11 de março, de 2019 | 15:40
Prato cheio
Fernando Rocha
[Imagemd35956]Mais uma semana de prato cheio para quem gosta de futebol, pois teremos, a partir de hoje, mais duas noites de fortes emoções, quando entram em campo todos os sete clubes brasileiros que disputam a Libertadores. Detalhe: apenas o Galo joga fora.E ainda teremos outros dois grandes pela 3ª fase da Copa do Brasil: Ceará x Corinthians, amanhã, em Fortaleza; e Vasco x Avaí, na quinta, no Rio de Janeiro. Haja coração!
Mas o que interessa mesmo é a segunda rodada do maior torneio continental, a Libertadores, onde os dois representantes mineiros estarão em campo, em situações diametralmente opostas.
Enquanto o Cruzeiro recebe no Mineirão o Deportivo Lara, da combalida Venezuela, na condição de franco favorito, podendo usar praticamente todos os titulares, menos Thiago Neves, que ainda não está cem por cento fisicamente e saiu de campo mais cedo no domingo, machucado, o Galo vai enfrentar uma pedreira hoje, às 21h30, o Nacional de Montevidéu, um dos dois grandes do futebol uruguaio e também respeitado no continente.
Muitas dúvidas
A inesperada derrota na estreia, em casa, para o Cerro Porteño, colocou em cheque a já duvidosa qualidade do elenco atleticano, que ainda não conseguiu empolgar a torcida nesta temporada.
Há uma compreensível incompatibilidade entre torcida e o esforçado lateral Patric, contrastando com a enorme boa vontade em relação ao jovem reserva Guga, preterido por razões desconhecidas - ou teimosia mesmo - pelo técnico Levir Culpi.
Alguns titulares não estão rendendo o que sabem e isto faz tempo, prejudicando o coletivo, casos de Chará e Fábio Santos, sendo que este, para piorar, não tem um reserva de ofício em condições de substituí-lo.
No ataque, embora atleta de conduta exemplar e artilheiro comprovado, Ricardo Oliveira já virou o cabo da Boa Esperança” e cai de produção, não mais suportando a partida inteira.
Seria a hora de lançar no 2º tempo o garoto Alerrandro, que até vem fazendo gols, mas contra adversários inexpressivos no campeonato Mineiro. E o Elias, de quem se espera muito, mas nada acontece? E os vacilos do capitão Réver na zaga? Dúvidas, muitas dúvidas... Mas uma coisa é certa, o time alvinegro pode reagir e trazer hoje uma grande vitória, indispensável para continuar sonhando com a classificação à próxima etapa de mata-mata.
FIM DE PAPO
E tem muito mais de bola rolando. Franco favorito, o Palmeiras recebe em casa hoje o Melgar, do Peru; outro favorito é o Grêmio, que em sua arena vai enfrentar o Libertad, do Paraguai; o Flamengo, com mais de 60 mil pessoas lotando o Maracanã, pega a LDU em jogo duro, pois o time equatoriano não é bobo; o Internacional, também como favorito e com o Estádio Beira Rio lotado, receberá o Alianza Lima, do Peru.
Finalmente, na quinta-feira, o Athletico Paranaense vai receber aquele” time de triste memória para os atleticanos, o Jorge Wilstermann, da Bolívia, com a obrigação de vencer, pois perdeu na estreia. Sem futebol mesmo só a sexta-feira, mas aí já será véspera do fim de semana recheado de jogos pelos estaduais, que não são lá essas coisas, mas quebram o galho de quem gosta do bom e velho esporte bretão.
Jogando pelo Mineiro, o Cruzeiro, com um time quase totalmente reserva - exceção de Dedé e Thiago Neves, o primeiro vindo de suspensão e o segundo de contusão -, venceu o Tombense por 2 a 0, com gols de Sassá e David, placar que não demonstrou o que de fato aconteceu em campo, sobretudo no 2º tempo, onde brilhou a estrela de Rafael, reserva de luxo do goleiro Fábio, que impediu a reação do time da Zona da Mata, defendendo um pênalti e realizando ao menos quatro defesas excepcionais.
Na entrevista pós-jogo, o técnico Mano Menezes não poupou elogios a Rafael e revelou que, há quinze dias, um clube grande do futebol brasileiro, onde seria titular absoluto, quis contratá-lo, mas não deixou. Rafael é nascido em Coronel Fabriciano, onde reside sua família, que é de classe média. Não sei quem administra sua carreira, mas esta acomodação, há anos na reserva do goleiro e ídolo da torcida cruzeirense, Fábio, me parece um erro.
Rafael chegou ao Cruzeiro com 13 anos de idade e já tem 29 anos, nada demais para jogadores da sua posição, desde que se cuidem bem, como parece ser o seu caso. Fábio, 38 anos, continua jogando em alto nível e deve parar daqui a dois anos, apenas então passando o bastão para o seu reserva, que ainda poderá brilhar com a camisa celeste por mais alguns anos.
Por enquanto, Rafael vive na zona de conforto, mas ao ser efetivado sofrerá comparações e toda pressão de ser o substituto do maior goleiro e recordista em vestir a camisa do clube. Pode, sim, continuar a carreira com uma trajetória brilhante, ou então se queimado, como, aliás, tem acontecido em situação parecida no São Paulo, desde que Rogério Ceni pendurou as chuteiras. O pior dos problemas da gente é que ninguém tem nada com isso”. Mário Quintana (Fecha o pano!)
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