28 de março, de 2019 | 05:55
Red Bull ''encampa'' Bragantino e pretende ser potência também no futebol brasileiro
Num primeiro momento, toda a parte administrativa e de futebol caberá ao Red Bull, que aos poucos, vai assumir o comando geral do clube
Está prestes a surgir uma nova força no futebol brasileiro. O Bragantino fechou uma parceria com o Red Bull Brasil, que assume o comando do futebol do clube a partir do Campeonato Brasileiro da Série B, com início em abril. As duas partes oficializaram o acordo no início desta semana, inclusive sendo recebidos na prefeitura de Bragança Paulista pelo prefeito Jesus Chedid, tio de Marco Chedid, atual presidente do clube. O investimento é da ordem de R$ 45 milhões.Red Bull comanda
Num primeiro momento, toda a parte administrativa e de futebol caberá ao Red Bull, que aos poucos, vai assumir o comando geral do clube.
O presidente ainda será Marco Chedid. Existirá um prazo de ajustamento e transição no qual dentro de três a cinco anos o controle geral será todo do Red Bull.
Esta foi a forma mais rápida do grupo austríaco para chegar à elite do futebol brasileiro. Ficaria mais demorado (de quatro a cinco anos) e mais custoso - é difícil estimar valores - entrar na Série D do Brasileiro até alcançar a Série A por meio do seu atual time, o Red Bull Brasil, que foi eliminado nas quartas de final do Paulistão na noite desta terça-feira ao empatar em 0 a 0 com o Santos em Campinas (perdera o jogo de ida por 2 a 0).
A empresa já tem clubes na Áustria (Red Bull Salzburg), na Alemanha (Red Bull Leipzig) e nos Estados Unidos (Nova York Red Bulls). O clube que está na Série A do Campeonato Paulista foi fundado no Brasil em 17 de novembro de 2007, tendo, portanto, 11 anos.
As negociações
Num primeiro momento, o Red Bull assume o futebol, aproveitando os seus jogadores que disputaram o Paulistão e mais alguns do atual elenco do Bragantino. Além da promessa de reforçar o time com o objetivo de brigar pelo acesso ao Brasileirão de 2020.
Este acordo é o ponto inicial para a saída definitiva da família Chedid, que comanda os destinos do clube desde a década de 60, tendo à frente Nabi Abi Chedid, que depois foi presidente da Federação Paulista de Futebol e vice da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Curiosamente, Nabi nunca foi o presidente do clube. O seu filho, Marco Chedid, assumiu a presidência em 1998, com cerca de 200 ações trabalhistas e muitas dívidas.
O negócio começou a sair depois da negativa de negociação por parte do Oeste, de Barueri, que rejeitou uma proposta de R$ 35 milhões para ser incorporado. A partir daí, autorizado por Marco Chedid, um intermediário conversou com o presidente do Red Bull Brasil, Thiago Scuro (ex-dirigente do Cruzeiro), nas vésperas do Natal de 2018. Scuro estava nos Estados Unidos e os contatos foram feitos por telefone. E apresentou a opção de acordo com o Bragantino.
De volta ao Brasil no dia 4 de janeiro, Thiago Scuro se encontrou com Marco Chedid na sede de sua empresa em Campinas e começou a negociar as pendências para o acordo.
Ele teria sido fechado na Alemanha em fevereiro, quando Luiz Arthur Chedid, filho de Marco Chedid e vice-presidente do Bragantino, acompanhado de um advogado, teria se reunido com dirigentes da empresa de bebidas e energéticos. Isso teria acontecido entre os dias 10 e 15 de fevereiro.
A negociação é complexa, tanto com pontos administrativos, como também em termos desportivos, porque agora o acordo precisa ser chancelado tanto pela Federação Paulista como pela CBF.
Esta parte já foi negociada pelo próprio Marco Chedid com os presidentes das duas entidades.
As cores da camisa e a forma de apresentação do nome (Red Bull/ Bragantino ou Bragantino/Red Bull) estão sendo definidas pelo departamento de marketing da Red Bull.
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