bem individualizada”, ressalta.

Família

Para a especialista, a família é um dos principais pontos para o tratamento bem-sucedido. “A gente precisa da família, é o elo de maior acesso, vínculo, que a criança tem. Por isso, é tão importante uma família engajada no tratamento para minimizar os atrasos. Assim, com estimulação motora, cognitiva e da comunicação, vamos deixando estas habilidades cada vez mais funcionais”, explica Carla.

O tratamento exige esforço dos profissionais e também das demais pessoas que cercam as crianças, por não ter um protocolo único, diz a neuropsicóloga. “Não existe receita de bolo. Não é terapia e medicação que irão resolver o problema. Precisamos de equipe, escola e família alinhadas. A família deve ser persistente nestas intervenções”, conclui.
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