16 de março, de 2019 | 08:45

PC conclui que três adolescentes participaram de homicídio no Alipinho

Motivação do crime seria dívida de drogas de um dos infratores com a vítima e também a rivalidade de grupos rivais, em Fabriciano

Arquivo/Diário do Aço
Thallisson foi atraído para a morte por um dos adolescentesThallisson foi atraído para a morte por um dos adolescentes

A Polícia Civil concluiu que três adolescentes tiveram participação no assassinato de Thallisson Dias Macedo de Souza, de 17 anos, crime ocorrido no último dia 14 de fevereiro na rua Olaria, no bairro Alipinho. A conclusão da investigação da Delegacia de Homicídios de Coronel Fabriciano foi repassada ao Diário do Aço, caso concluído e encaminhado à Justiça, na última sexta-feira (15).

O delegado Alexandro Caetano Silveira confirmou que a investigação se encerrou nesta semana com o devido esclarecimento da participação de cada menor infrator no crime. Um deles emprestou a arma usada no crime, uma pistola calibre 9 mm, motivado por uma suposta dívida de drogas, além da rivalidade de dois grupos rivais da cidade.

Após o crime, os policiais militares levantaram informações que um dos menores infratores trocou mensagens pelo Facebook marcando um encontro, justamente no local onde aconteceu o crime. O investigado confirmou a dívida e disse que agiu em companhia de outro menor de idade.

O adolescente apreendido na ocasião em flagrante foi internado. O segundo envolvido foi localizado e cumprido um mandado judicial de internação. As investigações policiais apontaram que mais um adolescente, amigo de um dos autores, emprestou a arma utilizada no crime, uma pistola de calibre 9 mm municiada com 12 cartuchos. Ele foi localizado no dia 4 de março.

Em oitivas na delegacia e no fórum, segundo o delegado, o menor infrator que marcou o encontro com a vítima mudou sua versão e negou ter cometido o crime alegando ser amigo de Thallisson. Ele ainda disse que pagou o que devia à vítima, R$ 50, contudo nenhuma quantia em dinheiro foi encontrada com o adolescente assassinado para confirmar sua história.

Apesar da alegação dele, a sua mãe disse que o filho estava com medo de sair à rua e era procurado constantemente por Thallisson. Em uma das idas do rapaz em sua casa, o filho pediu para falar que não se encontrava, versão contrária da contada pelo jovem perante à Justiça.

Gangues rivais
As investigações apontaram que dois dos adolescentes envolvidos no crime fazem parte da facção “Bonde do Manoel Maia” e a vítima Thallisson seria membro de uma gangue rival. Esta situação colaborou para o menor devedor articular o crime marcando uma “casa de caboclo” para a vítima, atraindo até onde aconteceu o assassinato.

O delegado concluiu o inquérito apontado que todos os três suspeitos têm participação direta ou indiretamente no crime de homicídio, caso encaminhado para a Justiça. Eles foram indiciados por atos infracionais análogos ao homicídio triplamente qualificado (motivo fútil, torpe e emboscada). Alexandro Silveira pediu a internação do adolescente que emprestou a arma usada no assassinato.

Vítima estava de bicicleta
Thallisson Dias Macedo foi assassinado a tiros na rua Maria de Lourdes de Jesus, esquina com a rua Olaria, no bairro Alipinho, em Coronel Fabriciano. O jovem morava no bairro Sylvio Pereira II e estava em uma bicicleta acompanhado de outros dois, também trafegando em bicicletas no fim da noite de 14 de fevereiro.

Eles estavam na rua Maria de Lourdes de Jesus, de onde seguiam sentido ao escadão de acesso ao bairro Recanto Verde. Ao passar pelo cruzamento da rua Olaria, um dos autores disparou vários tiros contra Thallisson Dias. A vítima caiu ferida com os tiros, mas conseguiu se levantar e correr por alguns metros até ser derrubada por um dos autores que deu um golpe no rapaz em fuga.

Em seguida, o agressor deu vários chutes no adolescente ferido. A dupla fugiu depois sentido ao bairro Alipinho. O Corpo de Bombeiros foi acionado e socorreu o jovem ferido, levado para o Hospital Dr. José Maria de Moraes, onde deu entrada sem vida. O corpo dele foi identificado no IML de Ipatinga.
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