18 de março, de 2019 | 15:23
Em primeiro
Fernando Rocha
O jogo que, em priscas eras, era classificado pela imprensa como o clássico das multidões, terminou com a vitória do Galo sobre o América, por 3 a 2, e que foi valorizado pela torcida - 43.137 presentes -, grande parte crianças que tiveram a entrada liberada em uma promoção mais do que acertada da diretoria atleticana. Sem a limitação idiota imposta pela CBF nas competições nacionais, o grande número de mascotes no gramado fez com que também houvesse um colorido especial, coisa que há muito não se via na entrada dos times em campo.Com a vitória, o Galo assegurou o primeiro lugar e as vantagens do regulamento nas próximas fases, exceto nas esdrúxulas quartas-de-final, quando o único benefício é o mando de campo, pois se a partida terminar empatada, a decisão será nos pênaltis.
Isso abre a possibilidade de zebras, se bem que a diferença técnica dos times da capital para os do interior é de tal maneira grande que uma surpresa seria comparável a um boi voar ou o Sargento Garcia finalmente prender o Zorro.
Outra disposição
Apesar da vitória, o Atlético não fez uma grande exibição, mas pelo menos jogou com o coração, o que motivou a melhor explicação para o resultado, feita pelo jornalista Chico Maia em seu blog: O América não é pior que Cerro do Paraguai e Nacional do Uruguai, mas o Atlético jogou este clássico como se fosse uma partida da Libertadores da América.
É verdade que a expulsão infantil de Matheusinho, aos 15 do 2º tempo, ajudou muito o Atlético a alcançar a vitória, que acabou sendo justa pelo empenho de seus jogadores, apesar da pouca organização tática.
Outra vez Luan se destacou atacando e defendendo com precisão. Pelo lado do Coelho, o zagueiro Paulão Caveirão fez um belo gol de cabeça, aproveitando outra falha de Igor Rabelo, em lance semelhante ao que, há uma semana, também entregou o ouro contra o Nacional pela Libertadores.
Mas pelos dois gols marcados, o oportunismo e uma excelente colocação na área, o jovem Alerrandro foi o nome do jogo, tornando-se artilheiro da competição com sete gols, à frente de veteranos consagrados como Ricardo Oliveira e o cruzeirense Fred. Não existe gol feio; feio é perder gols”, uma das máximas de Dadá Maravilha, serve para ilustrar os gols de oportunismo e sem muita plástica do jovem Alerrandro.
FIM DE PAPO
Algumas alterações feitas e clamadas pela torcida atleticana há algum tempo também ajudaram na melhora do time, como, por exemplo, a entrada de Guga no lugar do Patric e do uruguaio David Terans no lugar de Elias. Além disso, a gripe que tirou Ricardo Oliveira da partida possibilitou a entrada de Alerrandro, o herói do clássico, autor de dois gols, inclusive o da vitória, já nos acréscimos da segunda etapa.
Em ritmo de treino, o Cruzeiro conseguiu uma vitória fácil por 3 a 0 sobre o Tupi, em Juiz de Fora, rebaixando matematicamente o Galo Carijó” da Zona da Mata para a segunda divisão em 2020. A vitória celeste se desenhou logo aos 3 minutos, quando o zagueiro Aislam marcou gol contra e, estranhamente, não esboçou nenhuma reação de tristeza, agindo como se nada tivesse acontecido. Egídio ainda fez um golaço de falta e Fred fez outro de pênalti.
O Ipatinga sofreu a quarta derrota na segunda divisão mineira, desta vez para o Coimbra, por 1 a 0, na Arena do Jacaré, em Sete Lagoas. Em penúltimo lugar na competição, neste momento o Tigre estaria rebaixado à terceira divisão. No próximo sábado, às 16h, vai receber o Athletic Club de São João Del Rei, no Ipatingão, para tentar a primeira vitória e sair desta situação vexatória.
No último sábado, acompanhado do ex-vice de futebol do clube e atual diretor da base do Cruzeiro, Amarildo Ribeiro, quem esteve na Arena do Jacaré vendo a partida foi o empresário Ricardo Nunes, fundador da rede Ricardo Eletro. E dizem nos bastidores que pode estar sendo costurada uma parceria do Ipatinga com o empresário, que resultaria em investimentos financeiros que o clube tanto precisa para voltar ao principal cenário do futebol estadual e nacional.
Seria uma parceria curiosa, pois de um lado estaria um clube que tem um passivo descoberto de milhões só em dívidas trabalhistas, e do outro um empresário recém falido, que desde 2016 viu sua rede de lojas, que já foi a terceira maior do país, sucumbir em meio a dívidas que superam a casa de R$ 1 bilhão. (Fecha o pano!)
Encontrou um erro, ou quer sugerir uma notícia? Fale com o editor: [email protected]














