09 de março, de 2019 | 10:41

Torcida irada

Fernando Rocha

Divulgação
Fernando RochaFernando Rocha
A inesperada derrota do Atlético na sua volta ao Mineirão, para o Cerro Porteño, do Paraguai, estreando na fase de grupos da Copa Libertadores, continua mexendo com os nervos da torcida atleticana.
Uma ala mais radical, “pê” da vida com o time, chama o técnico Levir Culpi de “ultrapassado”, detona a diretoria pede contratações milionárias, enfim, nada escapa da ira dos torcedores.

Compartilho a indignação da torcida alvinegra, mas prefiro ficar “nem muito ao céu, nem muito ao mar”, como diria meu saudoso e bom avô Tatão Rocha, na querida Sobrália da minha infância, aqui nos nossos grotões.
O técnico Levir Culpi, a meu juízo, não tem nada de ultrapassado, trata-se, isto sim, de um dos melhores em atividade no futebol brasileiro, mas que é humano e comete erros, como todos os outros.

Levir erra ao insistir na escolha de alguns titulares, um dos quais, Patric, não dá mais. Ele também erra em relação ao esquema adotado, onde os três volantes não protegem a defesa, muito menos incomoda os adversários lá na frente.
Alguma coisa precisa ser feita, mas é preciso reconhecer as limitações do atual elenco, impostas pelo momento financeiro vivido pelo clube, cuja diretoria priorizou pagar dívidas contraídas pelos antecessores.

Estilo ‘Manobol’
A vitória do Cruzeiro fora de casa, sobre o Huracán, por 1 x 0, com um gol de Rodriguinho no 1º tempo, foi bem ao estilo “Manobol”, tal como definiu o comentarista Junior Brasil, da rádio Itatiaia/BH.

Este é o jeitinho Mano Menezes de ver e fazer os times que dirige jogar: forte na marcação, seguro na defesa, preciso no ataque, para concluir as poucas chances criadas, enfim, levando muito sofrimento à torcida celeste, que é recompensado pela vitória, um esquema onde 1 x 0 é goleada e o mais importante é obtido, os três pontos no campo do adversário, ainda mais sobre um time argentino.

O que destoou foi a transmissão feita pelo Facebook, que fez raiva em muita gente, sobretudo cruzeirenses espalhados pelo mundo que tentaram e não conseguiram ver direito as imagens do jogo.
Além de travar insistentemente, o chamado ‘delay’ – diferença entre o tempo real da imagem para a que é entregue - rebaixou a transmissão do Facebook ao conceito péssimo, ou impossível de assistir.

O gol do Cruzeiro, marcado por Rodriguinho, demorou quase dois minutos a chegar na transmissão do Face, enquanto no rádio foi quase simultâneo, revelando a dificuldade que este novo conceito de mídia terá em se adaptar, pois o ‘delay’ varia de acordo com a velocidade da internet de cada um.

FIM DE PAPO
Vale lembrar que o Facebook comprou cerca de 60 jogos da Copa Libertadores, que serão transmitidos nas terças e quintas-feiras, sem ter ainda uma definição completa de quais partidas estarão em sua grade de programação. Que todos cruzem os dedos ou se preparem para sofrer mais raiva, que pode ser amenizada através do velho e bom radinho, onde o “bate forte” Nelcy Romão e os demais colegas da latinha continuam afinados e dando show de competência e criatividade.

A conta a ser feita pelo Atlético, após a derrota para Cerro Porteño, é esta: reagir e vencer o Nacional, em Montevidéu, nesta terça-feira (19), ou o próprio Cerro Porteño, em Assunção, além de ganhar as duas partidas que fará contra o venezuelano Zamora. Pensando bem, se o atleticano acha mesmo que a vitória sem emoções fortes e dificuldades quase intransponíveis não é Galo, então está no caminho certo e não há do que reclamar.

A derrapada do ex-árbitro Leonardo Gaciba, na tal “Central do Apito” criada pela TV Globo para auxiliar suas equipes nas transmissões, após o lance do gol anulado do Galo contra o Cerro logo no início do 1º tempo, só comprova o que todos já sabemos: nem sempre o árbitro de vídeo (VAR) irá resolver todas as questões do jogo envolvendo a arbitragem. Agora, é inegável a falta que o VAR está fazendo nesta fase da Copa Libertadores, pois é certo que ele reduziria a índices mínimos os erros e injustiças cometidos até aqui em grande número pelos assopradores de apito.

Não é possível que os clubes tenham passado batido neste detalhe e deixado de pressionar a Conmebol para que essa tecnologia fosse usada em todos os jogos da Copa Libertadores, pois ela é indispensável atualmente para que haja lisura nos resultados. Como pode a principal competição do continente, uma verdadeira mina de dinheiro, cuja premiação pode chegar perto de R$ 100 milhões, não contar com o árbitro de vídeo em todas as partidas? Inclusive, se tivesse sido usado na última quarta-feira, no Mineirão, poderia ter evitado a derrota do Galo, pois o gol da vitória paraguaia foi marcado em completo impedimento. (Fecha o pano!)
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