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11 de março, de 2019 | 19:00

Disfunção erétil, um risco após os 40 anos de idade

Marco Lipay *

Há praticamente 30 anos, a Disfunção Erétil (DE) é reconhecida como um problema de saúde masculina. Considera-se até mesmo como um marcador ou indicador para outras doenças. O paciente vai ao consultório do Urologista com queixas de falha de ereção e o médico descobre outras doenças.

A disfunção erétil é definida como a incapacidade permanente em obter e/ou manter uma ereção adequada para um desempenho sexual satisfatório.

Estudos mostram que aproximadamente 50% da população masculina, após os 40 anos de idade, relata sinais e sintomas de disfunção erétil. É um mal universal, acometendo mais de 200 milhões de homens no mundo (30 milhões nos EUA e 11 milhões no Brasil). Estima-se que, no ano de 2025, haverá mais de 322 milhões de casos ao redor do mundo.

Estudo americano do National Health and Social Life Survey analisou a função sexual em homens e mulheres. Pesquisou 1.410 homens com idade entre 18 e 59 anos e também documentou um aumento na DE com a idade. Além disso, o estudo encontrou diminuição no desejo sexual com o aumento da idade. Homens entre 50 a 59 tinham três vezes mais chances de apresentar problemas de ereção e relatar baixo desejo sexual em comparação com homens de 18 a 29 anos. A experiência de disfunção sexual era mais provável entre homens com baixa saúde física e emocional. O estudo também concluiu que a disfunção sexual é um importante problema de saúde pública e que questões emocionais provavelmente contribuem para a sua ocorrência.

O desenvolvimento e manutenção de uma ereção é um evento complexo envolvendo a integração de sistemas anatômicos, psicológicos, neurológicos, endócrinos e vasculares. Estudos de tomografia por emissão de pósitrons sugerem que a excitação sexual é ativada no cérebro, em centros corticais superiores. Esses sinais descem por meio de uma complexa rede neural (via medula) e ativam os nervos na região sacral, o que resulta na liberação de neurotransmissores e óxido nítrico no pênis. Isso resulta em um turgor peniano adequado para a atividade sexual.

Várias são as enfermidades reconhecidas relacionadas à disfunção erétil: doença cardiovascular (hipertensão, aterosclerose), diabetes, depressão, alcoolismo, tabagismo, cirurgia ou trauma pélvico/perineal, doença neurológica (acidente vascular cerebral, esclerose múltipla, doença de Parkinson, lesão da medula espinhal), obesidade, radiação pélvica ou até mesmo doença de Peyronie (provoca encurtamento, dor ou curvatura do pênis). Sabemos que a deficiência de testosterona pode estar relacionada à disfunção erétil, em algumas situações, mas ocorre em uma parcela menor dos casos.

O diagnóstico é realizado a partir de um histórico médico e sexual detalhado, somado a um exame físico e laboratorial. Testes laboratoriais sofisticados raramente são necessários.

O tratamento da Disfunção Erétil, segundo as Diretrizes da Sociedade Brasileira e Americana de Urologia em 2018, baseia-se nas modificações do estilo de vida social, profissional e nutricional, além da introdução de atividades físicas regulares e supervisionadas por profissionais médicos e professores de Educação Física. Quando necessário, o uso de terapias específicas e a tomada de decisão será conjunta (médico, paciente). O Urologista deve alertar o paciente sobre os riscos de cada tratamento, sempre considerando os efeitos adversos e contraindicação de cada medicação prescrita.

* Doutor em Urologia pela Universidade Federal de São Paulo. Título de Especialista em Urologia pela Sociedade Brasileira de Urologia, membro Correspondente da Associação Americana de Urologia.
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