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14 de março, de 2019 | 06:30

Polícia acredita que tiroteio foi cuidadosamente planejado

Site denuncia grupo de jovens sociopatas organizados via internet para disseminar mensagens de ódio, violência, atentados e suicídio

Reprodução de video
Marcelo Valle, o Psytoré, um dos channers mais conhecidos do Brasil, foi preso em 2018 Marcelo Valle, o Psytoré, um dos channers mais conhecidos do Brasil, foi preso em 2018

A tragédia que chocou o Brasil nessa quarta-feira (13) e transformou a Escola Estadual Professor Raul Brasil, em Suzano, a 57 quilômetros de São Paulo, em um cenário de guerra é um quebra-cabeça em fase de montagem. O tiroteio promovido por dois jovens provocou dez mortes e deixou 11 feridos. A Polícia Civil busca compreender o crime e já sabe que houve um plano meticulosamente organizado.

Há denúncias de um site especializado, segundo o qual os jovens envolvidos no crime se encontravam em fóruns na darkweb. Eles teriam recebido orientações de como proceder para o atentado. O grupo do qual eles participavam já teve outros integrantes envolvido em massacres e alguns de seus membros já foram investigados pela Polícia Federal e um deles, Marcello Valle Siqueira Mello, preso em maio de 2018 e sentenciado a cumprir mais de 41 anos de prisão por associação criminosa, divulgação de imagens de pedofilia, racismo, coação, incitação ao cometimento de crimes e terrorismo cometidos na internet.

O resultado desse atentado,que eles chamam de 'acto sanctu' foi alvo de comemorações por integrantes do movimento, durante toda a quarta-feira. Eles também lamentaram o fato de o número de mortos não ter superado atentados anteriores, como o de 2011, em Realengo, no rio de Janeiro, quando um jovem invadiu a escola onde já havia estudado e matou dez meninas e dois meninos e depois se matou.
Reprodução de vídeo
Um dos atiradores foi para a cantina, onde estudantes faziam lanche Um dos atiradores foi para a cantina, onde estudantes faziam lanche


"Não se trata de um simples caso de bullying como a imprensa está divulgando. Não foi bullying no caso de Columbine (EUA, 1999) e nem no caso de Realengo. Fora da nossa bolha, o chamado 'povão' que assiste ao JN não sabe que o extremismo é denunciado há anos e o que esses malucos são ou fazem. Isso tudo tinha a aparecer na imprensa", defende uma jovem que participa de um perfil, no Twitter, que denuncia a ação dos channers (usuários de fóruns).

Depoimentos e provas

O secretário de Segurança Pública de São Paulo, João Camilo Pires de Campos, disse nessa quarta-feira que policiais coletam depoimentos e provas. Segundo ele, é possível confirmar alguns detalhes sobre o que ocorreu antes e durante do massacre no colégio.

No começo da manhã, Guilherme Taucci Monteiro, de 17 anos, e Luiz Henrique de Castro, de 25 anos, foram à locadora de Jorge Antonio Moraes, de 51 anos. Lá, eles atiraram contra Jorge, que era tio de Guilherme, e deixaram o local em um carro Chevrolet Onix branco roubado e seguiram para o colégio.

Como ex-aluno da escola estadual, Guilherme pediu para entrar no colégio, por volta das 9h40, e foi autorizado. Era o horário de intervalo das aulas, muitos estudantes lanchavam e vários estavam fora das classes.

Não se sabe em que momento Guilherme colocou a máscara para não ser reconhecido, mas a primeira pessoa atingida foi a coordenadora Marilena Ferreira Vieira Umezo, 59 anos, depois Eliana Regina de Oliveira Xavier, 38 anos, funcionária do colégio. Os dois atiradores estavam juntos logo na entrada.

Com base nos primeiros depoimentos, a polícia acredita que os dois atiradores partiram para o ataque juntos. Quando eles se deparam no Centro de Línguas com a porta fechada e perceberam que estavam encurralados pelos policiais da força tática teriam se desesperado.

A polícia foi acionada por causa do assalto à locadora de veículos e chegou à escola em oito minutos. Ao serem surpreendidos pelos policiais, os dois jovens estavam preparados para entrar em uma sala lotada de alunos. Neste momento, segundo o secretário, um jovem atirou no outro e depois suicidou-se.

Mortos

1. Caio Oliveira, 15 anos, estudante.
2. Claiton Antonio Ribeiro, 17 anos, estudante.
3. Douglas Murilo Celestino, 16 anos, estudante
4. Kaio Lucas da Costa Limeira, 15 anos, estudante.
5. Samuel Melquiades Silva Oliveira, 16 anos, estudante.
6. Eliana Regina de Oliveira Xavier, 38 anos, funcionária da escola.
7. Marilena Ferreira Vieira Umezo, 59 anos, coordenadora pedagógica.
8. Guilherme Taucci Monteiro - 17 anos
9. Luiz Henrique de Castro - 25 anos
10. Jorge Antonio de Moraes, 51 anos, dono da locadora e tio de um dos atiradores

Feridos

1. Adna Isabella Bezerra de Paula, 16 anos
2. Anderson Carrilho de Brito, 15 anos
3. Beatriz Gonçalves Fernandes, 15 anos
4. Guilherme Ramos do Amaral, 14 anos
5. Jenifer da Silva Cavalcante
6. José Vitor Ramos Lemos
7. Leonardo Martinez Santos
8. Leonardo Vinícius Santa Rosa, 20 anos
9. Letícia de Melo Nunes
10. Murillo Gomes Louro Benites, 15 anos
11. Samuel Silva Félix
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Comentários

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Josua Three

14 de março, 2019 | 09:54

“Guilherme Taucci Monteiro, de 17 anos, idolatrava armas e páginas de extrema-direita nas redes sociais. Ele era apoiador do presidente Bolsonaro e teve sua página no Facebook apagada depois do atentado”

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