14 de março, de 2019 | 15:44

Sepultado ipatinguense vítima de catástrofe em Brumadinho

Família de Ícaro Douglas foi comunicada pela Vale na noite de quarta-feira (13)

Álbum pessoal
Ícaro foi vítima do rompimento da barragem de rejeitos da Mina Córrego do FeijãoÍcaro foi vítima do rompimento da barragem de rejeitos da Mina Córrego do Feijão

Atualização às 17h24
O corpo do ipatinguense Ícaro Douglas Alves, de 33 anos, foi sepultado no Cemitério Nossa Senhora da Paz, no fim da tarde dessa quinta-feira (14). O eletricista trabalhava na Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho, no momento do rompimento da barragem de rejeitos em 25 de janeiro, que deixou 203 mortos identificados até o momento e 105 desaparecidos.

O Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais (CBMMG) encontrou o corpo do ipatinguense após 48 dias de busca. Ele deixou mulher e dois filhos. O irmão de Ícaro, Washington Luciano Alves, informou ao Diário do Aço que a família foi comunicada pela Vale na noite de quarta-feira (13).

"Às 19h, nós fomos comunicados a respeito da identificação do corpo do Ícaro e partimos para Belo Horizonte. A Vale tomou todas as providências para o traslado e nós mexemos com a documentação necessária. Devido ao estado do corpo, o velório foi rápido e com caixão fechado", informa Washington.

Para Washington, velar e enterrar o irmão é um modo de respeito à família. "Fica um alívio no coração, tira a angústia do corpo não ter sido encontrado, de não saber notícias. Ao encontrar o corpo a gente fecha este ciclo de tristeza e de falta de respostas. A lembrança existirá sempre, mas fica a dignidade de poder enterrar o meu irmão", ressalta.

Ainda conforme Washington, a família recebeu acompanhamento da mineradora. "Desde o início a Vale tem nos acompanhado, disponibilizou psicólogos e fomos bem orientados em Brumadinho. Em relação às indenizações, é esperar. O Ministério Público do Trabalho já está à frente de uma ação coletiva", pontua Washington.

Tragédia

O rompimento da barragem de rejeitos da Mina Córrego do Feijão ocorreu no dia 25 de janeiro, no município de Brumadinho. A lama de rejeitos atingiu as áreas administrativas e o refeitório da mineradora, local onde estavam muitos funcionários, da empresa e prestadores de serviços, na hora de almoço. A lama ainda destruiu parte de comunidades do município, atingiu diversas propriedades rurais e até pousadas.

O rejeito provocou a morte de centenas de pessoas e a contaminação do rio Paraopeba, um dos principais afluentes do rio São Francisco, com danos que superaram ou catástrofe da mineração, da mina da Samarco, no município de Mariana, em em 5 de novembro de 2015.
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